Atletismo
Cochabamba 2018
Saltos ornamentais encerram os Jogos com mais dois pódios
Todos os olhares do público presente no Centro Aquático de Cochabamba, nesta sexta-feira (08.06), estavam voltados para brasileiros e colombianos. Depois de 14 dias de competições, os dois países brigavam, medalha a medalha, pela liderança no quadro geral dos Jogos Sul-Americanos. No último dia do evento, cada salto nas provas de sincronizado feminino e da plataforma de 10 metros tinham peso a mais. A Colômbia levou a melhor, com dois ouros. O brasileiro Isaac Nascimento ficou com a medalha de prata na plataforma e a dupla Ingrid e Giovanna terminou na terceira colocação no salto sincronizado.
Os homens foram os primeiros a saltar. Na prova de plataforma de 10 metros, equivalente a um prédio de quase três andares, Isaac Nascimento somou 391.65 pontos e garantiu a prata. O título ficou com Sebastián Castañeda, com 413.65 na soma dos seis saltos. Víctor Hugo Ortega completou a dobradinha colombiana no pódio, com 367.05.
Isaac representa a nova geração dos saltos ornamentais brasileiros. Com 18 anos, o carioca, morador da Mangueira, integra a seleção principal e treina no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro. "Cada viagem que faço é uma grande experiência que sempre pretendo guardar. Aqui na Bolívia tive de superar algumas adversidades, como o clima frio e a adaptação à instalação esportiva. Estou satisfeito em ter conseguido superar isso e garantir um pódio para o Brasil", disse o saltador, que recebe o benefício do programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte.
"Aqui na Bolívia tive de superar algumas adversidades, como o clima frio e a adaptação à instalação esportiva. Estou satisfeito em ter conseguido superar isso e garantir um pódio"
Isaac Nascimento
Isaac iniciou no esporte na ginástica artística. Foram quatro anos desenvolvendo técnicas e saltos no seco. Em 2010, decidiu mudar de esporte e escolheu os saltos – esporte que reúne muitas características da ginástica. O carioca integra a seleção brasileira de base desde 2013, quando teve a oportunidade de morar durante quatro meses e meio na China, uma das potências da modalidade.
"Fiquei lá com a delegação brasileira e conseguimos melhorar a parte técnica e física. Foi uma boa experiência, porque eu tinha apenas 13 anos. Competir na equipe principal brasileira é novo para mim. Tenho de correr atrás dos atletas mais velhos em busca de chegar preparado para os Jogos Olímpicos de 2020".
Bronze no feminino
Havia uma incerteza sobre a realização da prova do salto sincronizado. A posição das plataformas de 5 metros, 7,5 metros e de dez metros no Centro Aquático de Cochabamba foi considerada por alguns técnicos próxima demais para saltos duplos. No fim, optou-se por fazer a prova. Giovana Pedroso e Ingrid Oliveira participaram e conquistaram o bronze. As duas saltaram só da plataforma de 5 metros, a mais baixa. Viviana Uribe e Carolina Murillo, da Colômbia, levaram o ouro, com 237.12 pontos. Em segundo, ficaram Lisette Ramirez e Maria Betancourt, da Venezuela, com 234.36 pontos. Giovana e Ingrid somaram 213.93 pontos.
"Fizemos o que sabemos fazer. Acho que foi um bom resultado. Mesmo lesionada, eu não parei de treinar na plataforma de cinco metros. Estou quase 100%. Acredito que com mais um pouco de fisioterapia, zera minha lesão", diz a Giovana que sofreu uma lesão na coluna em 2017 e um estiramento no tríceps em fevereiro deste ano.
Para Ingrid Oliveira, medalha de ouro na plataforma de 10 metros na quinta-feira (7.06), chegar ao pódio na sexta-feira (8.06) era esperado. "A Colômbia e a Venezuela fizeram uma boa prova, mas o Equador, que ficou em quarto, apresentou saltos com grau de dificuldade menor. Então, havia expectativa de conquistar pelo menos o bronze".
Cristiane Rosa e Breno Barros, Cochabamba, da Bolívia – Rededoesporte.gov.br