Nelson Prudêncio

O paulista Nelson Prudêncio foi um dos protagonistas, durante as Olimpíadas do México, em 1968, de uma das disputas mais acirradas da história dos Jogos. Quando desembarcou para a competição, ele tinha a intenção de quebrar o recorde brasileiro, de 16m56, que pertencia ao campeão olímpico Adhemar Ferreira da Silva. Entretanto, bem preparado e com o vento soprando a favor, ele saltou incríveis 17,27m, pulverizando a marca de Adhemar e estabelecendo um novo recorde mundial. O caminho para a medalha de ouro parecia aberto. Entretanto, a disputa com o italiano Giuseppe Gentile e o soviético Viktor Saneyev tornou-se tão eletrizante que, em questão de apenas quatro horas o recorde mundial foi quebrado nove vezes. Ao fim, Viktor ficou com o ouro após saltar 17,49m, Prudêncio ficou com a prata e Gentile, com o bronze. “Foi a competição mais aguerrida que houve. Toda vez que eu olhava para o placar, alguém tinha batido o recorde mundial”, declarou Prudêncio, em março de 2012, ao portal Terra. Nelson Prudêncio voltaria ao pódio olímpico quatro anos depois, em Munique-1972, também no salto triplo, e quando encerrou sua carreira, estava consagrado como um dos grandes nomes do esporte do Brasil. Doutor em atletismo e tendo sido vice-presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Nelson Prudêncio foi, durante toda a vida, um dos grandes incentivadores da modalidade no Brasil. Em 23 de novembro de 2012, ele perdeu a batalha contra o câncer, em São Carlos, deixando saudades em todos os que conviveram com ele dentro e fora das pistas de competição.