Atletismo
Cochabamba 2018
Brasil soma quatro pódios na estreia do atletismo nos Jogos Sul-Americanos
O atletismo é conhecido como a essência dos esportes olímpicos. As diferentes provas costumam ser aguardadas ansiosamente. Em Cochabamba, na Bolívia, não foi diferente. Os torcedores lotaram as arquibancadas do Ginásio de Atletismo no Parque La Torre para o primeiro dia nas provas de corrida, de campo, saltos e lançamentos. O Time Brasil encerrou o dia com duas pratas e dois bronzes, todas em provas de campo.
A primeira medalha brasileira teve gosto de recomeço. Oito anos depois de ter disputado uma edição do evento, Valdiléia Martins, 28 anos, voltou a saltar na principal competição sul-americana. Na época, em Medellín 2010, ela garantiu o ouro no salto em altura. Em 2018, ela vem de um longo período de recuperação de diferentes lesões e, apenas seis meses após estar recuperada, subiu ao pódio para receber a medalha de prata, ao saltar 1,83m.
"O meu desempenho foi na média dos últimos saltos neste ano. Penso que poderia ter sido um pouco melhor. Sei que tenho condições de saltar mais"
Valdiléia Martins
"O meu desempenho aqui foi na média dos meus últimos saltos neste ano. Penso que poderia ter sido um pouco melhor. Senti dores na panturrilha e parei de treinar 12 dias antes dos Jogos. Fiz bons saltos de 1,83m e sei que tenho condições de saltar mais", projetou a paranaense. Valdiléia Martins foi superada pela colombiana Maria Fernanda Murillo Duarte, que saltou 1,90m. A venezuelana Amanda Tailor Vergara Montilla fez 1,80m e garantiu a medalha de bronze.
Martelo
O principal nome do país em ação nesta terça foi Wagner Domingos, o Montanha. Detentor do recorde sul-americano, com 78,63m no lançamento de martelo, a quarta melhor marca do mundo, Montanha era esperança de pódio para o Brasil.
O brasileiro não estava em seu melhor dia. Lançou o martelo na marca de 72,53m. Para se ter uma ideia, nos últimos lançamentos feitos pelo pernambucano na Europa, ele alcançou 74,56 metros. Em Cochabamba, a distância garantiu o bronze. O argentino Joaquin Gabriel Gomez foi melhor, lançou em 75,1m e levou o ouro. O chileno Humberto Mansilla Arzola ficou com a prata, com 74,71metros.
"Não foi uma competição boa. Senti um pouco a altitude. No decorrer da prova notei o corpo um pouco sem força. Até tentei brigar para melhorar a marca, mas o resultado foi o terceiro lugar. Todo o méritos para os outros competidores", avaliou Wagner Domingos.
As outras duas medalhas brasileiras vieram do salto em distância masculino. Paulo Sergio Dos Santos Oliveira saltou 8,12m e garantiu a medalha de prata. Já Alexsandro do Nascimento igualou a sua melhor marca do ano, 8,09m, e ficou como bronze. O título continental ficou com o uruguaio Emiliano Lasa Sanchez, com 8,26m.
"Fiquei muito feliz com a prata. São os meus primeiros Jogos. No ano passado eu já tinha conquistado o título sul-americano da modalidade. Conquistar mais uma medalha mostra que a sequência de treinos que fiz funcionou", disse Paulo Oliveira.
Para Alexsandro do Nascimento, outro estreante, a experiência de competir em alto nível servirá para continuar evoluindo. "Fiquei muito feliz, mas sabendo que dá para fazer mais. Hoje, comecei a prova com saltos razoáveis, e no decorrer da prova eles foram melhorando. Volto para casa com a minha melhor marca do ano, 8,09m. Nunca a gente entra na pista pensando somente em uma medalha, mas, acima de tudo, pensando em melhorar as próprias marcas", finaliza.
Breno Barros, de Cochabamba, na Bolívia – Rededoesporte.gov.br