Atletismo
Lima 2019
Seleção é tetracampeã no futebol de 5 e Brasil chega ao 100º ouro em Lima
Uma das maiores hegemonias do esporte paralímpico mundial manteve na noite desta sexta-feira (30.08), em Lima, seu patamar de excelência que já dura 12 anos em Jogos Parapan-Americanos.
Por 2 x 0, com gols de Jefinho no primeiro tempo e Cássio na segunda etapa, a Seleção Brasileira de futebol de 5, tricampeã dos Jogos Paralímpicos e tricampeã mundial, venceu a Argentina na campo do Complexo Desportivo Villa María del Triunfo na capital peruana e com o resultado chegou à quarta medalha de ouro seguida no Parapan, repetindo as campanhas das edições do Rio 2007, Guadalajara 2011 e Toronto 2015.
O resultado representou um marca emblemática neste Parapan e deu ao Brasil a 100ª medalha de ouro em Lima. Restando apenas dois dias de competições para o fim do megaevento, o Brasil terminou a noite de sexta-feira com 255 medalhas: 103 de ouro, 81 de prata e 71 de bronze, e não tem mais chances de ser alcançado pelo segundo colocado na classificação geral, os Estados Unidos, que fechou o dia com 54 ouros dentre as 160 medalhas conquistadas.
O confronto marcou a 22ª partida das duas seleções em finais e o Brasil lidera com folga. Foram 19 vitórias para os brasileiros e apenas três para os arquirrivais. No total, os dois times se enfrentaram 52 vezes e o retrospecto anota 27 vitórias para o Brasil, 20 empates e 5 derrotas.
No caminho rumo à quarta medalha de ouro no megaevento continental, o Brasil, que não sofreu gols neste Parapan, empatou em 0 x 0 com a Colômbia e com a Argentina, venceu o México por 3 x 0, goleou a Costa Rica por 4 x 0, obteve uma vitória ainda mais contundente sobre o Peru por 5 x 0 até, finalmente, vencer os argentinos na decisão.
Para o capitão Ricardinho, que além do tetracampeonato parapan-americano tem na carreira o tricampeonato nos Jogos Paralímpicos, conquistados em Rio 2016, Londres 2012 e Pequim 2008, e outros três campeonatos mundiais, na Espanha em 2018, no Japão em 2014 e na Inglaterra em 2010, a hegemonia brasileira na modalidade pode ser explicada por alguns fatores.
“É um número expressivo, ainda em se tratando de tantas finais com nosso maior rival. Acho que a receita disso tudo é que nós temos um grande treinador, uma geração de atletas que além de bons e são diferenciados no quesito de que nós somos muito dedicados. A história de vida da maioria aqui foi um pouco sofrida, então a gente aprendeu desde cedo a dar valor às coisas. A gente trabalha sempre para melhorar e nosso time está mostrando que sempre está evoluindo”.
Citado por Ricardinho, o técnico Fábio Vasconcelos complementou as palavras de um dos seus principais jogadores e, além da força do grupo, creditou o sucesso à estrutura que a equipe tem à disposição para trabalhar no Centro de Treinamento Paralímpico em São Paulo, um dos legados dos Jogos Rio 2016.
“É um grupo muito forte. A estrutura que a gente tem hoje é muito boa também, temos a seleção de base para sempre estar revelando jogadores mais jovens, e o grupo ganha os campeonatos, mas não se acomoda. Pelo contrário. A gente sabe que o mundo hoje quer ganhar do Brasil. A gente sabe que vai chegar um dia em que vamos perder, mas estamos mantendo esse trabalho. Era um campeonato muito importante. Ano que vem temos a Paralimpíada, que é o final do ciclo e que é muito importante para o Brasil. Essa vitória é de um grupo merecedor, de uma comissão merecedora e com certeza vai nos dar uma tranquilidade para a gente trabalhar para brigar por mais uma medalha de ouro na Paralimpíada do Japão”.
Depois de sofrer com problemas no joelho e ter ficado de fora da Copa América este ano, quando o time foi campeão justamente batendo a Argentina na final em São Paulo, Jefinho comemorou o retorno à equipe e o gol que marcou na final. “Fico muito feliz por poder contribuir com esse gol para mais essa conquista”, ressaltou o jogador, um dos mais experientes do time, que tem no currículo os mesmos títulos de Ricardinho.
Bolsa Atleta
Dos dez atletas da seleção brasileira de futebol de 5 que brilharam em Lima, oito recebem a Bolsa Atleta do Governo Federal: Ricardinho, Jefinho, Cassio, Gledson, Jardiel, Maicon, Nonato e Tiago. O investimento total nesses atletas é de R$ 219,3 mil por ano.
Luiz Roberto Magalhães, de Lima, no Peru – rededoesporte.gov.br