Goalball
Parapan Lima 2019
Brasil domina no goalball e conquista ouro no masculino e feminino em Lima
O Brasil confirmou favoritismo e conquistou, neste sábado (31.08), a medalha de ouro tanto no masculino quanto no feminino do goalball nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, no Peru. O time feminino foi o primeiro a entrar em quadra. Em uma final emocionante, as brasileiras venceram as norte-americanas por 4 x 3, na prorrogação. No masculino, Leomon Moreno comandou a vitória com facilidade por 12 x 9 contra a seleção dos Estados Unidos.
O goalball é um esporte de percepções tátil e auditiva. Ao contrário de outras modalidades paralímpicas, o esporte foi desenvolvido exclusivamente para pessoas com deficiência visual. A bola tem um guizo em seu interior para que os jogadores saibam sua direção. Os atletas são arremessadores e defensores ao mesmo tempo.
Bicampeonato no feminino
As brasileiras entraram em quadra sabendo que não seria fácil conquistar a medalha de ouro no feminino. Durante a fase de grupos, a equipe verde e amarela foi superada pelas norte-americanas, por 4 x 2. Assim, as jogadoras queriam escrever uma história diferente e conseguiram.
Em uma partida equilibrada, equipe começou atrás no placar, conseguiu o empate nos últimos quatro segundos do tempo regulamentar e conquistou o bicampeonato parapan-americano com a vitória por 4 x 3 na prorrogação.
Ana Carolina Custódio desequilibrou o jogo. Ela marcou dois gols, com o último garantindo o título continental para o Brasil. "A final foi difícil. Conquistamos a medalha de ouro no detalhe. Tivemos paciência durante o jogo, porque ficamos atrás do placar o tempo inteiro. Na quadra, a gente estava buscando a vibração e a alegria. Agradeço a Deus pelo resultado", disse Ana Carolina.
A carioca de 32 anos é uma das jogadoras mais experientes da seleção. Ela esteve em quadra nas principais conquistas do país, como a medalha de bronze durante o Campeonato Mundial de 2018, em Malmö, ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015 e a prata no Parapan de Guadalajara 2011.
"Encaro todos esses anos como de amadurecimento. Fui conquistando uma bagagem muito grande nas costas. Eu aprendo o tempo todo, todos os dias e a cada jogo e treino. Acredito que a minha experiência tem feita a diferença dentro de quadra", acrescentou.
No caminho até o ouro, a equipe brasileira feminina venceu o Canadá, por 9 x 3. Na segunda rodada, o Brasil enfrentou a Costa Rica e venceu por 10 x 0. A única derrota nacional na fase de grupos foi para os Estados Unidos. As brasileiras perderam por 4 x 2. Na partida seguinte, mais uma goleada a favor: 10 x 0 sobre o Peru. Contra as mexicanas, as jogadoras nacionais passaram por 11 x 2. Na semifinal, as brasileiras venceram o Canadá por 4 x 3.
Tricampeonato no masculino
No masculino, Leomon Moreno comandou a vitória brasileira por 12 x 9 contra a seleção dos Estados Unidos. Eleito o melhor jogador de goalball do mundo, o brasiliense marcou nove gols na final. "Graças a Deus conseguimos abrir uma vantagem desde o início da partida. Depois tivemos algumas falhas, mas podemos corrigir depois. A gente cresceu durante a competição e a equipe inteira está de parabéns", analisou.
Para Leomon, o título desde sábado reforça a qualidade da equipe brasileira e tem o papel de garantir visibilidade para o esporte. "É a nossa terceira medalha de ouro em Jogos Parapan. Cada pódio como esse serve para difundir o esporte dentro e fora do Brasil. O esporte paralímpico já é pouco divulgado e o goalball dentro do esporte paralímpico é menos ainda", explicou.
A campanha da seleção masculina foi perfeita. O título foi conquistado de forma invicta. Na estreia, o Brasil enfrentou a Argentina, vencendo a partida por 9 x 2. Na segunda rodada, a equipe superou o México, por 13 x 3. Contra a Guatemala, os brasileiros venceram por 14 x 4. Nas quartas de final os brasileiros venceram os peruanos por 11 x 1. Contra as venezuelanas, o time superou os adversários por 11 x 1. Todos os jogadores brasileiros recebem o apoio financeiro do programa Bolsa Atleta da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
Entenda a modalidade
Cada equipe conta com três jogadores titulares e três reservas. Todos os atletas, independentemente do nível de perda visual, utilizam uma venda durante as competições para que todos possam competir em condições de igualdade.
O arremesso deve ser rasteiro ou tocar pelo menos uma vez nas áreas obrigatórias. O objetivo é balançar a rede adversária. As partidas são realizadas em dois tempos de 12 minutos, com 3 minutos de intervalo.
O goalball é praticado em 112 países. Os atletas deficientes visuais das classes B1, B2 e B3, competem juntos. Todas as classificações são realizadas por meio da mensuração do melhor olho e da possibilidade máxima de correção do problema.
Breno Barros, de Lima, Peru – rededoesporte.gov.br