Você está aqui: Página Inicial / Notícias / “Mundial terá o maior nível da história”, diz o técnico da seleção feminina de handebol

Atletismo

28/11/2015 18h23

Handebol

“Mundial terá o maior nível da história”, diz o técnico da seleção feminina de handebol

Treinador e atletas destacam crescimento de outras equipes e a dificuldade de conquistar o bi na Dinamarca. Amistosos no DF são cancelados novamente em função de umidade na quadra

Em 2013, diante de um ginásio lotado na Sérvia, a seleção brasileira surpreendeu. Após oito vitórias em oito jogos, as meninas bateram as donas da casa na final e conquistaram o histórico e inédito título mundial. Repetir o feito é o maior objetivo da equipe, que disputa o Mundial na Dinamarca entre 5 e 20 de dezembro. A tarefa, contudo, não será nada simples. A expectativa é de que esta seja a edição mais árdua de toda a história da competição.

“Estamos cientes de que este Mundial terá o nível maior que já tivemos na história. Vou chutar que quase sei as 16 equipes que vão se classificar para as oitavas de final. Teremos várias possibilidades de confronto que poderiam ser uma final”, acredita o técnico Morten Soubak, à frente da seleção brasileira desde 2009. “Estaremos lá para ganhar cada jogo, mas sabendo do nível dos adversários, que é muito alto”, ressalta.

“Vamos para ganhar cada jogo, mas sabendo do nível dos adversários, que é muito alto”, ressalta o técnico Morten Soubak. Foto: Roberto Castro/ME

Prevendo os fortes duelos pela frente, o dinamarquês prefere não encarar a equipe brasileira como favorita. “Temos uma seleção totalmente competitiva, mas que pode tanto chegar à medalha como também, infelizmente, perder uma partida de oitavas de final”, analisa.

“Nosso cruzamento vai ser complicado. A gente pode dar de cara com Rússia, Romênia, Espanha, Noruega. Todos são difíceis. A gente vai ter que trabalhar bastante e se concentrar”, adianta a pivô Daniela Piedade, uma das mais experientes da seleção. Aos 36 anos, a jogadora já disputou três Olimpíadas (Atenas-2004, Pequim-2008 e Londres-2012), além de seis mundiais, entre 2001 e 2013.

“Depois das Olimpíadas, as equipes se renovam muito. Tivemos o privilégio de continuar com a mesma equipe de 2012 para 2013. Foi uma união de vários fatores que levou a gente ao título”, considera. “Hoje as equipes estão renovadas, com atletas jovens que vêm evoluindo e crescendo a cada dia. Elas melhoraram, mas a gente também”, acrescenta Daniela.

» Novatas buscam espaço na seleção que defende o título mundial

» Em Brasília, equipe mira a integração para chegar afinada ao Mundial

» Chuva cancela jogos do primeiro dia do torneio Quatro Nações de handebol

Atletas da seleção fazem corrente antes de partida amistosa. Foto: Roberto Castro/ME

Com o retrospecto de quem integra a seleção adulta desde 2000, a pivô acredita que o grupo atual ainda precisa acertar detalhes antes de estrear na Dinamarca. “A equipe cresceu muito e ainda precisa melhorar mais. Eu vejo que a gente ainda não está no mesmo nível de 2013, mas ainda temos alguns dias para chegarmos afinadas ao Mundial”, completa, lembrando também que o trabalho tem como foco primordial as Olimpíadas de 2016.

Capitã da seleção, Fabiana Diniz, a Dara, destaca ainda a importância que a competição do próximo mês terá para a classificação ao Rio 2016. “É um Mundial em véspera de ano olímpico, que dá vaga para o pré-olímpico e uma vaga direta para as Olimpíadas. Ou seja, todo mundo quer estar entre os oito primeiros”, explica. O Brasil tem uma pressão a menos por já estar garantido nos Jogos. Primeiro, por ser país-sede. Segundo, por ter vencido os Jogos Pan-Americanos de Toronto. “Hoje nós somos a equipe a ser batida. Todo mundo quer bater o Brasil e as outras nos analisam de maneira diferente”, afirma Dara.

Atletas tentaram ajudar a deixar a quadra seca, mas não foi possível disputar o amistoso com segurança. Foto: Roberto Castro/ME
Atletas tentaram ajudar a deixar a quadra seca, mas não foi possível disputar o amistoso com segurança. Foto: Roberto Castro/ME

Amistosos novamente cancelados

Neste sábado (28.11), o Brasil estreou no Torneio Quatro Nações, em Brasília, em partida contra a Eslovênia. A exemplo da véspera, quando a chuva provocou o cancelamento dos jogos, o duelo precisou ser paralisado aos 19 minutos em função das goteiras do ginásio Nilson Nelson. Algumas jogadoras chegaram a escorregar na quadra molhada e o técnico Morten Soubak interrompeu o confronto com o placar em 8 x 8.

As seleções da Sérvia e da Argentina, que jogariam em seguida, optaram por se deslocar até o Centro de Capacitação Física dos Bombeiros, onde as equipes realizaram treinamentos ao longo da semana. As duas seleções deram início ao jogo, que também acabou interrompido, aos nove minutos, devido ao piso escorregadio. O placar ficou em 6 x 5 para a Sérvia.

“Nós realmente queríamos nos preparar para o Mundial, mas agora é melhor não jogar do que alguém se machucar. Quando chegarmos à Dinamarca, teremos mais alguns dias de preparação”, comentou a armadora direita Jelena Zivkovic, da Sérvia. Amanhã (29), o torneio será encerrado com as disputas entre Brasil x Sérvia e Argentina x Eslovênia, também no centro dos bombeiros.

Programação – Torneio Quatro Nações 

Domingo (29)
10h - Argentina x Eslovênia
12h - Brasil x Sérvia
Local: Centro de Capacitação Física dos Bombeiros

Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br