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Casa Brasil
Inclusão social no ritmo de carnaval
A carioca Luzia de Araújo, 57, tem muita história triste para contar. Esta sexta-feira, na Casa Brasil, no entanto, ela caiu no samba e preferiu falar de como saiu das ruas, foi morar em um abrigo público e complementa a renda com a venda do artesanato que produz. A Luiza é uma das pessoas que expôs seus trabalhos na feira de produtos da Rede de Saúde Mental do município do Rio de Janeiro.
A feira trouxe para a Casa Brasil, além da mostra de peças artesanais, o som do bloco carnavalesco Loucura Suburbana, que há 16 anos desfila no Rio, e outros ritmos. Iniciativas que integram o Programa de Geração de Renda da Superintendência de Saúde Mental do Munícipio do Rio de Janeiro, que atende comunidades cariocas. Por meio de oficinas e projetos culturais realizados nos Centros de Atenção Psicossocial, as pessoas atendidas pelo programa têm oportunidade de aprender novos ofícios, que geram renda e dão sustentabilidade à inciativa.
"Vivia nas ruas. Depois que entrei no projeto, minha vida mudou; hoje eu tenho casa, amigos, passeio e me sustento com as peças que vendemos", conta Luzia, atendida pelo programa na Ilha do Governador. A terapeuta ocupacional Patrícia Costa, que atende pelo projeto na Rocinha, confirma os benefícios das atividades para as pessoas com deficiência intelectual. "Sem dúvida, o exercício de atividades produtivas aumenta a autoestima e ajuda na inclusão dos pacientes psiquiátricos", comenta ela, diante de uma banca repleta de trabalhos manuais diversos, como mosaicos, peças de fuxico, espelhos de papel machê, arranjos de plantas, todos à venda.
A Casa Brasil, às vésperas de encerrar suas atividades neste domingo, 18, se mostrou um espaço eclético. Atraiu o público com shows musicais, mostras e exposições de governos e empresas, projetos culturais, sociais e de inclusão, palestras e seminários de cunho econômico, atendendo aos mais variados interesses.
Equipe Casa Brasil