Futebol5
Futebol de cinco
Após 17 anos, tem Brasil e Argentina de novo na final do futebol de cinco
Foi suado e debaixo de muita chuva. Foi necessário um gol contra do marroquino Imad Berka, aos 12 minutos do segundo tempo, para o Brasil garantir a classificação para a final do futebol de 5 dos Jogos Paralímpicos de Tóquio. A equipe segue invicta na competição e sem levar gol e enfrentará a Argentina no sábado (4.09), a partir das 5h30 (de Brasília).
Na partida contra o Marrocos, o Brasil apresentou um jogo mais lento e muito diferente das partidas anteriores. Segundo o defensor Cássio, o desempenho foi prejudicado pela chuva intensa que caiu durante os 40 minutos de partida realizada no Aomi Urban Sports Park.
“Pela característica do jogo da seleção brasileira, a chuva tem influência muito grande. Somos uma seleção de toque de bola, de velocidade e de transição e com a chuva tudo é prejudicado. A bola fica escorregadia, o campo fica pesado, além de o som ‘silenciar’ a bola”
Cássio, defensor
“Pela característica do jogo da seleção brasileira, a chuva tem influência muito grande. A gente tem que mudar muito porque somos uma seleção de toque de bola, de velocidade e de transição e com a chuva tudo é prejudicado. A bola fica escorregadia, o campo fica pesado, além do som ‘silenciar’ muito a bola”, explica.
“Então o jogo fica mais lento, fica individualizado e por isso as características da seleção são alteradas. Infelizmente nos prejudicou demais”, completa o atleta que é da classe B1 (cego total ou com percepção de luz, mas sem reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância).
Clássico na final
Após 17 anos, Brasil e Argentina voltam a se enfrentar numa final paralímpica do futebol de 5. O primeiro confronto foi na estreia da modalidade no programa dos Jogos, em Atenas 2004, quando Brasil foi o campeão, ao superar, nos pênaltis, os argentinos por 3 x 2.
Para Tóquio, a seleção já espera uma partida dura, mas garante que está preparada para a pedreira. “É um clássico. Com certeza vai ser muito difícil, mas esperamos fazer um bom jogo. Nossa equipe vem forte para brigar pelo ouro”, afirma o técnico Carlos Felipe Conde. Na semifinal, a Argentina superou a China por 2 x 0. “Nosso time é muito qualificado. Somos uma equipe equilibrada, com muita técnica e raça. Os jogadores atacam muito bem e defendem muito bem. Além disso, temos um bom esquema tático com jogadas que podemos variar durante os 40 minutos de bola em campo”, completa Cássio.
- Jogador marroquino lamenta o gol contra de sua equipe, que acabou sendo o único do jogo. Foto: Pedro Ramos/ rededoesporte.gov.br
Investimento
Todos os dez convocados para a seleção brasileira em Tóquio são atualmente contemplados pelo Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal Brasileiro. O investimento direto nesse grupo, no ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, foi de R$ 1,16 milhão, garantido via Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. No ciclo paralímpico dos Jogos de Tóquio, o Ministério da Cidadania investiu R$ 2,68 milhões no futebol de 5 por meio do Bolsa Atleta. Entre 2017 e 2021, foram concedidas 145 bolsas em todas as categorias para os atletas da fut5, modalidade exclusiva para atletas cegos ou com deficiência visual.
Cynthia Ribeiro, de Tóquio, no Japão -rededoesporte.gov.br