Atletismo
Toronto 2015
Após a abertura, Parapan tem início neste sábado já com disputas de medalhas
A quinta edição dos Jogos Parapan-Americanos teve sua abertura na noite desta sexta-feira (7.08), em Toronto, no estádio da Universidade de York. O maior megaevento paralímpico da história do continente reúne 1.608 atletas, que representam 28 países em 15 modalidades. O grande charme da competição é que todos os esportes em disputa reservam vagas para os Jogos Paralímpicos Rio 2016.
"Nos próximos 14 meses, as Américas vão receber dois monumentais eventos paralímpicos. Toronto 2015 e Rio 2016 vão redefinir como as pessoas no continente pensam sobre elas mesmas e como pensam a respeito das outras", afirmou o presidente do Comitê Paralímpico das Américas, Jose Luis Campo.
Assim como nos Jogos Pan-Americanos, a cerimônia buscou unir um pouco das tradições canadenses com a modernidade do país que é uma referência econômica e esportiva. Em torno disso, o primeiro movimento, com danças típicas e roupas de época, buscou traduzir a cultura e o espírito das quatro primeiras nações que fundaram o estado de Ontário, onde fica Toronto. O conceito era mostrar alguns dos princípios que norteiam a consolidação do país e mostrar o compromisso das novas gerações com a manutenção das raízes nacionais.
Em seguida, veio a entrada das delegações, em ordem alfabética dos países representados e com o Canadá, anfitrião da festa, por último. O Brasil teve como porta-bandeira Terezinha Guilhermina, super campeã no atletismo. Ela puxou a delegação de 272 atletas e 19 apoiadores (atletas-guias, calheiros e pilotos), a maior do evento, na pista onde vai competir durante o Parapan. “É uma emoção indescritível. Um sonho que se tornou realidade”. O Brasil tem como meta manter a hegemonia continental, conquistadas nas duas últimas edições do evento: em Guadalajara, em 2011, e no Rio de Janeiro, em 2007.
A tocha que simboliza o início dos Jogos foi acesa pela canadense Chantal Petitclerc, do atletismo, maior medalhista da história do Canadá. A cerimônia terminou com um show do artista Francesco Yates, seguido de uma queima de fogos de artifício.
"A energia que esses atletas transmitem é o grande presente recebido por todos os que assistiram ao espetáculo de abertura do Parapan. Agora, é torcer para que o Brasil se mantenha no topo do pódio", afirmou o ministro do Esporte, George Hilton.
Orgulho nas arquibancadasA plateia que acompanhou a abertura foi formada, na maioria, por apaixonados pelo esporte e por familiares dos atletas. Caso do casal argentino Marta Laura Escalada e Javier Basiloff, pais do nadador Iñaki Basiloff. Com 14 anos, ele é o caçula da delegação do país. “É a primeira vez que ele participa de um evento tão grande. Para nós é incrível, um orgulho enorme. Jamais imaginamos”, disse a mãe, que ainda não conseguiu encontrar o filho. “Ele vai competir amanhã, mas conseguimos uma permissão para visita-lo na Vila dos Atletas”.
Alguns não precisaram se deslocar tanto para participar da cerimônia, como a mexicana Christine Minubielle, que vive em Toronto há 8 meses. “Percebo as pessoas contentes. Como há muitos latinos aqui, brasileiros, colombianos, venezuelanos, mexicanos, estamos desfrutando muito”, contou a operadora de sistemas, que se diz amante dos esportes. “Admiro o esforço deles para poder se sobressair e alcançar os resultados”.
Avó do capitão do time de vôlei sentado do Canadá, Marilyn Hinchey, de 76 anos, afirma que sua empolgação pelo neto, Austin Hinchey, merece até uma viagem ao Rio. “Vou ver todos os jogos do time. Se eles ganharem, vou ao Rio ano que vem. Lá quero conhecer as pessoas e ver as paisagens”, disse.
Disputa de medalhas
O primeiro dia de provas será neste sábado (8.08), e com atletas brasileiros disputando medalhas em quatro modalidades: natação, halterofilismo, ciclismo e bocha.
Na piscina do Parapan Am Aquatics Center, 18 nadadores do Brasil disputam 13 provas neste primeiro dia de Jogos. Daniel Dias é um dos que tem chance de já colocar o país no topo do pódio logo na estreia da modalidade. “Depois de um Mundial tão disputado quanto o de Glasgow, é difícil pensar em superar o tempo que marquei lá, mas somos atletas e sempre temos que fazer o nosso melhor para vencer e começar o Parapan com uma medalha”, disse.
Para o técnico-chefe da Seleção de natação, Leonardo Tomasello, essa sequência de competições grandes causam um desgaste, mas são importantes para o planejamento para 2016. “Estas provas de alto nível são as chances que temos para consolidar um trabalho bem feito ou arrumar o que ainda pode estar errado”.
No halterofilismo, no Mississauga Sports Centre, três atletas já sobem no banco de competições para tentar conquistar medalhas. No ciclismo, as provas de estrada começam com a disputa de resistência, no Ontario Place West Channel. Os cinco ciclistas do país convocados para o Parapan competem por um lugar no pódio. Já a bocha terá início com as disputas por equipes (BC1/BC2) e em duplas (BC3 e BC4).
Brasileiros também entram em quadra no goalball (masculino e feminino), basquete em cadeira de rodas (feminino e masculino), vôlei sentado masculino, rúgbi em cadeira de rodas, futebol de 7 e futebol de 5. No tênis de mesa, os 28 convocados começam as disputas das fases preliminares.
Ana Cláudia Felizola, Gabriel Fialho, Gustavo Cunha e Leonardo Dalla Rosa - Brasil2016.gov.br