Maurren Maggi

O 22 de agosto de 2008 ficará registrado na história do esporte nacional como uma das datas mais marcantes do atletismo brasileiro. Naquele dia, no Estádio Olímpico de Pequim, apelidado de Ninho do Pássaro, a paulista Maurren Higa Maggi protagonizou um salto de 7,04m que a transformou em uma das heroínas do esporte nacional. A marca superou em apenas um centímetro o salto da rival russa Tatiana Lebedeva e rendeu a Maurren o ouro no salto em distância. Ali, ela quebrou dois tabus: tornou-se a primeira brasileira a subir no pódio olímpico em prova de atletismo e encerrou o jejum de ouros do país na modalidade, que não conquistava uma medalha dourada desde o ouro de Joaquim Cruz nos 800m em Los Angeles-1984. A conquista de Maurren Maggi representou uma volta por cima depois da fase mais complicada na carreira da saltadora. Em 2003, próximo aos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, Maurren testou positivo para clostebol, substância proibida que estava presente em um creme cicatrizante chamado Novaderm, que a paulista havia usado após uma sessão de depilação. O caso rendeu à atleta uma suspensão que a tirou do Pan e também das Olimpíadas de Atenas-2004. Durante o período em que esteve afastada das competições, Maurren deu à luz à filha, Sofia, e o retorno ao esporte se deu em 15 de julho de 2006, quando venceu o Meeting de Bogotá com um salto de 6,84m. Era o reinício de uma carreira vitoriosa que a levaria ao ouro olímpico e na qual estão registrados, além da magnífica conquista, resultados de peso como a prata no Mundial Indoor de Valência-2008, o bronze no mesmo torneio em Birmingham-2003 e três medalhas de ouro em Jogos Pan-Americanos (Winnipeg-1999, Rio-2007 e Guadalajara-2011), sempre no salto em distância.