Futebol
Copa América 2019
Brasil estreia com 3 x 0 sobre a Bolívia e chega à 100ª vitória no torneio continental
A Seleção Brasileira chegou a ouvir vaias no intervalo do primeiro para o segundo tempo no Morumbi, em São Paulo, mas saiu de campo em paz com a torcida com um resultado de 3 x 0 sobre a Bolívia na estreia da equipe na Copa América de futebol. Phillipe Coutinho, duas vezes, e Everton, foram os autores do gol que representaram o resultado mais elástico da Seleção em estreias no torneio no Século XXI. Desde 2001, a equipe não tinha vencido uma primeira partida no torneio sul-americano por mais de dois gols de diferença.
No retrospecto recente (últimos 20 anos), os três gols sobre a Bolívia só não superam os sete marcados na goleada sobre a Venezuela, na rodada de estreia da Copa América 1999. De lá para cá, foram quatro vitórias da Seleção Brasileira na primeira partida, dois empates e duas derrotas.
"Acho que no início a gente estava ansioso, com pressa em resolver. Depois do intervalo, conseguimos melhorar isso e mostrar um futebol mais consistente"
Thiago Silva
Para o defensor Thiago Silva, a equipe mostrou um pouco de ansiedade na primeira etapa. Tinha o domínio total do jogo, mas acabou encontrando dificuldade para superar as linhas defensivas colombianas. "Acho que a gente se mostrou um pouco ansiosos, com pressa demais em resolver. Depois do intervalo, conseguimos melhorar isso e mostrar um futebol mais consistente", afirmou o zagueiro.
Para o técnico Tite, a decisão de liberar o volante Fernandinho para exercer ações mais ofensivas no segundo tempo foi uma das chaves para o time encontrar o caminho da vitória. "Fizemos uma mudança tática para liberar mais o Fernandinho. Isso ajudou a abrir mais espaços para os atacantes acharem as jogadas mais incisivas. Havia uma certa ansiedade com o gol que não saía no primeiro tempo, uma certa pressão", comentou o treinador.
Mais do que uma boa estreia, a vitória foi a de número 100 da equipe na história da Copa América. No total, a Seleção acumula agora 100 vitórias, 35 empates e 44 derrotas no torneio, com 408 gols marcados e 200 sofridos. A partida foi prestigiada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e pelo ministro da Cidadania, Osmar Terra. Também estiveram presentes o Secretário de Futebol da Secretaria Especial do Esporte, Ronaldo Lima, e Washington Cerqueira, titular da Secretaria de Lazer e Inclusão Social da Secretaria Especial do Esporte.
País-sede da Copa América 2019, o Brasil retorna a campo na próxima terça-feira (18.06), a partir das 21h30, para encarar a Venezuela, na Fonte Nova, em Salvador (BA). A Seleção encerra a participação na fase de grupos no sábado (22.06), a partir das 16h, contra a seleção peruana, novamente em São Paulo, mas na Arena Corinthians.
Laços sul-americanos
Marcela e Federico Aguilar vieram de Cobija – capital do departamento boliviano de Pando, que faz fronteira com o Acre – para torcer pelo seu país. Federico, que esteve no Brasil durante a Copa 2014, comemorou a chance de poder reviver um grande torneio e, desta vez, com participação de sua seleção. "Estive em Salvador, Fortaleza e Manaus. Foi um experiência única, ainda mais por sermos vizinhos do país anfitrião. Sou fanático por futebol e por isso estive aqui com amigos por 20 dias no Mundial passado e agora, já com a família inteira, vamos acompanhar a Copa América. Depois de vivermos a Copa no Brasil, queríamos ter ido para a Rússia, mas era complicado. Por isso, aproveitamos a Copa América mais perto para vir a este país, que é lindo".
Para a esposa de Federico, que não pôde vir ao Brasil durante o Mundial de 2014, os laços entre as nações sul-americanas tornam sua estreia como torcedora internacional ainda mais especial. "Estamos felizes de assistir à partida de abertura da Copa América. Somos vizinhos do Acre, estamos pertinho, então já há essa conexão, essa afinidade. Para nós o Brasil é lindo, ainda mais agora, conhecendo melhor, nos trataram muito bem", elogiou Marcela.
Na trilha dos grandes eventos
Natural de Janaúba (MG), Geraldo Alves Pereira já está acostumado a frequentar grandes eventos esportivos. Presente nas Copas da França, em 1998, da Alemanha, em 2006, e do Brasil, em 2014, além dos Jogos Olímpicos Rio 2016, Geraldo conta que se pauta por mandar mensagens positivas. "Eu sou religioso, por isso vim vestido de padre. É uma forma de transmitir a paz. Nós estamos precisando de muita paz", desejou o mineiro, que veio ao estádio acompanhado do filho, Felipe Vilas Boas.
Pedro Ramos - rededoesporte.gov.br