Futebol
Copa 2018
Balanço da arbitragem indica 17 revisões feitas pelo "VAR" em 48 jogos
Antes de a bola rolar para o mata-mata da Copa do Mundo, a FIFA fez um balanço parcial da arbitragem nas 48 partidas da fase de grupos do Mundial da Rússia. O ponto mais debatido na análise foi o uso da tecnologia para auxiliar os árbitros, batizada de VAR (sigla em inglês para video assistant referee, ou árbitro assistente de vídeo). Na vida prática, trata-se de uma equipe que fica numa sala repleta de telas de vídeo com acesso aos replays das jogadas para ajudar o árbitro em campo nas decisões mais polêmicas.
- Imagem que passou a ser frequente nos jogos da Copa: revisão por vídeo de lances polêmicos. Foto: Getty Images
Segundo as informações divulgadas pela entidade responsável pela gestão do futebol mundial, o VAR conferiu, ao todo, 335 incidentes ao longo da primeira fase, média de 6,9 por jogo. Desse total, 17 resultaram em sugestões de revisão da decisão do árbitro. Em 14 situações, a primeira decisão tomada foi alterada. Em outras três, o árbitro em campo, soberano para a decisão final, manteve a opinião original.
"O importante é que 95% das decisões tomadas pelos árbitros sem a ajuda do VAR foram corretas, e esse percentual subiu para 99,3% com a intervenção da tecnologia"
Pierluigi Colina
"Durante uma competição como essa, não é possível que tudo seja 100% perfeito. Algumas coisas precisaram ser ajustadas baseadas no que ocorreu nos primeiros jogos, mas o importante é que 95% das decisões tomadas pelos árbitros sem a ajuda do VAR foram corretas, e esse percentual subiu para 99,3% com a intervenção da tecnologia", afirmou o chefe do comitê de arbitragem da FIFA, Pierluigi Colina.
Durante a coletiva de imprensa em que foram apresentados os dados sobre arbitragem, um dos lances utilizados como exemplo foi o gol da Suíça sobre o Brasil no empate da Seleção na estreia, por 1 x 1. A comissão técnica brasileira reclamou de um empurrão faltoso do meia Steven Zuber sobre o zagueiro Miranda. A avaliação da comissão de arbitragem foi de que o toque foi de jogo, e que o gol foi válido.
"No centro do processo de decisão está o árbitro em campo. O VAR não decide, ele apenas recomenda uma revisão em campo. Em todas as jogadas passíveis de interpretações, queremos que o juiz siga no centro das decisões", afirmou o responsável pelo projeto do VAR, Roberto Rosetti.
Disciplina
Ao longo da competição, foram mostrados 162 cartões amarelos, média de 3,4 por partida, e três vermelhos. Um direto e dois após o segundo amarelo. "Essa média de 3,4 cartões amarelos é absolutamente coerente com outras competições de grande porte, e o número de vermelhos é, definitivamente, menor. É algo que prova que o respeito dos atletas por seus oponentes, até agora, tem sido muito bom. Nós pedimos aos árbitros para serem muito severos na proteção da imagem do jogo e na segurança dos jogadores", completou Colina.
Outro dado importante auxiliado pela tecnologia foi o número de pênaltis, maior que em outras edições da Copa do Mundo. Foram 24 assinalados, sete deles com o auxílio da tecnologia. Num Mundial marcado pelos gols nos últimos minutos, os acréscimos tiveram papel importante. Cada jogo teve média de 6min15s de tempo adicional, e a média de tempo de bola rolando durante os 90 minutos foi de 56min45s.
Rededoesporte.gov.br, com informações da FIFA