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Saltos ornamentais

06/06/2018 18h54

Cochabamba 2018

Ingrid não "exorciza" o duplo e meio de costas, mas conquista o ouro na plataforma

Giovana Pedroso, que liderava a competição, ficou com o quarto lugar com erro no último salto

Jogos Sul-Americanos Cochabamba 2018

Ingrid Oliveira tem um "fantasma por exorcizar". Um movimento complexo que atende pelo nome de duplo e meio mortal de costas. No Pan de Torono, em 2015, recebeu a nota zero. Nos Jogos Olímpicos Rio 2016, ficou com a nota 2. Em Cochabamba, mesmo após muito treino, não conseguiu encaixar da forma perfeita como vem buscando. Ainda assim, nos Jogos Sul-Americanos, o  conjunto da obra da atleta foi suficiente para valer a medalha de ouro na prova da plataforma de dez metros dos saltos ornamentais.

"É um salto que quando eu acertar fará muita diferença, mas ainda bem que todo o resto foi suficiente para conquistar a medalha"
Ingrid Oliveira

"É um salto que, quando eu acertar, fará muita diferença, mas ainda bem que todo o resto foi suficiente para conquistar a medalha. Em maio, fui para o Canadá aprimorá-lo, mas com a greve dos caminhoneiros, fiquei presa lá e perdi alguns dias de treino. Mesmo assim, me mantive tranquila e consegui fazer uma boa apresentação", conta. Ingrid somou 293,90 pontos, seguida pela venezuelana Maria Ortega, com 283,30 (prata), e a colombiana Carolina Murillo, 279,05 (bronze).

A atleta começou nos saltos ornamentais aos 12 anos. Antes, fazia ginástica, mas não se considerou suficientemente competitiva. "As meninas que faziam comigo eram muito evoluídas, e eu não conseguia acompanhar. E eu adorava implicar com a minha irmã, que fazia ginástica comigo. Ela foi para os saltos ornamentais primeiro e pensei: com quem vou implicar agora? Ainda fiquei na dúvida se entrava na natação ou nos saltos. Fiz um teste no Fluminense e nunca mais parei. Em 2008, fui campeã estadual, brasileira e foi assim até agora", afirmou Ingrid, que tem como próximo desafio o Sul-Americano da modalidade, em novembro, que vale vaga para Pan de Lima, no Peru.

Ingrid: salto de alta dificuldade ainda não saiu perfeito, mas foi o suficiente para o ouro em Cochabamba. Foto: Abelardo Mendes Jr./rededoesporte.gov.br


Triplo e meio

A outra brasileira na competição, Giovana Pedroso, de 19 anos, não teve a mesma sorte. Uma pequena falha no último salto tirou a atleta do pódio. Ela seguia bem na prova até chegar a vez do triplo e meio de frente. "Esse é um salto problemático para mim. No meio da passada, tropecei na minha própria perna e aí não entrei de cabeça na água. Mas com tudo o que passei, estou feliz pelo resultado. Agora é focar no Sul-Americano", ressalta a atleta, que vem num processo de recuperação de lesão e de um estiramento no tríceps, problemas que a impediam de treinar naturalmente. Ela também começou na ginástica, no Flamengo, mas com 11 anos descobriu que tinha talento para os saltos ornamentais. 

"As adversárias da Venezuela e da Colômbia eram fortes, mas as brasileiras se prepararam bastante. Elas treinam no Fluminense e no Maria Lenk, que tem uma estrutura olímpica, e intensificam o treino perto das competições. Esse campeonato não classifica para os Jogos Pan-Americanos, mas é muito importante, por ser o primeiro em que elas têm contato com atletas contra quem vão competir em Lima", afirma a técnica de Ingrid, Andreia Boheme.

Na prova de Cochabamba, as atletas fizeram cinco saltos. Existem seis grupos de saltos possíveis, e os competidores escolhem cinco para apresentar. São avaliados altura, dificuldade, posição do salto e  entrada na água, que tem que ser a mais reta possível. Na sexta-feira (8.06), as atletas disputam o salto sincronizado.

Cristiane Rosa, de Cochabamba, na Bolívia - rededoesporte.gov.br