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Atletismo

25/02/2021 10h48

Remo paralímpico

Seleção de remo se reúne em São Paulo com treinos na água e simulador de barco

Foram convocados 12 atletas que têm cumprido um cronograma de treinos que contempla sessões na raia olímpica da USP e avaliações fisiológicas

A Seleção Brasileira de remo paralímpico foi mais uma equipe nacional a retornar ao Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, para a realização da primeira fase de treinamentos no local após a interrupção das atividades causada pela pandemia de Covid-19 no ano passado. Os remadores ficam concentrados no CT até o próximo dia 3 de março.

Foto: Ale Cabral/CPB
"No clube, a gente trabalha mais o aspecto individual. No CT Paralímpico, com o suporte de todos os profissionais, a gente trabalha mais o lado coletivo, de equipe. Estar aqui nos mantêm motivados em sonhar com uma medalha paralímpica"
Michel Pessanha, atleta da seleção brasileira de remo paralímpico e integrante da categoria Pódio do Bolsa Atleta

Para promover o retorno dos atletas, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) submeteu todos os atletas da modalidade aos critérios exigidos pelo protocolo sanitário elaborado desde a reabertura parcial do CT, em julho do ano passado.

O plano de retorno inclui a área de hospedagem do local, que prevê, no máximo, duas pessoas por acomodação e que todas as refeições sejam servidas nos quartos. Não é permitido o uso do restaurante ou áreas comuns do residencial.

Foram convocados 12 atletas que têm cumprido um cronograma de treinos que contempla duas sessões no período da manhã na raia olímpica do Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo (CEPEUSP), com distâncias de até 20 km, e treinos de musculação três vezes por semana. Nove desses 12 atletas são integrantes do Bolsa Atleta, programa da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. 

Além do desempenho nos treinos na água, a comissão técnica brasileira tem realizado avaliações em um aparelho chamado remoergômetro, que simula a prática do remo em um barco e é utilizado para verificar a capacidade fisiológica dos atletas.

"Os campeonatos não aconteceram em 2020 em função da pandemia, e o remo paralímpico carece de competição. Estamos com uma equipe com atletas que compõem todas as classes da modalidade e, com isso, temos conseguido estimular simulações de competições entre eles. Acreditamos, assim, que vamos elevar o nível de competitividade no geral da equipe", explicou Guilherme Soares, coordenador técnico da Confederação Brasileira de Remo (CBR).

Para ele, este e os próximos períodos de atividades no CT Paralímpico vão ser importantes para colocar os atletas em condições de disputar medalhas com os principais países concorrentes nos Jogos de Tóquio, como Inglaterra, Austrália, França, Itália e Holanda.

"A musculação é essencial para os atletas do remo paralímpico. É um esporte que trabalha o corpo todo e que é bem desgastante. Por isso, força, resistência e potência precisam estar sempre sendo desenvolvidas para os atletas estarem aptos a enfrentar as condições encontradas na água e até do vento contrário, já que é uma modalidade praticada ao ar livre", completou.

Até agora, o Brasil tem duas vagas asseguradas no remo para Tóquio: uma vaga no barco single skiff masculino pela classe PR1 (formada por remadores que possuem somente mobilidade de ombros e braços) e outra no misto double skiff misto pela classe PR2 (para remadores que possuem somente mobilidade nos troncos e nos braços), sendo um homem e uma mulher, ambos com assento fixo.

O país ainda disputa vaga no barco single skiff feminino pela classe PR1 e o quatro com misto PR3 (para remadores com deficiência visual ou deficiências leves e que possuem mobilidade nas pernas, troncos e braços), formado por dois homens, duas mulheres e um timoneiro.

Michel Pessanha, 41 anos, da classe PR2, é um dos remadores que está no CT e pretende estar em Tóquio. Campeão brasileiro, sul-americano e mundial de remo indoor, além da sétima colocação nos Jogos Rio 2016, o atleta carioca apontou a importância da Seleção reunida novamente para a sua preparação individual.

"Essa infraestrutura do CPB ajuda muito. No clube, a gente trabalha mais o aspecto individual. No CT Paralímpico, com o suporte de todos os profissionais, a gente consegue trabalhar mais o lado coletivo, de equipe. Estar aqui nos mantêm motivados em sonhar com uma medalha paralímpica", afirma Michel Pessanha, que perdeu movimentos da sua perna direita devido a uma poliomielite na infância.

"A raia da USP é mais pesada, exige mais força do atleta. Já a Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, por exemplo, é mais leve, o barco flutua mais. Mas, como diz o ditado popular, mar calmo nunca fez bom marinheiro. Então, é bom estarmos adaptados a todos os tipos de condições para chegarmos ao Japão preparados para todas as situações", comentou Michel, que ainda tem no currículo uma medalha de prata no double skiff misto PR2, ao lado de Josiane Dias, na segunda etapa da Copa do Mundo na Áustria, em 2018.

Convocados:

Ana Paula Souza (PR3 feminino) - Clube Náutico Martinelli
Angel Santos (PR3 feminino) - Flamengo
Cláudia Santos (PR1 feminino) - Pinheiros
Diana Barcelos (PR3 feminino) - Flamengo
Erik Lima (PR3 masculino) - Náutico
Gessyca Guerra (PR2 feminino) - Flamengo
Jairo Klug (PR3 masculino) - Pinheiros
Joselma Mendes (PR3 feminino) - Náutico
Jucelino Silva (timoneiro) - Clube de Regatas Guanabara
Keizy Bonine (PR3 masculino) - Remo Adaptar
Michel Pessanha (PR2 masculino) - Flamengo
Valdeni Silva (PR3 masculino) - Clube de Regatas Aldo Luz

Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)