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Atletismo

24/07/2021 05h33

Judô

Após começo fulminante, Brasil para em adversários complicados e termina primeiro dia do judô sem medalhas

Gabriela Chibana precisou de apenas 14 segundos para fazer o primeiro ippon dos Jogos Olímpicos de Tóquio, mas acabou caindo na segunda luta, assim como Eric Takabatake

O início da caminhada do Brasil no judô em Tóquio foi fulminante. Logo na primeira luta da modalidade, no lendário Nippon Budokan, um verdadeiro templo das artes marciais, a brasileira Gabriela Chibana precisou de apenas 14 segundos para conseguir o primeiro ippon dos Jogos Olímpicos. Ela não deu chances a Harriet Bonface, do Malauí, e avançou para as oitavas da categoria 48kg. No masculino, nova vitória brasileira. Eric Takabatake enfrentou Soukphaxay Sithisane, de Laos. A luta foi mais dura que a de Chibana, mas o brasileiro somou dois wazaris e venceu.

Eric Takabatake parou diante do sul-coreano Kim Won Jin, nono do ranking mundial. Foto: Breno Barros/ rededoesporte.gov.br

A alegria verde e amarela parou por aí. Já na segunda luta, Chibana e Takabatake pegaram adversários duríssimos e não conseguiram avançar. Gabriela encarou a primeira colocada do ranking mundial na categoria, Ditria Krasniqi, de Kosovo. Ela bem que tentou, mas com cerca de 1min40s para o fim do tempo, Krasniqi acertou uma entrada e fez um ippon.

O adversário de Eric Takabatake foi o coreano Kim Won Jin, nono no ranking mundial e cabeça de chave em Tóquio. A luta foi duríssima. Eric levou duas punições, mas se defendeu bem e levou a luta para o golden score. A partir daí, o brasileiro arriscou mais e chegou a derrubar o coreano, que girou e conseguiu cair de frente. O lance chegou a ir para revisão, mas os árbitros não deram o ponto a Eric. A luta seguiu dura, mas com 3min41s de tempo exta, Kim conseguiu o golpe que eliminou o brasileiro.

“Dói, dói muito. Agora, por enquanto, é só esse sentimento de dor, não sei ainda se vai reverter esse sentimento, espero que sim. Porque é um esforço, é uma vida, né? Fico chateada pelo meu país”
Gabriela Chibana

Como só vão para a repescagem os lutadores que chegam às quartas de final, Chibana e Takabatake deram adeus às disputas. Emocionada, Gabriela não segurou o choro. “Dói, dói muito. Agora, por enquanto, é só esse sentimento de dor, não sei ainda se vai reverter esse sentimento, espero que sim. Porque é um esforço, é uma vida, né? Fico chateada pelo meu país”, desabafou a brasileira.

Embora não escondesse a tristeza pela eliminação, Gabriela se disse feliz por ter lutado no Japão, terra de seus avós paternos, que nasceram em Okinawa. “A energia sempre é boa, ainda mais no judô, que é um esporte que tem essa origem no Japão. A gente tem todo o respeito pelo país, pela cultura, pelo judô, é uma sensação boa, uma energia diferente. Eu tenho carinho pela minha família ser de Okinawa, tenho orgulho, me sinto feliz”, disse.

Investimento federal

No ciclo Rio–Tóquio, o judô brasileiro recebeu investimento direto, via Bolsa Atleta, de R$ 16,2 milhões. Os recursos representaram a concessão de 1.056 bolsas para praticantes do esporte. Dos 13 atletas que compõem a delegação brasileira da modalidade em Tóquio, 11 são beneficiados atualmente pelo Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal brasileiro. Nove deles, incluindo Larissa e Daniel, são da categoria Pódio, a mais alta do programa, voltada para atletas que estão entre os 20 primeiros do mundo em sua modalidade.

Torcida pela equipe

Se Gabriela não segurou o choro, Eric Takabatake mostrou-se mais tranquilo após a derrota. “É difícil mesmo ter perdido depois de todo o sacrifico para estar aqui, que foi bem complicado, mas também não é hora de ficar chorando o que aconteceu. Agora é parar para pensar, engolir isso hoje e amanhã torcer para a equipe, que ainda tem bastante gente pra lutar, e estou bastante confiante nessa equipe, acredito que a gente vai ter muitas medalhas”, apostou.

Feliz por ter lutado no Budokan, Eric disse que viveu um sonho desde o momento em que chegou ao Japão para os Jogos Olímpicos. “Tudo vou levar como sonho. Desde o momento que fui aclimatar em Hamamatsu para mim já era um sonho. Na vila, então... Isso aqui é o meu Hopi Hari, o meu parque de diversões, onde sempre quis estar. E só tenho coisas boas para falar, tudo superou minhas expectativas. Então tudo aqui vou levar como um sonho, uma experiência de vida”, resumiu.

Judô - Jogos Olímpicos de Tóquio

Pimenta e Cargnin

O Brasil volta ao tatame do Budokan na manhã deste domingo no Japão, noite de sábado no Brasil. A partir das 11h, Daniel Cargnin (66kg) e Larissa Pimenta (52kg) vão em busca da sonhada medalha. Daniel, que é o 13º do ranking mundial, estreia diante do egípcio Mohamed Abdelmawgoud, número 19 do mundo.  Larissa, 14ª do ranking, encara a polonesa Agata Perenc, que está na 24ª posição.

Mateus Baeta, de Tóquio, no Japão – rededoesporte.gov.br