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Judô

26/08/2019 04h16

Mundial de Judô 2019

Para Rafaela Silva, "figurinha repetida" também completa álbum de conquistas

Dona dos principais títulos no judô internacional, atleta de 27 anos não perde motivação de ampliar o currículo no Mundial de Tóquio

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Ela é seis vezes vencedora de etapas do Grand Prix. Conquistou o ouro olímpico nos Jogos Rio 2016. Já subiu ao topo do mundo em casa, no Mundial de 2013. Completou a tríplice coroa com o título dos Jogos Pan-Americanos em Lima, no Peru. Na temporada de 2019, também venceu o Grand Slam de Baku, em maio, e a etapa de Budapeste do Grand Prix, em julho.

Rafaela durante o período de aclimatação em Hamamatsu: foco e adaptações. Foto: Roberto Castro/rededoesporte.gov.br

"Eu não penso em número ou cor de medalha. Eu acho que qualquer medalha em mundiais ou Jogos Olímpicos é sempre importante. Entro com o pensamento de que é o que quero e de que vale muitos pontos para o ranking mundial"
Rafaela Silva

É com esses predicados que Rafaela Silva, de 27 anos, entra no tatame do Nippon Budokan nesta terça-feira (27.08), cotada como uma das favoritas ao pódio na categoria -57kg, que reúne 56 competidoras. Para Rafaela, o fato de já ter somado todos os títulos que um atleta da modalidade pode almejar não muda seu foco nem seu interesse.

"Eu não penso em número ou cor de medalha. Eu acho que qualquer medalha em mundiais ou Jogos Olímpicos é sempre importante. Assim, entro nessa competição como em todas as que entrei este ano e nos anos anteriores e nos futuros. É com o pensamento de que é o que quero, de que vale muitos pontos para o ranking mundial. Quero fazer o melhor para representar bem o Brasil", afirmou a atleta.

Na categoria leve há pelo menos três grandes atletas cotadas entre as favoritas ao pódio. Tsukasa Yoshida, de 23 anos, é a atual campeã mundial e número um do ranking da Federação Internacional de Judô. A japonesa luta em casa e tem na bagagem sete títulos de Grand Slam. É uma das atletas mais consistentes do time anfitrião.

Número cinco do mundo, a canadense Jessica Klimkait é destaque da nova geração. Com 22 anos, soma em 2019 o título da etapa de Zagreb do Grand Prix, o vice-campeonato na etapa de Montreal e bronzes em Hohhot e no Grand Slam de Ecaterimburgo. Já Nora Gjakova, de Kosovo, é a número três do ranking. Venceu em 2019 o GP de Tblisi e foi vice nos Jogos Europeus e na etapa de Budapeste do Grand Prix.

"Tivemos no feminino este ano, com a Rafaela e outras atletas, muitos desempenhos bons no Circuito Mundial, em etapas do Grand Prix, mas Mundial a gente sempre fala: é muito difícil. Tem gente boa de muitos países. Estamos numa expectativa boa, mas sabemos da dificuldade. Vai ter de lutar muito para brigar por uma medalha", afirmou o técnico da seleção brasileira, Mario Tsutsui.

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Nome escrito em base dourada no quimono identifica que Rafaela é a atual campeã olímpica. Foto: Roberto Castro/rededoesporte.gov.br

Farofinha no ponto

O treinador e Rafaela apostam no retrospecto, na qualidade da preparação e no período de aclimatação em Hamamatsu como diferenciais para a brasileira. "Ela está bem disposta, animada e a gente espera que possa fazer um belo Mundial", avaliou o treinador.

"A gente já é tão da casa aqui que já chego esperando ansiosa a farofinha que tem sempre em Hamamatsu esperando a gente. Dessa maneira consigo me preparar da melhor forma para os Jogos Olímpicos, se conseguir a minha vaga, e pensar em fazer um bom Mundial", brincou Rafaela, numa referência ao cardápio especialmente desenhado para os brasileiros no Japão. Ela será a única representante brasileira no dia, já que o país não tem inscritos na categoria -73kg masculina. 

Rafaela é uma das 17 atletas da seleção brasileira em Tóquio contempladas pelo Bolsa Atleta, da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. O investimento anual do governo federal no grupo é de R$ 1,67 milhão. Rafaela integra também o grupo dos 12 judocas no Japão que fazem parte da categoria pódio, a mais alta do programa, voltada para atletas que se consolidam entre os 20 melhores do mundo. Eles recebem repasses mensais que variam entre R$ 5 mil e R$ 15 mil. Numa outra frente de investimentos federais, 11 dos 18 brasileiros inscritos na chave individual fazem parte do Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas (PAAR).

Infográfico - Mundial de Judô 2019

Gustavo Cunha, de Tóquio, no Japão - rededoesporte.gov.br