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Los Angeles-1932

Maria Lenk: a desbravadora

A terceira participação brasileira em Olimpíadas foi marcada pela coragem de uma desbravadora. Aos 17 anos, a nadadora paulista Maria Lenk (foto abaixo) abriu as portas para as atletas do continente sul-americano, ao ser a primeira mulher da re gião a disputar uma edição dos Jogos. Nos Estados Unidos, Maria Lenk nadou três provas: 100m livre, 100m costas e 200m peito. O porta-bandeira na cerimônia de abertura foi Antonio Pereira Lira, do atletismo. O Brasil competiu em provas de atletismo, natação, polo aquático, remo e tiro esportivo.

Satiro Sodré/CBDA

Tentativa frustrada
Apesar de o número de 67 atletas representar uma delegação numerosa comparada à participação brasileira nos Jogos da Antuérpia-1920 e Paris-1928 (21 e 12 atletas, respectivamente), o país poderia ter sido representado por mais 14 esportistas em Los Angeles, não fosse por um detalhe: a falta de recursos.

A aventura brasileira nos Jogos de Los Angeles começou com uma tentativa frustrada de driblar o imposto cobrado para atravessar o Canal do Panamá. Para isso, o navio Itaquicê, que levava a delegação nacional, foi camuflado para se fazer passar por uma embarcação militar. A artimanha, entretanto, não funcionou. Qua ndo os fiscais subiram a bordo, não demorou para que eles percebessem que os canhões eram falsos, meras peças de decoração. Para piorar, eles encontraram no porão 55 mil sacas de café, que deveriam ser vendidas pelos atletas nos portos em que o navio parasse durante o percurso.

Um dólar por atleta
Depois de um mês de viagem no navio Itaquicê, a delegação brasileira descobriu que as autoridades norte-americanas cobravam um dólar para cada passageiro que deixasse a embarcação. Com isso, apenas 67 dos 82 atletas – os que mais tinham chance de medalhas – e as equipes de polo aquático, remo e atletismo desembarcaram. Por cavalheirismo e consideração, Maria Lenk também foi autorizada. Quem não pôde sair do navio recebeu uma nova missão: tentar vender café em San Francisco.

Vale destacar a atitude determinada do corredor Adalberto Cardoso. Ele foi um dos “barrados no baile”, impedidos de descer do navio, mas não se co nformou com a decisão. Disposto a participar das Olimpíadas, deu um jeito de escapar da embarcação e se dirigiu ao local das provas de atletismo. Chegou faltando apenas 10 minutos para o início da prova dos 10.000m e teve seu esforço recompensado: mesmo descalço, correu e representou seu país.

Classificação por total de medalhas

* Nenhum atleta da delegação brasileira subiu ao pódio nesta edição