Handebol
Cochabamba 2018
Ferrugem fecha o gol, contra-ataques funcionam e handebol é tri
Teve arquibancada dividida e barulhenta no suporte aos dois times. Houve momentos de faltas mais ríspidas em quadra. Vez por outra, a tensão manifesta no ambiente beirou o enfrentamento. Uma final com jeito de final e com ingredientes típicos de Brasil x Argentina no handebol. Ao fim dos 60 minutos, a balança pendeu para o lado verde-amarelo. O Brasil venceu por 25 x 22 e chegou ao título dos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba, na Bolívia, após igualdade em 10 no primeiro tempo. O duelo foi disputado no Coliseu de Curubamba.
Com cinco gols, Fábio Chiuffa foi o principal goleador do time nacional. Um dos grandes personagens da partida, no entanto, foi o goleiro Ferrugem. Ele entrou no lugar de César Bombom, excluído da partida na primeira etapa. Com seguidas defesas difíceis e saídas rápidas para ligar contra-ataques, Ferrugem ajudou o país a abrir cinco gols, diferença que o time soube controlar para ter vantagem até o fim do jogo.
"Dentro da nossa característica, há uma forma de jogar defensivamente já conhecida mundialmente. É um time que se defende bem e sai rápido no contra-ataque"
Washington Nunes, técnico
"Não tem outra palavra que eu possa dizer que não seja superação. Superação da altitude, muita gente até com desidratação, mas mostramos que somos um time. Jogamos unidos. O Bombom quando estava em quadra foi muito bem. Eu entrei bem. Todo mundo ajudou".
Ao chegar à decisão, a equipe brasileira garantiu uma vaga nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019, classificatório para a Olimpíada de Tóquio, em 2020. O título foi o terceiro consecutivo no torneio continental. O Brasil já havia conquistado o ouro nos Jogos de Santiago, no Chile, em 2014, e de Medellín, na Colômbia, em 2010. A vitória unifica, ainda, a hegemonia do país na modalidade, já que o time feminino também havia levado o ouro.
Para o técnico Washington Nunes, a principal característica da equipe é a consistência defensiva. "Dentro da nossa característica, há uma forma de jogar defensivamente já conhecida mundialmente. É um time que se defende bem e sai rápido no contra-ataque".
Segundo o treinador, a estratégia de rotação dos atletas diante da altitude e o comprometimento do grupo foram essenciais. "A rotação é importante para garantir a consistência física, mas o comprometimento com o trabalho foi decisivo. Conseguimos segurar uma equipe que tem o MVP da Champions League", afirmou Nunes, em referência a Diego Simonet. O atleta argentino joga pelo Monpellier, da França, e foi eleito o jogador mais valioso da última final europeia. Contra o Brasil, marcou apenas um gol.
OURO! Brasil vence a Argentina e é campeão sul-americano de handebol masculino. Olha só a festa da seleção na quadra em Cochabamba! pic.twitter.com/gbDJnhC5OV
— Rede do Esporte (@RedeDoEsporteBr) June 7, 2018
Antes de viajar para a Bolívia, Nunes havia dito que o campeonato teria três seleções brigando por duas vagas na decisão: Brasil, Argentina e Chile, exatamente as que subiram ao pódio. Na disputa do bronze, os chilenos superaram o Uruguai por 23 x 20 (12 x 10).
Agora, o time nacional se prepara para continuar a cumprir os compromissos de agenda do primeiro semestre. O primeiro deles é o Pan-Americano de Handebol em Nuuk, na Groenlândia, de 16 a 24 de junho. O Brasil está no Grupo B, ao lado de Uruguai, Canadá, Colômbia, Paraguai e dos donos da casa. A seleção buscará o tetra e uma vaga no Campeonato Mundial, reservada aos três primeiros. Depois, alguns jogadores brasileiros irão para Tóquio conhecer as instalações da Olimpíada de 2020, treinar e disputar alguns amistosos.
Campanha do Brasil nos Jogos Sul-Americanos
Brasil 50 x 12 Peru
Brasil 55 x 5 Bolívia
Brasil 39 x 30 Chile
Brasil 41 x 27 Uruguai
Final
Brasil 25 x 22 Argentina
Confira galeria de fotos da final do handebol. Imagens disponíveis para download (uso editorial gratuito)
Gustavo Cunha, de Cochabamba, na Bolívia, com informações da Confederação Brasileira de Handebol - rededoesporte.gov.br