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Natação

27/07/2021 04h22

Natação

Fernando Scheffer recoloca a natação brasileira no pódio olímpico com bronze nos 200m livre

Medalha é a primeira que o Brasil conquista na natação desde os Jogos de Londres, em 2012, e a primeira na prova desde a prata com Gustavo Borges, em Atlanta (1996)

O gaúcho Fernando Scheffer, de 23 anos, coroou com um bronze, na manhã desta terça-feira, no Parque Aquático de Tóquio, uma campanha histórica na prova dos 200m livre da natação. O desempenho na final, com novo recorde sul-americano, foi o desfecho de uma campanha superlativa do atleta nos Jogos Olímpicos. Nas eliminatórias, ele já havia estabelecido uma nova marca sul-americana e segundo melhor tempo entre todos os competidores: 1min45s05. Na semifinal, se manteve na mesma casa: 1min45s71 e garantiu um lugar na disputa pela medalha olímpica.

Brasileiro fez a prova na raia oito, no canto da piscina, e chegou ao pódio com recorde sul-americano. Foto: Satiro Sodré/CBDA

Na decisão, veio ainda um algo a mais: Scheffer nadou na raia 8, no canto da piscina e, com 1min44s66, garantiu a medalha nos Jogos de Tóquio com direito a uma nova marca sul-americana. “Gosto de nadar nas raias do canto, mas sabia que tinha que me concentrar na minha prova para poder ter chance. Não podia me desconcentrar se passasse alguém como um “maluco” ao meu lado. A estratégia deu certo e estou aqui com a medalha”, disse.

“Gosto de nadar nas raias do canto, mas sabia que tinha que me concentrar na minha prova para poder ter chance. Não podia me desconcentrar se passasse alguém como um “maluco” ao meu lado. A estratégia deu certo e estou aqui com a medalha”
Fernando Scheffer

A última medalha olímpica do Brasil nos 200m livre havia sido registrada nos Jogos de 1996, em Atlanta, com Gustavo Borges. Depois de 25 anos, Scheffer repete o feito. “É uma honra poder repetir o feito do Gustavo Borges, que é um ícone da natação do Brasil. Essa prova vem crescendo no nosso país e espero inspirar as pessoas como o Gustavo me inspirou”, finalizou.

A medalha de Scheffer é também a primeira olímpica desde as conquistadas por Thiago Pereira (prata nos 400m livre) e Cesar Cielo (bronze nos 50m livre) nos Jogos de Londres, em 2012, já que em 2016 o país não subiu ao pódio nas piscinas.  

Gaúcho de Canoas e atualmente morando em Belo Horizonte (MG), o atleta valorizou os profissionais, familiares e amigos que contribuíram para que chegasse à medalha olímpica.

“Quero agradecer a todos os que passaram pela minha carreira. Comecei em uma academia em Canoas, depois fui chamado para nadar no Grêmio Náutico União e hoje estou no Minas Tênis Clube. Todas essas pessoas que passaram pela minha vida contribuíram de certa forma para esse bronze”, completou.

Scheffer completou a final em 1min44s66, novo recorde sul-americano dos 200m livre. Foto: Satiro Sodré/CBDA

Consistência e investimento

No ciclo para Tóquio, Scheffer conquistou a medalha de ouro no Mundial de Piscina Curta de Hangzhou, na China, em 2018, no revezamento 4 x 200m livre, ao lado de Luiz Altamir Melo, Leonardo Coelho Santos e Breno Correia, com direito a recorde mundial da prova. Tem dois ouros e uma prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019 e dois ouros e uma prata nos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba
2018.

 

O atleta é integrante da categoria Pódio, a principal do Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal Brasileiro, que prevê repasses de R$ 5 mil a R$ 15 mil para os atletas que se colocam entre os 20 melhores do mundo e comprovam resultados internacionais consistentes. Scheffer também faz parte do Programa de Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas, no Exército Brasileiro.

 

História e investimento

A natação já rendeu 14 pódios ao país em Jogos Olímpicos, sendo uma medalha de ouro — nos inesquecíveis 50m livre de Cesar Cielo em Pequim-2008 —, quatro de prata e oito de bronze. Apesar de o primeiro pódio ter sido em uma prova de fundo, a maior parte das conquistas veio em provas de velocidade.

O maior medalhista do país é Gustavo Borges, dono de duas pratas e dois bronzes, conquistadas nos Jogos de Barcelona-1992 (prata nos 100m livre), Atlanta -1996 (prata nos 200m livre e bronze nos 100m livre) e Sydney-2000 (bronze no revezamento 4 x 100m).

No ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, a natação recebeu investimento direto, via Bolsa Atleta, de R$ 23,7 milhões, utilizados para a concessão de 1.189 bolsas a atletas da modalidade. Do grupo de 26 nadadores que representará o país em Tóquio, 25 estão atualmente ligados ao programa de patrocínio individual do Governo Federal Brasileiro, executado pela Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.

Leo de Deus na final

O dia também reservou um grande desempenho de Leonardo de Deus. O atleta brasileiro, em sua terceira participação olímpica, nadou para 1min54s97, segundo melhor tempo das semifinais e brigará por medalha nos 200m borboleta.

“Nadar para esse tempo aos 30 anos é muito significativo. Minha primeira final olímpica, ainda mais na raia 5. Eu tinha que fazer a minha prova. Treinei para fazer o que eu estou fazendo aqui. Estou bem tranquilo, curtindo meu bom momento. A final coroa minha carreira”, explicou Leo. As finais serão a partir das 22h30, no horário brasileiro, 10h30 no horário de Tóquio

Fonte: Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos