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18/10/2018 16h11

Buenos Aires 2018

Brasil fecha Jogos da Juventude com 15 medalhas, mesmo total de Nanquim 2014

Na Argentina, 28 dos 79 atletas nacionais subiram ao pódio, com dois ouros, quatro pratas e nove bronzes. Entre as modalidades olímpicas, 83,3% dos medalhistas recebem a Bolsa Atleta

Jogos Olímpicos da Juventude Buenos Aires 2018

Foram 12 dias de disputas, em que 79 brasileiros correram, saltaram, lutaram, rebateram, atiraram ou nadaram para, ao término dos Jogos Olímpicos da Juventude de Buenos Aires, nesta quinta-feira (18.10), totalizarem 15 medalhas para o país.  O número é o mesmo alcançado na edição de Nanquim, na China, há quatro anos. Desta vez, 28 integrantes da delegação subiram ao pódio para celebrar duas medalhas de ouro, com Keno Marley (-75kg) no boxe e com a equipe de futsal masculina, quatro pratas e nove bronzes.

Apesar do menor número de medalhas douradas, já que na China os brasileiros faturaram seis ouros, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) avaliou como muito positiva a participação e o desempenho dos atletas. "A expectativa que a gente tinha era fazer a melhor representação possível do Brasil e acho que ela foi conquistada", afirma Sebástian Pereira, chefe da delegação brasileira na Argentina.

Os dez atletas do futsal masculino com a medalha de ouro ao lado de Pandi, mascote do evento. Foto: Danilo Borges/rededoesporte.gov.br
"A expectativa que a gente tinha era fazer a melhor representação possível do Brasil e acho que ela foi conquistada"
Sebástian Pereira, chefe da delegação brasileira

O Brasil conquistou medalhas em nove modalidades: atletismo (2), badminton (1), boxe (2), futsal (1), ginástica artística (2), judô (2), natação (3), taekwondo (1) e tênis (1). Em Cingapura 2010, primeira edição dos Jogos Olímpicos da Juventude, a delegação nacional havia faturado sete medalhas em cinco esportes. Agora o país soma um total de 37 medalhas no megaevento juvenil, espalhadas em 15 diferentes modalidades. Na Argentina, o Brasil subiu ao pódio pela primeira vez no futsal, com 4 x 1 na final desta quinta-feira (18.10) diante da Rússia, e no badminton, com o bronze de Jaqueline Lima na equipe mista.

Para o COB, os Jogos da Juventude têm relevância estratégica para a detecção de talentos. Muitos atletas que brilharam nos Jogos Rio 2016 passaram pelo evento, como Thiago Braz, Isaquias Queiroz, Felipe Wu, Arthur Nory, Flávia Saraiva e Hugo Calderano. “Pode ser que alguns dos que estiveram aqui integrem o Time Brasil em Tóquio 2020, mas o foco desta geração são os Jogos de Paris 2024 e Los Angeles 2028”, ressaltou Sebástian, judoca olímpico dos Jogos de Atlanta 96.

Entre os destaques da participação brasileira na Argentina estão a natação e o atletismo. Na piscina do Parque Olímpico da Juventude, os oito atletas que o Brasil trouxe para a competição conquistaram medalhas. O Brasil subiu ao pódio em três revezamentos: 4 x 100m livre masculino, misto e, pela primeira vez na história da modalidade, conquistou uma medalha exclusivamente no feminino, também no 4 x 100m.

» Confira a cobertura completa dos Jogos Olímpicos da Juventude Buenos Aires 2018

 

"Saímos muito satisfeitos. Todos os atletas da equipe, os oito, medalharam. Foram três pratas e tivemos 12 finais. Chegamos muito perto da medalha individual e garantimos um feito histórico com o revezamento feminino. É uma felicidade imensa estar junto com essa garotada e agora vamos desenhar um outro tipo de trabalho para que eles possam evoluir muito", avaliou o técnico da natação brasileira nos Jogos, Márcio Latuf.

No atletismo, além de dois bronzes nos 200m masculino e feminino, o país somou 11 atletas no Top 8 Mundial, ou 17 se o critério for o Top 10, entre os 21 inscritos da delegação. Sete conseguiram na Argentina as melhores marcas de suas carreiras. Nos 400m com barreira, Jéssica Vitória Moreira estabeleceu um novo recorde brasileiro (59s41) na primeira de suas duas passagens pelas raias do Parque Olímpico da Juventude.

Prata no revezamento foi a primeira medalha olímpica da natação feminina brasileira. Foto: Pedro Ramos/rededoesporte.gov.br

Em algumas modalidades a medalha não veio, mas o país deixou boa impressão. No basquete 3 x 3, a jovem equipe nacional chegou às quartas de final com apenas uma derrota na fase de classificação, e caiu diante da Bélgica, que foi vice-campeã. Na canoagem velocidade, Diego Nascimento driblou a dificuldade da adaptação exigida na competição, que obrigou os atletas a fazerem curvas no meio do circuito, e terminou na sexta posição, por milésimos fora da semifinal da modalidade.

No tênis de mesa, Bruna Takahashi, número 70 no ranking mundial adulto, teve campanha perfeita na primeira fase e nas oitavas de final do torneio de simples. Venceu as quatro partidas que disputou por 4 sets a 0. O azar dela foi ter pela frente, nas quartas de final, a chinesa Sun Yingsha, que conquistou o ouro tanto no individual quanto na equipe e que já ocupou a posição de número sete no ranking mundial adulto.

Ao todo, os Jogos Olímpicos da Juventude reuniram mais de 4 mil atletas, de 206 países, para a disputa de 36 modalidades entre 6 e 18 de outubro em Buenos Aires, na Argentina. Foi o primeiro megaevento esportivo com paridade de gênero entre atletas masculinos e femininos. O evento distribuiu 1.250 medalhas.

Carreira no esporte

Segundo Sebástian Pereira, o grande benefício dos Jogos da Juventude é a chance de, ainda novos, os atletas terem a oportunidade de disputar uma edição olímpica e de decidir se, de fato, querem dar continuidade à carreira esportiva. "Essa decisão é super importante, de terem o pensamento voltado para o que eles precisam fazer, de que forma precisam evoluir para chegarem aos Jogos Olímpicos", pondera. "Ter a oportunidade de vivenciar isso nessa idade é fundamental porque, quando chegam aos Jogos Olímpicos adultos, é muito parecido e eles não se assustam tanto", acredita.

A opinião é compartilhada por Mosiah Rodrigues, ex-atleta da ginástica artística e coordenador-geral do programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte. "Os Jogos Olímpicos da Juventude são um evento sensacional. Eu tive o privilégio de competir os Jogos Mundiais da Juventude, que era o nome na minha época. É a porta de entrada para todo atleta que pensa em Jogos Olímpicos da categoria adulta", comenta.

Diogo Soares, com dois pódios e cinco finais da ginástica artística: Bolsa Atleta na categoria Internacional. Foto: Danilo Borges/rededoesporte.gov.br

Bolsa Atleta

Entre os 18 brasileiros que conquistaram medalhas em Buenos Aires, desconsiderando o elenco do futsal, 83,3% são beneficiados pelo Bolsa Atleta. O Brasil trouxe para a Argentina um total de 40 atletas bolsistas, que receberam um investimento de R$ 512.280 desde 2017. Na natação, os oito medalhistas são contemplados. Na ginástica artística, Diogo Soares, prata na barra fixa e bronze no individual geral, é da categoria internacional.

"O Bolsa Atleta tem esse objetivo, de dar suporte ao atleta para que ele consiga se preparar da melhor forma em toda a sua trajetória, desde os Jogos Escolares até o Atleta Pódio. Dar esse suporte, essa garantia de que o atleta vai ser reconhecido e vai ter esse recurso para decidir se quer ou não a carreira esportiva, isso é sensacional", comemora o coordenador.

Entre os bolsistas que subiram ao pódio do evento, sete recebem o benefício na categoria internacional, seis na nacional, um na estudantil (Letícia Lima, do atletismo) e um na categoria de base (Murilo Sartori, da natação). Apenas os medalhistas de bronze Lucas Conceição (200m do atletismo), Gilbert Soares (tênis) e João Vitor Santos (equipes mistas do judô) não estão atualmente na lista de contemplados.

Flickr do Ministério do Esporte (imagens disponíveis para download em alta resolução. Uso editorial gratuito)

Jogos Olímpicos da Juventude Buenos Aires 2018

Medalhas do Brasil em Buenos Aires 2018:

Ouro (1)
- Keno Marley (-75kg) - boxe
- Futsal masculino

Prata (4)
- Diogo Soares (barra fixa) - ginástica artística
- Ana Carolina Vieira, Fernanda Goeij, Maria Luiza Pessanha e Rafaela Raurich (Revezamento 4x100m livre feminino) - natação
- Ana Carolina Vieira, André Calvelo, Lucas Peixoto e Rafaela Raurich (Revezamento 4x100m livre misto) - natação
- André Calvelo, Lucas Peixoto, Murilo Sartori e Vitor Souza (Revezamento 4x100m livre masculino) – natação

Bronze (9)
- Letícia Lima (200m) – atletismo
- Lucas Conceição (200m) – atletismo
- Gilbert Soares (simples) – tênis
- Diogo Soares (individual geral) - ginástica artística
- Sandy Macedo (-55kg) - taekwondo
- Eduarda Rosa (-78kg) - judô
- João Vitor Santos (equipe mista) - judô
- Jaqueline Lima (equipe mista) – badminton
- Luiz Gabriel Oliveira - boxe

As 37 medalhas do Brasil em Jogos Olímpicos da Juventude:

Atletismo: 5 (2 ouros, 1 prata, 2 bronzes)
Badminton: 1 bronze
Boxe: 3 (2 ouros e 1 bronze)
Futsal: 1 ouro
Ginástica artística: 5 (1 ouro, 3 pratas e 1 bronze)
Handebol: 1 bronze
Hipismo: 1 prata
Judô: 5 (1 ouro, 2 pratas e 2 bronzes)
Natação: 6 (1 ouro e 5 pratas)
Taekwondo: 2 (1 ouro e 1 bronze)
Tênis: 3 (1 ouro, 1 prata e 1 bronze)
Tênis de mesa: 1 bronze
Tiro com arco: 1 prata
Tiro esportivo: 1 prata
Vôlei de praia: 1 ouro

O Brasil nos Jogos:
Cingapura 2010: 7 medalhas (3 ouros, 3 pratas, 1 bronze)
Nanquim 2014: 15 medalhas (6 ouros, 8 pratas, 1 bronze)
Buenos Aires 2018: 15 medalhas (2 ouros, 4 pratas, 9 bronzes)

Ana Cláudia Felizola, Breno Barros e Gustavo Cunha, de Buenos Aires, na Argentina – Rededoesporte.gov.br