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Atletismo

10/08/2016 04h06

Rúgbi

“Go, Fiji, go!”, rúgbi faz torcedores cruzarem o mundo por seleção

Fanáticos pela modalidade, nativos do conjunto de ilhas da Oceania acompanham equipe vencer o Brasil na estreia

Nas coloridas arquibancadas verde, laranja e amarelo do Estádio de Deodoro, a cor que se destacou nesta terça-feira (09.08) foi o azul claro. Na abertura das disputas do rúgbi seven nos Jogos Rio 2016, os torcedores fijianos chamaram a atenção pelos trajes, alegria e gritos de “Go, Fiji, go”. Fanáticos pela modalidade, eles cruzaram o mundo para acompanhar a seleção, confiantes na conquista da primeira medalha olímpica do país, um conjunto de ilhas na Oceania. E o primeiro confronto foi justamente contra os Tupis, como é chamada a equipe brasileira.

Stanley Whippy atraiu a atenção nas arquibancadas do Estádio de Deodoro. Foto: Gabriel Fialho/Brasil2016.gov.br

Um deles é Stanley Whippy, que atraía olhares pela peruca colorida e pelo orgulho com que ostentava a bandeira de Fiji. Atualmente morando na Austrália, ele conta que no país natal as pessoas desde cedo aprendem a correr com uma bola nas mãos. “Quando você é criança, uma das primeiras coisas que você segura é uma bola. Pode ser um coco, ou uma garrafa plástica, que você usa para aprender a passar e a chutar a bola. Depois, quando você está na escola, joga com uma bola de verdade e é uma das primeiras coisas que você aprende com o seu professor. Daí você começa a praticar”.

As semelhanças com a paixão dos brasileiros pelo futebol não param aí. Em dia de grandes jogos da seleção de rúgbi, Fiji para, como relata Alan Ricketts. “Definitivamente o rúgbi é o nosso esporte número um. Quando há um grande jogo, tudo fecha. Até o aeroporto”. Acompanhado pela esposa Denise, Alan volta para Sydney, onde vive, no próximo sábado, um dia após a final da modalidade nas Olimpíadas. “Nós seguimos a seleção em todos os torneios pelo mundo”, afirmou o torcedor, que espera ver o time no alto do pódio na véspera de embarcar de volta para casa. “Estamos confiantes no ouro”. Denise ressalta: “Temos o melhor técnico do mundo”.

Denise e Alan Ricketts, primeiros da esquerda para a direita, com grupo de amigos que viaja o mundo pelo rúgbi. Foto: Gabriel Fialho/ Brasil2016.gov.br

“É uma grande sensação estar aqui, amo esse lugar. A atmosfera está fantástica. O estádio está cheio de fãs do rúgbi. Essa modalidade traz essa comunhão”, disse Whippy, que comparou seu povo aos anfitriões das Olimpíadas. “Os fijianos e os brasileiros têm muito em comum, são um povo hospitaleiro e amigável. Isso que eu acho fantástico”.

Características que se espalham pelas nações vizinhas, como Samoa, Vanuatu, Tuvalu e Tonga. “Somos amigos bem próximos. Temos competições e somos amigáveis uns com os outros”, conta Whippy, que tinha um uniforme com metade da camisa da seleção fijiana e a outra da australiana. “Ficamos divididos, mas quando jogamos contra eles a gente torce por Fiji”, prossegue o torcedor, que se mudou em busca de oportunidades. “Vamos para a Austrália ou para a Nova Zelândia. Lá tem mais trabalho e educação. Em Fiji, o turismo é a principal atividade para nós”, explica.

As culturas locais se expressam na tradição em apresentar danças antes dos jogos de rúgbi. A maori é a marca registrada do time “All blacks”, como é conhecida a seleção da Nova Zelândia, mais famosa nos estádios. Stanley Whippy mostra que a força dos ancestrais também está com eles. (veja o vídeo abaixo)

Jogos

Apesar de terem saído atrás no placar contra o Brasil, que fez o primeiro try do jogo, a seleção oceânica logo virou o marcador e acabou fazendo uma grande diferença de pontos: 40 x 12. O atleta brasileiro Lucas Duque, o “Tanque”, reconhece que os Tupis não podem fazer frente às equipes mais tradicionais, mas diz aproveitar a oportunidade de enfrentar os melhores.

“Foi um jogo muito gostoso. Aqui a gente vai pegar os melhores mesmo. Se tiver um time para escolher para jogar, eu quero jogar contra os melhores. E nada melhor que Fiji, eles são os mágicos do seven e demonstraram isso”, elogiou. Mais tarde, a equipe seria batida por 26 x 0 pelos Estados Unidos.

Enquanto no rúgbi Fiji vai superando seus adversários com ampla margem de pontos (pela tarde ainda fez 21 x 14 na Argentina), no futebol masculino, a seleção do país sofreu com as goleadas, perdendo de 8 x 0 para a Coreia do Sul e de 5 x 1 para o México. Enfim, uma diferença para os brasileiros. “Sim, o Brasil é muito bom no futebol e Fiji no rúgbi”, concorda Ricketts.

GRUPOS

A - Brasil, Argentina, EUA, Fiji.
B - África do Sul, Austrália, França, Espanha.
C - Nova Zelândia, Grã-Bretanha, Quênia, Japão.

RESULTADOS GRUPO A

9 de agosto (terça-feira)
Brasil 12 x 40 Fiji
Argentina 17 x 14 EUA
Brasil 0 x 26 EUA
Fiji 21 x 14 Argentina

PRÓXIMOS JOGOS

10 de agosto (quarta-feira)
13h - Brasil x Argentina

17h – Quartas de final
17h30 – Quartas de final
18h - Quartas de final
18h30 - Quartas de final

11 de agosto (quinta-feira)
14h30 – Semifinal
15h - Semifinal

18h30 – Disputa Bronze
19h – Final

Gabriel Fialho - Brasil2016.gov.br