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Jogos Paralímpicos
“Não é só a maior delegação, mas também a mais preparada”, diz chefe da missão brasileira
Não é só quantidade, garante o chefe da missão brasileira nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Além da delegação recorde com 287 atletas, segundo Edilson Alves da Rocha, o Tubiba, a equipe também é a mais bem preparada e chega focada para o megaevento que começa no próximo dia 7 de setembro.
“Não me canso de falar isso. Não é só a maior, mas também a melhor e mais bem preparada delegação que tivemos. A gente consegue perceber que está todo mundo disposto a fazer o melhor. A gente não coloca o peso da medalha para eles, a gente pede que eles façam o melhor. Se cada um conseguir o melhor resultado da vida nesses Jogos, isso vai nos colocar entre os cinco”, explicou Tubiba.
A meta do Comitê Paralímpico Brasileiro é chegar ao Top 5 do quadro de medalhas, avançando duas posições em relação a Londres 2012, quando o Brasil ficou em 7º ao conquistar 43 medalhas (21 ouros, 14 pratas, 8 bronzes). Os motivos para acreditar nesse objetivo estão nos resultados recentes.
“Basta a gente analisar o último ciclo e ver que as modalidades evoluíram. No vôlei sentado (masculino), por exemplo, passamos de um 5º lugar em Londres 2012 para o vice-campeonato mundial em 2014. O goalball (masculino) perdeu para Finlândia na final paralímpica e ganhou dela dois anos depois na final do Mundial. O futebol de 5 não perde um campeonato internacional há 9 anos. Isso sem contar a geração pós-Londres, que não esteve em 2012 e que subiu ao pódio em Mundiais desde então”, enumerou.
Nova geração e novas medalhas
Entre os destaques dessa nova geração, estão Verônica Hipólito, ouro nos 200m rasos da classe T38 no Mundial de Lyon em 2013, na França, então com 17 anos, e Petrúcio Ferreira, atualmente com 19 anos, detentor do recorde mundial nos 200m rasos da classe T47. Há exemplos na natação, como Talisson Glock, de 21 anos - prata nos 100m costas no Mundial de 2015 em Glasgow, na Escócia, com direito a recorde das Américas, e bronze nos 200m medley-, e em várias outras modalidades.
Medalhas inéditas também compõem a expectativa para o Rio 2016. Lauro Chaman, por exemplo, prata no Mundial de Paraciclismo 2014 na classe C5, representa a possibilidade de fazer história, já que o Brasil não tem medalhas paralímpicas no ciclismo. O vôlei sentado é outro esporte que pode levar o país a um pódio inédito, segundo Tubiba. Ele citou ainda modalidades nas quais o Brasil já foi medalhista em edições anteriores a Londres 2012 e que podem voltar a colocar o país entre os três melhores no Rio 2016, como o tênis de mesa, o remo e o futebol de 7. A razão para o otimismo vem também dos investimentos realizados nos últimos anos, tanto de forma direta ao atleta, como no caso da Bolsa Pódio, quanto na disponibilização de recursos para formação de equipes multidisciplinares e participação em competições e intercâmbios internacionais.
“Todo o investimento colocado fez a diferença. Para alguns atletas, o investimento significou uma prótese melhor, um equipamento próprio que antes não era possível, ou poder se dedicar apenas ao esporte. Foi possível melhorar o nível das modalidades, com mais intercâmbios e jogando contra as principais equipes. Sem isso, não há evolução, você precisa jogar contra os melhores”, afirmou.
Quanto ao fato de os Jogos serem no Brasil, Tubiba não tem dúvidas de que é algo positivo. “Pressão quem vai sentir são os adversários. O 'fator-casa' sempre faz a diferença e não tenho dúvidas de que vamos ter isso aqui também. No Parapan de 2007, estávamos perdendo a final do vôlei sentado para os Estados Unidos. A torcida empurrou e a gente virou o jogo em 3 x 2. Nunca mais perdemos para eles. Os atletas estão contagiados com a energia que viram nos Jogos Olímpicos, medalhistas como o Serginho (ouro no vôlei de quadra) e o Baby (Rafael Silva, bronze do judô) estiveram com eles e contaram como foi a experiência. Eles mal podem esperar para viver isso”, contou Tubiba.
Carol Delmazo, brasil2016.gov.br