Você está aqui: Página Inicial / Notícias / A pontaria ilimitada de Matt Stutzman

Atletismo

10/08/2015 21h44

Toronto 2015

A pontaria ilimitada de Matt Stutzman

Atleta que não tem os dois braços conquista a prata no arco composto no Paran de Toronto e sonha com o ouro nas Paralimpíadas do Rio
1 | 3
Matt Stutzman conquistou a medalha de prata no arco composto no Parapan de Toronto, no Canadá. Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br
2 | 3
Matt Stutzman conquistou a medalha de prata no arco composto no Parapan de Toronto, no Canadá. Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br
3 | 3
Matt Stutzman conquistou a medalha de prata no arco composto no Parapan de Toronto, no Canadá. Foto: Danilo Borges/Brasil2016.gov.br
MATT_STUTZMAN_ARQUEIRO_2.jpg
MATT_STUTZMAN_ARQUEIRO_4.jpg
MATT_STUTZMAN_ARQUEIRO_3.jpg

banner_parapan_coberturaespecial_1130x150.jpg

Não dá para ser indiferente à cena: Matt Stutzman posiciona o arco com os pés, fixa com a boca a corda a um gancho no ombro direito e tensiona o conjunto com uma mistura de movimentos dos pés e do tronco. Em seguida, estabiliza a mira, ativa uma espécie de gatilho com a boca e acerta com precisão de "prata parapan-americana" o alvo a 50 metros de distância.

O atleta norte-americano de 32 anos se auto-intitula "The Armless Archer" (Arqueiro sem braços, em tradução literal) e é extremamente competitivo no arco composto. Medalha de prata nos Jogos Paralímpicos de Londres, em 2012, ele perdeu a final em Toronto para o companheiro de equipe Andre Shelby, pelo apertado placar de 144 a 140 na decisão.

"Não foi exatamente como eu esperava, mas tenho de reconhecer que o Andre atirou muito, muito bem. Eu tive problemas para gerenciar o tempo entre os disparos. Acho que no começo isso me prejudicou, porque acabava acelerando demais. Mas é seguir adiante e melhorar", afirmou, em referência ao fato de que o tempo para executar cada um dos tiros é de 20 segundos.

Criado numa família que nunca o tratou com regalias ou preconceitos, Matt Stutzman costumava acompanhar o pai em caçadas. Nelas, o instrumento utilizado era o arco e flecha. "Ele sempre me dizia que se fosse um bom atirador, poderia ser melhor caçador. Com o tiro com arco, percebi que poderia colocar comida na mesa da minha família com o esporte", afirmou.

Para ele, que alimenta o sonho paralímpico de 2016, o importante foi ter conquistado, com a final integralmente americana em Toronto, duas vagas para o time dos EUA nos Jogos do Rio. "É difícil vencer os concorrentes internos e por isso conquistar as vagas foi importante. Agora teremos o Mundial na Alemanha, no fim do mês, depois as seletivas e quero pensar em um passo de cada vez. Mas sonho com o ouro em 2016, sim", afirmou Stutzman, que começou a praticar a modalidade em 2010 e havia terminado em quarto o Parapan de Guadalajara, no México, em 2011.

Gustavo Cunha, de Toronto - Brasil2016.gov.br