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Atletismo

21/08/2016 03h52

Engenhão

Atletismo se despede do Estádio Olímpico após mais um dia de domínio dos EUA

Equipe norte-americana conquistou 31 medalhas no total, sendo três de ouro neste sábado. Brasil fica em oitavo no revezamento 4x400m

O atletismo se despediu do Engenhão, palco das provas de pista e de campo dos Jogos Olímpicos Rio 2016, neste sábado (20.08). Ao todo, foram sete finais: salto em altura feminino, 800m feminino, revezamento 4 x 400m feminino, lançamento de dardo masculino, 1.500m masculino, 5.000m masculino e revezamento 4 x 400m masculino. A última delas foi o revezamento dos homens e o resultado foi basicamente um resumo do que marcou o atletismo nos Jogos do Brasil.

Os Estados Unidos venceram a prova em 2m57s30, com a Jamaica em segundo com 2m58s16. As Bahamas completaram o pódio com 2m58s49, enquanto o Brasil terminou na oitava colocação, com 3m03s28.

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Estados Unidos com a medalha de ouro, uma imagem comum no Rio 2016. Norte-americanos levaram 31 medalhas só no atletismo nos Jogos Olímpicos. Foto: Patrick Smith/Getty Images

No quadro de medalhas da modalidade, os norte-americanos registraram um domínio impressionante, faturando 31 das 148 medalhas em disputa, sendo 13 de ouro, dez de prata e oito de bronze. O país não ia tão bem no evento desde os Jogos de 1984, em Los Angeles, quando faturaram 40 pódios (16 ouros, 15 pratas e nove bronzes). Atrás dos norte-americanos ficaram a Jamaica, com 11 medalhas (seis de ouro, três de prata e duas de bronze) e o Quênia, com 12 (cinco ouros, seis pratas e um bronze).

Neste sábado, além do ouro no revezamento 4 x 400m masculino, os Estados Unidos também subiram ao lugar mais alto do pódio na prova feminina e nos 1.500m masculino. No revezamento feminino, Allyson Felix, Phyllis Francis, Natasha Hastings e Courtney Okolo mantiveram uma hegemonia que já dura seis edições dos Jogos: o país foi ouro nos 4 x 400m desde Atlanta 1996 até o Rio 2016. Nos 1.500m, Matthew Centrowitz aproveitou a queda do queniano Ronald Kwemoni, líder do ranking mundial, para faturar o título.

“A gente só entra na pista e executa nosso plano de corrida, não focamos em coisas do passado porque só acrescentam uma pressão desnecessária. Então fico satisfeita que a gente não tenha entrado na prova com isso na cabeça”, comentou Natasha Hastings, falando sobre a hegemonia do país no revezamento feminino.

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Allyson Felix completa o revezamento 4x400m feminino dos EUA: sexto ouro consecutivo na prova nos Jogos Olímpicos. Foto: Matthias Hangst/Getty Images

Hastings admitiu que há uma certa pressão para os norte-americanos conseguirem terminar os Jogos à frente no quadro de medalhas da modalidade. “Não vou usar a palavra responsabilidade, mas houve uma conversa sobre ser parte do time, de que é esperado que nós voltemos com o maior número de medalhas e que estejamos no pódio em praticamente todos os eventos por sermos o time mais forte do mundo. Existe essa expectativa. É um sentimento que adiciona pressão, mas nesse nível temos que lidar com isso”, afirmou.

Mo Farah é bicampeão

Enquanto Usain Bolt dominou os 100m e os 200m nos Jogos Olímpicos, o britânico Mo Farah já pode ser considerado uma espécie de Bolt das provas longas. Neste sábado, Farah confirmou seu segundo bicampeonato olímpico no Rio 2016 ao levar o ouro nos 5.000m. Ele já havia conquistado o ouro nos 10.000m. Farah chegou ao Brasil como campeão olímpico de ambas, tendo vencido as provas nos Jogos de Londres 2012.

Mas se o velocista jamaicano sobrou na pista, especialmente nos 200m, Farah teve que suar até o fim para conseguir sua segunda medalha de ouro. Ele completou a prova em 13m03s30, um pouco à frente do norte-americano Paul Chelimo (13m03s90). O etíope Hagos Gebrhiwet foi medalha de bronze com 13m04s35.

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Mo Farah comemora o quarto ouro olímpico da carreira, o segundo no Rio 2016. Foto: Ezra Shaw/Getty Images

Farah se manteve entre os líderes o tempo todo, mas só disparou para a vitória na última volta. Chelimo ainda tentou acelerar para ultrapassar o bicampeão olímpico no fim, mas o britânico também apertou o passo e conseguiu seu quarto ouro olímpico.

“Eu sonhei em ser campeão olímpico quando era mais novo. Consegui em Londres e foi incrível. Agora, repetir o feito quatro anos depois... Não tenho nem palavras. Tive que estar no topo da minha performance mentalmente porque os caras estavam lá para me pegar. Tive que ficar alerta”, comentou Farah, que só assumiu a liderança no fim e prometeu gravar o nome dos quatro filhos nas medalhas de ouro acumuladas.

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Mo Farah em último nos 5.000m. Britânico se surpreendeu com o começo forte dos outros finalistas, mas saiu com mais um ouro no fim. Foto: Julian Finney/Getty Images

Brasil em oitavo

Classificado para a final dos 4x400m depois de 24 anos fora dos oito melhores da prova nas Olimpíadas, a equipe brasileira, formada por Pedro Burmann, Alexander Russo, Peterson dos Santos e Hugo Balduíno não conseguiu repetir a marca que assegurou a vaga. Correndo na raia um, os brasileiros cruzaram a linha de chegada em 3m03s28, contra os 3m00s43 da fase anterior.

“Estava esperando chegar aqui e correr abaixo dos três minutos na final”, admitiu Alexander Russo. “Era algo possível, mas não sei o que aconteceu. O que posso falar é que a gente fez o melhor que podia. Infelizmente não saiu como esperávamos. Era uma final olímpica, tudo pode acontecer. Saio com a cabeça erguida”, acrescentou o brasileiro.

Outros resultados

No salto em altura feminino, a espanhola Ruth Beitia ficou com o ouro em uma prova disputadíssima. As quatro primeiras atletas alcançaram a marca de 1,97m. A espanhola levou o título por ter sido a primeira a conseguir o feito. Mirela Demireva, da Bulgária, foi prata, e Blanka Vlasic, da Croácia, ficou com o bronze. A norte-americana Chaunte Lowe, mesmo conseguindo a marca de 1,97m, ficou fora do pódio.

O lançamento de dardo também não teve Estados Unidos no pódio. O alemão Thomas Rohler foi ouro com a marca de 90,30 metros. O queniano Julius Yego foi prata com 88,24 metros e Keshorn Walcott, de Trinidad e Tobago, levou o bronze com 85,38 metros.

Já nos 800m feminino, Caster Semenya, da África do Sul, foi a campeã com o tempo de 1m55s28, novo recorde sul-africano da prova. Francine Niyonsaba, de Burundi, ficou com a prata ao cruzar a linha em 1m56s49. Foi apenas a segunda medalha da história do país nos Jogos Olímpicos. Margaret Wambui, do Quênia, levou o bronze (1m56s89).

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Francine Niyonsaba (E) e a alegria pela segunda medalha da história de Burundi nos Jogos Olímpico. Foto: Patrick Smith/Getty Images

“Sou uma medalhista olímpica. A primeira do meu país desde 1996, então é uma honra para mim e para o país. Fiz história para Burundi. Não é uma medalha para mim, é para o país. Estou muito feliz. Talvez por isso eu tenha corrido tão bem”, comemorou Niyonsaba.

Despedida oficial

Embora as provas de pista e campo tenham acabado, o atletismo ainda tem um último compromisso marcado no Rio 2016: a maratona masculina. A largada está marcada para às 9h30, no Sambódromo. Os atletas vão percorrer 42km pelo Rio de Janeiro até a chegada, que também será no Sambódromo. O Brasil terá três atletas competindo: Marilson dos Santos, Solonei Rocha e Paulo Roberto de Almeida.

Vagner Vargas - Brasil2016.gov.br