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06/08/2016 03h30

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Basquete brasileiro busca retomada de dias de glória nos Jogos Rio 2016

Última medalha do país foi o bronze conquistado pela Seleção feminina em Sydney 2000, que neste sábado estreia contra a poderosa Austrália, às 17h30, na Arena da Juventude, em Deodoro

Para o basquete brasileiro, tanto feminino quanto masculino, os Jogos Olímpicos Rio 2016 são uma oportunidade de resgate e redenção. Fora do pódio olímpico desde o bronze conquistado pelo time feminino em Sydney 2000, a modalidade tenta, em casa, voltar a figurar entre os melhores do mundo.

Na história das Olimpíadas, os donos da casa somam cinco medalhas. O basquete entrou oficialmente nos Jogos em Berlim 1936. De lá para cá, a equipe masculina conquistou três bronzes (Londres 1948, Roma 1960 e Tóquio 1964) e a equipe feminina subiu ao pódio duas vezes. Além do bronze na Austrália, o time liderado por Paula e Hortência foi responsável pelo melhor resultado da história do país: a prata em Atlanta 1996.

Para encerrar o jejum de medalhas no Rio de Janeiro, ambas as seleções do Brasil apostam na experiência. O time masculino certamente verá a despedida olímpica de uma geração que marcou seu nome no basquete internacional, embora não tenha conquistado uma medalha olímpica ou mundial.

A Seleção Brasileira feminina, da pivô Érika: estreia complicada nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Foto: Getty Images

Possivelmente o Rio 2016 será a última edição dos Jogos para nomes como Leandrinho, Alex, Marquinhos, Nenê, Guilherme Giovannoni e Rafael Hettsheimeir. Para ajudá-los na missão de voltar a figurar no pódio, o comando técnico é do argentino Rubén Magnano, que fez história ao levar sua seleção ao ouro olímpico em Atenas 2004. Além dos mais velhos, Magnano também contará com nomes que vão assumir o protagonismo da próxima geração, como Raulzinho, Vitor Benite, Rafael Luz e Augusto Lima, os únicos integrantes da equipe com menos de 30 anos.

Do lado feminino a aposta é semelhante. O técnico Antonio Carlos Barbosa deposita suas fichas em veteranas com carreiras sólidas no esporte, como a pivô Érika, a ala Iziane e a armadora Adrianinha. Ao mesmo tempo, Barbosa abre espaço na equipe para jogadoras mais jovens e muito talentosas, como a pivô Clarissa, a ala-pivô Damiris, a pivô Nádia e a ala Isabela Ramona.

Contando com o fator casa a seu favor e apostando na vasta experiência internacional de seus principais atletas, as seleções brasileiras de basquete esperam conseguir recolocar o país no pódio e alcançar a sonhada medalha no Rio 2016. O caminho, no entanto, não será fácil.

Os grupos do Brasil

A Seleção Brasileira masculina está no Grupo B e terá oponentes fortes pela frente. A primeira partida é contra a Lituânia, importante escola europeia da modalidade, no domingo (7.8), às 14h15, na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico, da Barra da Tijuca. Dois dias depois, em 9 de agosto, o adversário é a Espanha, atual vice-campeã olímpica. Em 11 de agosto, os brasileiros pegam a Croácia, que se classificou pelo Pré-Olímpico Mundial. As últimas duas partidas da primeira fase são o clássico contra a Argentina, em 13 de agosto, e o duelo com a Nigéria, no dia 15. No Grupo A masculino estão França, Estados Unidos, Venezuela, Sérvia, China e Austrália.

Já o time feminino integra o Grupo A da competição e estreia logo diante de uma potência do basquete feminino: a Austrália, neste sábado (6.8), às 17h30, na Arena da Juventude, em Deodoro. Os jogos seguintes são contra o Japão (8.8), a Bielorrússia (9.8), a França, atual vice-campeã olímpica (11.8) e a Turquia (13.8). O Grupo B das mulheres conta com Canadá, Espanha, Estados Unidos, Senegal, Sérvia e China.

24 times, seis medalhas

O sistema de disputas do basquete será rigorosamente o mesmo no masculino e no feminino. As 12 equipes foram divididas em dois grupos de seis. Na primeira fase, todos jogam contra todos. Os quatro melhores de cada lado avançam para as quartas de final. O primeiro colocado de um grupo enfrenta o quarto colocado do outro na fase seguinte, enquanto segundos e terceiros colocados também jogam por um lugar na semifinal.

O torneio olímpico de basquete começa neste sábado (6.8) e só termina no último dia dos Jogos, em 21 de agosto. As partidas que decidirão as seleções medalhistas no feminino serão realizadas em 20 de agosto, enquanto a disputa pelo bronze e pelo ouro no masculino serão em 21 de agosto.

Os quatro duelos decisivos serão disputados na Arena Carioca 1, uma das instalações do Parque Olímpico da Barra. O local será palco de toda a competição masculina, desde a primeira fase. O basquete feminino, por outro lado, terá sua primeira fase realizada na Arena da Juventude, em Deodoro.

Olho neles

Diversas das maiores estrelas do basquete mundial estarão no Rio de Janeiro entre 6 e 21 de agosto. A maior atração, é claro, são os norte-americanos. Tanto no masculino quanto no feminino os Estados Unidos são amplamente favoritos ao título. No masculino, nomes como Kevin Durant, Carmelo Anthony, Kyrie Irving, Paul George e Draymond Green lideram a equipe, enquanto, no feminino, lendas do esporte como Sue Bird, Diana Taurasi e Tamika Catchings dividem os holofotes com novas sensações como Elena Delle Donne e Breanna Stewart.

Mas o basquete no Rio 2016 contará com mais do que apenas as estrelas norte-americanas. Uma das atrações será a seleção masculina da Argentina. A geração de ouro de Atenas 2004 estará representada por craques como Manu Ginóbili, Luís Scola e Andrés Nocioni. Há a expectativa de que seja a última competição deles juntos com a camisa argentina.

Outra equipe recheada de craques é a Espanha. O time será liderado pelo pivô Pau Gasol, que terá ao seu lado nomes consagrados do basquete mundial como Juan-Carlos Navarro e Rudy Fernández, além de atletas que atuam na NBA, casos de Ricky Rubio, Sergio Rodríguez, Juan Manuel Calderón e Nikola Mirotic.

Hegemonia histórica

Medalhistas de ouro no masculino e no feminino em Pequim 2008 e em Londres 2012, os Estados Unidos detêm um histórico quase perfeito no basquete olímpico. São 26 medalhas no currículo, sendo 21 de ouro, duas de prata e três de bronze. Os norte-americanos fizeram a dobradinha cinco vezes na história desde Montreal 1976, quando o basquete feminino passou a fazer parte do programa olímpico.

No masculino, a única edição dos Jogos que não teve os Estados Unidos no pódio foi a de Moscou 1980. Naquele ano, os norte-americanos boicotaram a competição e não participaram. Assim, o título ficou com a Iugoslávia, enquanto a Itália foi prata e a União Soviética foi bronze.

Entre as mulheres, os Estados Unidos conquistaram todas as medalhas de ouro do basquete desde Atlanta 1996. A única edição que não contou com as norte-americanas no pódio foi também a de Moscou, por causa do boicote. No Rio 2016, a seleção feminina vai em busca de seu sexto ouro consecutivo, enquanto o time masculino tenta o terceiro seguido.

Vagner Vargas – brasil2016.gov.br