Natacao paralímpica
Em Glasgow
Brasil conquistas seis medalhas no primeiro dia do Mundial Paralímpico de Natação
O primeiro dia de competições do Mundial Paralímpico de Natação em Glasgow, na Escócia, rendeu seis medalhas para o Brasil, sendo três ouros e três pratas. O primeiro a subir no pódio no Tollcross International Swimming Centre foi Matheus Rheine, da classe S11 (cego total). Ele ficou com a prata nos 100m livre ao fechar a distância em 59s20, ficando atrás apenas do americano Bradley Snyder (56s78).
“Treinei muito para essa competição. Não é minha prova principal, mas é muito bom ganhar uma medalha. A volta é sempre o meu setor com mais falha, mas hoje senti que ainda estava cheio de gás. Eu sinto quando estou fazendo uma boa prova, quando estou puxando muita água, e hoje senti que estava indo bem. Estou muito feliz”, resumiu.
O multimedalhista paralímpico Daniel Dias não decepcionou. Ele foi o melhor nos 50m costas da classe S5 (35s34) e garantiu o primeiro ouro para o Brasil, ficando à frente do atleta da casa, Andrew Mullen, e de Beytullah Eroglu, da Turquia
Já na classe S10, houve dobradinha verde e amarela: Andre Brasil e Phelipe Rodrigues foram os mais rápidos e chegaram, respectivamente, em 1º e 2º lugares nos 50m livre.
Para o campeão, vencer uma prova que exige tanto da força foi um alívio, depois de uma temporada difícil. Andre se lesionou em 2014 e chegou a ficar dois meses sem treinar. “A gente sempre quer mais. O último ano foi difícil para mim, com a contusão, o tempo fora da piscina. Me emociono por ter conseguido voltar a vencer. Hoje fiquei feliz só de sair do box sem sentir dor alguma. Essa medalha foi importante para mim”, contou Andre.
Phelipe comemorou o pódio ao lado de outro brasileiro, mas contou que esperava a medalha de ouro. “Estou bem feliz por ele, pela dobradinha. São duas medalhas para o Brasil. Competimos juntos desde 2008 e estava me sentindo bem melhor hoje, mas não foi a hora. Não foi o meu melhor e ainda tenho o Parapan de Toronto para acertar tudo em definitivo antes dos Jogos do Rio”, analisou.
Carlos Farrenberg ficou com a prata nos 50m livre da classe S13 (baixa visão), com o tempo de 24s13. Carlão, que havia quebrado o recorde das Américas nas eliminatórias com 24s50, conseguiu melhorar a marca e garantiu mais uma medalha para o Brasil.
Recorde mundial
Para terminar a segunda-feira de forma perfeita, teve recorde mundial no revezamento misto 4x50m livre 20 pontos. Formado por Clodoaldo Silva, Joana Neves, Esthefany de Oliveira e Daniel Dias, o time brasileiro ficou com a medalha de ouro depois de uma prova bem disputada. O grupo concluiu o percurso em 2min29s80, pouco mais de três segundos mais rápido que o antigo recorde mundial, que também pertencia à equipe brasileira.
"Fico muito feliz em poder representar o Brasil, ganhar uma medalha de ouro e ainda ajudar a equipe a bater um recorde mundial. É uma estreia perfeita", disse a debutante em Mundiais e caçula da delegação Esthefany de Oliveira.
A jovem nadou ao lado de grandes nomes da modalidade, como Daniel Dias e Clodoaldo Silva, que a incentivaram a fazer o melhor possível. "Falei ainda hoje para elas [Joana e Esthefany] que nosso esporte é individual e no revezamento é a hora que mostramos que somos um time mesmo. Foi importante estar no time com todos eles e essa conquista é de todos", concluiu Daniel Dias.
Outros finalistas
Na prova feminina dos 100m livre S11, a representante brasileira foi Regiane Nunes, que fechou a distância na 5ª posição, com o tempo de 1min14s45. Talisson Glock terminou em quarto nos 400m livre da classe S6, com 5min15s08.
O Mundial Paralímpico de Natação conta com a participação de 571 atletas de 67 países. A competição se estende até o dia 19 e é classificatória para os Jogos Paralímpicos Rio 2016. A delegação brasileira é formada por 23 nadadores. Na última edição da competição, em Montreal, em 2013, o Brasil ficou em sexto no quadro geral de medalhas, com 26 no total, sendo 11 de ouro, nove de prata e seis de bronze.
brasil2016.gov.br, com informações do Comitê Paralímpico Brasileiro