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Tenis de mesa

19/04/2019 10h52

Budapeste 2019

"Capital esportiva da Europa", Budapeste está pronta para o Mundial de tênis de mesa

As 32 mesas que vão receber quase 600 atletas de 143 países estão montadas em duas arenas no Hungexpo, na Hungria. Brasil tem oito atletas na competição de 21 a 28 de abril

Mundial de Tênis de Mesa 2019

As 32 mesas de jogo estão prontas. Muitos dos quase 600 atletas de 143 países já experimentaram as duas arenas montadas na estrutura do Hungexpo, na capital húngara. A principal delas, com apenas quatro áreas de jogo, é reservada aos confrontos decisivos, que vão coroar cinco novos campeões mundiais de tênis de mesa, nas disputas individuais (masculina e feminina) e de duplas (nos dois naipes e mistas). A competição será de 21 a 28 de abril e os ingressos para as finais já estão esgotados.

A Federação Internacional da modalidade (ITTF na sigla em inglês) espera uma audiência recorde, de mais de 400 milhões de pessoas em 145 países. Para isso, montou uma estrutura de transmissão que envolve mais de 60 câmeras profissionais e uma estimativa de 10 quilômetros de cabo. A ideia é garantir imagens de qualidade e estrutura para mais de 300 profissionais de imprensa.

#pracegover: foto mostra uma imagem geral das quatro mesas que serão usadas no Campeonato Mundial de Tênis de Mesa, em Budapeste, na Hungria
Arena principal do Mundial de Tênis Mesa: quatro mesas e alta tecnologia para transmissão. Foto: Abelardo Mendes Jr. /rededoesporte.gov.br
"A nossa ideia é que cada atleta, técnico, público ou mídia se sinta como um participante VIP do evento e reforce a vocação de Budapeste como capital esportiva da Europa"
Roland Nátrán, presidente da federação húngara de tênis de mesa

Para garantir a experiência adequada para torcedores, atletas e técnicos, centenas de profissionais de apoio, entre árbitros, profissionais de antidopagem e responsáveis pelas áreas de saúde, estatísticas e de resultados, estão a postos. Os patrocinadores finalizam os estandes de material esportivo e a área de diversão para torcedores.

"A nossa ideia é que cada atleta, técnico, público ou mídia se sinta como um participante VIP do evento e reforce a vocação de Budapeste como capital esportiva da Europa", afirmou Roland Nátrán, presidente da federação húngara de tênis de mesa, na coletiva de imprensa que abriu oficialmente o evento, nesta sexta-feira (19.04).

Além do Mundial de Tênis de Mesa, a cidade do leste europeu receberá eventos importantes em 2019 do futebol feminino (final da Champions League) e da canoagem (pré-olímpico), além de ter sido palco recente de um Mundial de Desportos Aquáticos (2017) e de um Mundial de Wrestling (2018).

#pracegover: foto mostra um retrato da chinesa Cheng Meng fazendo uma alusão simbólica a um coelho da Páscoa, a partir do símbolo de um dos patrocinadores do evento
A chinesa Cheng Meng: ótimas recordações de Budapeste: ela conquistou o Aberto da Hungria em janeiro de 2019. Foto: Abelardo Mendes Jr. /rededoesporte.gov.br

"A atividade física como lazer e o esporte de alto rendimento são estratégicos para nós. Temos uma política tanto de investimento em estrutura esportiva como de realização de eventos, para ativar a economia e incentivar o turismo em nossa cidade", afirmou a ministra do Esporte da Hungria, Tünde Szabó. "Com a tecnologia cada vez mais avançada, os requisitos de estrutura são cada vez mais minuciosos, mas podem ter certeza de que seguimos todos os padrões mais elevados", completou a ministra.

Tradição húngara e expectativas altas

Diante dos 13 atletas que vão representar os donos da casa na competição, o presidente da ITTF, Thomas Weikert, ressaltou a tradição do país na modalidade. "São quase 70 anos desde que Budapeste sediou um Mundial pela última vez, em 1950, mas o país tem imensa história no nosso esporte", afirmou o dirigente.

Os húngaros são donos de 20 medalhas de ouro individuais conquistadas desde a primeira edição do torneio, realizada em 1926. Dois atletas foram pentacampeões: Victor Barna (1930, 1932, 1933, 1934 e 1935) e Maria Mednyanszky, que reinou nas cinco primeiras edições, organizadas entre 1926 e 1931. A última conquista húngara, no entanto, já faz bastante tempo. Veio em 1975, com Istvan Jonyer. 

A coletiva também reuniu dois atletas do top 10 mundial. A chinesa Cheng Meng, atual número três do mundo, e o sul-coreano Lee Sangsu, que ocupa a sexta colocação na listagem internacional da ITTF.  Para a chinesa, Budapeste traz boas recordações. Em janeiro de 2019, a cidade recebeu o Aberto da Hungria como forma de aperitivo para o Mundial. Meng teve performance perto da perfeição. Foi campeã com cinco vitórias em que acumulou 20 sets vencidos e cinco perdidos. Dois deles na final, diante de sua compatriota Zhu Yuling, número dois do mundo. 

Nova geração tenta recuperar a tradição húngara no tênis de mesa. País acumula 20 medalhas de ouro individuais, mas não vence desde 1975. Foto: Abelardo Mendes Jr./rededoesporte.gov.br

"É muito bom estar de volta aqui. A competição em janeiro foi muito boa, me traz ótimas recordações. Espero que a mesma performance e sorte que tive naqueles dias continue agora", disse a atleta.

Lee Sangsu, por sua vez, faz parte do seleto grupo de atletas capazes de desafiar a hegemonia dos chineses, que venceram sete das últimas oito edições do Mundial masculino. "Os chineses, de fato, estão entre os mais habilidosos e competitivos, mas não são imbatíveis. Há muitos outros ótimos jogadores em vários países. Espero jogar no meu mais alto nível e estou sempre pronto para vencer", disse o atleta, que tem no currículo um bronze no último mundial individual, disputado em Dusseldorf, na Alemanha, em 2017. Na ocasião, ele só caiu na semifinal diante do atual número 1 do mundo, o chinês Fan Zhendong, que terminaria a competição com a prata.

#pracegover: fotos mostram as medalhas e o mascote do Campeonato Mundial de Tênis de Mesa de 2019, em Budapeste, na Hungria
Objeto de desejo dos atletas, as medalhas do Mundial foram apresentadas em conferência de imprensa em Budapeste. Fotos: Abelardo Mendes Jr. / rededoesporte.gov.br

Brasil com oito atletas

A delegação brasileira chega a Budapeste nesta sexta e já participará de uma sessão de treinos no HungExpo. O time nacional tem oito representantes, cinco no masculino e três no feminino (confira o infográfico). Sete dos oito são integrantes do Bolsa Atleta, programa da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. 

O destaque individual é o carioca Hugo Calderano. Com apenas 22 anos, o atleta brasileiro já vai para sua oitava disputa de Mundial. Até agora, foram quatro por equipes e três em disputas individuais. Hugo chega à edição de 2019 nas melhores condições de sua carreira, na sétima colocação no ranking mundial.

Em 2018, o brasileiro foi protagonista na campanha que levou o time brasileiro à inédita fase de quartas de final do Mundial por equipes, disputado na Suécia. Em 2017, no último mundial individual, na Alemanha, Hugo caiu na terceira fase, diante do chinês Xu Xin, atual número dois do mundo e integrante da equipe que foi campeã olímpica nos Jogos Rio 2016.

Forma de disputa

Nas chaves individuais masculina e feminina, os atletas são divididos em dois grupos. Os 64 melhores ranqueados ficam esperando nos primeiros dias o resultado do qualifying, como cabeças de chave. Entre os brasileiros, esse é o caso de Hugo Calderano, Gustavo Tsuboi, Eric Jouti e Bruna Takahashi. Para os demais, a preliminar é disputada em fase de grupos seguida de mata-mata. Daí saem outros 64 atletas que vão integrar a chave principal do torneio, que terá, assim, 128 mesatenistas. A partir daí, todos os confrontos são eliminatórios até a final. Nas duplas, as chaves principais têm 64 parcerias, com 32 cabeças de chave a partir do ranking internacional e outros 32 definidos no qualifying. 

Galeria de fotos (imagens disponíveis para download em alta resolução e uso editorial gratuito. Crédito: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br)

Mundial de Tênis de Mesa 2019

Os jogos são disputados em melhor de sete games. O atleta, para vencer, precisa ganhar quatro parciais, cada uma delas de 11 pontos. Pela regra oficial do tênis de mesa, os saques são alternados. Cada atleta executa o serviço duas vezes e passa o direito ao oponente. A única exceção é quando a parcial fica empatada em 10 x 10. Nessas situações, cada atleta executa um saque por vez, até que um dos dois alcance a diferença de dois pontos de vantagem, que encerra o game. Além do título de campeão mundial, o torneio é, ao lado dos Jogos Olímpicos, a competição que mais dá pontos aos seus campeões individuais no ranking da ITTF. São três mil. 

Infográfico - Mundial de Tênis de Mesa 2019

Gustavo Cunha, de Budapeste, na Hungria - rededoesporte.gov.br