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Geral

30/07/2015 15h33

Planejamento

Rio 2016 terá a maior operação de segurança integrada da história do país

Jogos Olímpicos mobilizarão cerca de 85 mil profissionais de segurança pública e das Forças Armadas. Ações antiterrorismo serão reforçadas para o megaevento

Os Jogos Olímpicos Rio 2016 terão a maior operação de segurança integrada da história do país, mobilizando mais de 85 mil profissionais. Desse total, cerca de 38 mil homens são das Forças Armadas, responsáveis pelas ações de Defesa no Rio de Janeiro, com destaque para a área militar de Deodoro, e também em todo o Brasil, incluindo as sedes do futebol – Manaus, Belo Horizonte, Salvador, Brasília e Rio de Janeiro. Outros 47,5 mil são profissionais de segurança pública que atuarão na cidade olímpica, tanto nas ruas quanto dentro das instalações diretamente ligadas à competição, como os locais de disputa, de treinamento, a Vila Olímpica, a Vila dos Árbitros, o Centro Principal de Mídia (MPC) e o Centro Internacional de Transmissão (IBC). Os números foram apresentados, nesta quinta-feira (30.07), em entrevista coletiva com autoridades de segurança das três esferas de governo e do Comitê Organizador dos Jogos, na sede do Centro Integrado de Comando e Controle do Rio de Janeiro.

"Trata-se da maior operação integrada de segurança, uma ação como nunca fizemos em eventos anteriores. Nenhum país passou por tantos importantes eventos como o Brasil, e desde 2007, com o Pan, estamos em uma sequencia para chegar agora ao maior evento de todos. São várias competições simultâneas na mesma cidade, o que pede uma ação intensa para garantir a paz e a tranquilidade", disse Andrei Rodrigues, secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça (Sesge-MJ).

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Foto: Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro

Segurança Pública

Para a segurança interna das instalações, serão mobilizados 9.613 profissionais da Força Nacional, além de 1.734 agentes prisionais que farão o trabalho de revista de bolsas e detecção de metais na entrada dos locais de competição. "Para a operação de acesso aos portões, o mag and bag (expressão em inglês para o trabalho de revista), faremos a aquisição de equipamentos que serão deixados como legado para o sistema prisional, por isso estamos procurando trazer os agentes do sistema, de forma que possam já se familiarizar com o trabalho e com os equipamentos que ficarão para o cotidiano deles após os Jogos", explicou Rodrigues.

O investimento de Segurança Pública para os Jogos Rio 2016 é de cerca de R$ 350 milhões, sendo que R$ 100 milhões foram empregados na compra de equipamentos de proteção individual, ferramentas de treinamento e reforço dos ambientes de capacitação das forças de segurança, como a reestruturação das academias das Polícias Civil e Militar e da Guarda Municipal.

Esse valor se soma ao R$ 1,1 bilhão investido para a Copa do Mundo, cujo legado está sendo aproveitado para as Olimpíadas e Paralimpíadas, como os Centros de Comando e Controle (fixos e móveis) e as Plataformas de Observação Elevada.

Entre os novos investimentos, também com foco no legado, estão quatro balões estacionários, equipamentos móveis com câmeras de alta definição que foram adquiridos para os Jogos e que passarão informações em tempo real para os centros de comando. Os primeiros devem chegar até o fim de agosto e já serão usados em eventos-teste. Ao final das competições, eles ficarão no Rio de Janeiro para uso dos agentes de segurança do estado e do município.

Até os Jogos, serão abertas cerca de 30 mil vagas para treinamentos específicos de agentes de segurança para grandes eventos. Já foram finalizados 45 cursos, que totalizaram 2180 vagas. A previsão é de que outros 129 sejam realizados até agosto do ano que vem.

Os cronogramas de trabalho, de acordo com Andrei Rodrigues, estão em dia. "Em agosto finalizaremos o Plano Estratégico de Segurança, cujas linhas gerais foram definidas ao longo de uma série de reuniões quinzenais da Comissão Estadual de Segurança Pública e Defesa Civil para os Jogos Rio 2016 (Coesrio2016). Até outubro, serão definidas as equipes de trabalho. Até fevereiro, estarão prontos os planos operacionais. Em maio, já teremos as ações de recrutamento", detalhou Andrei.

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Centro Integrado de Comando e Controle do Rio tem acesso às imagens de duas mil câmeras espalhadas pela cidade e outras 1.500 embarcadas em viaturas da PM. Foto: Marcelo Horn/Governo do Rio de Janeiro

Inteligência

De acordo com o representante da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura, já foram feitos 17 relatórios de avaliação de risco, contendo informações sobre vulnerabilidades de instalações, delegações e eventos. Até o fim do ano, 33 relatórios estarão finalizados. Saulo afirmou que o combate ao terrorismo é uma ação perene do Estado Brasileiro, mas que ganhou um reforço para os Jogos Rio 2016.

"Nosso trabalho é identificar qualquer elemento extremista e qualquer ameaça aos Jogos. Até o momento, nada foi levantado nesse sentido. O Brasil não é alvo de ações terroristas, mas será palco de um grande evento que chama atenção. Teremos vários centros de inteligência em ação e a Abin mantém relação com mais de 80 países. Nós trocamos informações cotidianamente. Quando se trata de terrorismo, a cooperação é total e absoluta. Todos os países estão interessados e têm boa vontade em trocar informações conosco", disse.

Além do Centro de Inteligência dos Jogos, no Rio de Janeiro, estarão em funcionamento para as Olimpíadas o Centro de Inteligência Nacional, em Brasília, e os Centros de Inteligência Regionais nas sedes do futebol. Também será ativado um Centro de Inteligência de Serviços Estrangeiros (CISE) para articulação e intercâmbio de informações entre a Abin e mais de 100 países.

Defesa

As Forças Armadas vão mobilizar 38 mil homens para os Jogos e terão uma reserva de contingência para atuação em caso de necessidade. O investimento em ações de Defesa é de cerca de R$ 580 milhões divididos em três anos – 2014 (R$ 275 milhões), 2015 (R$ 199 milhões) e 2016 (R$ 106 milhões) – para modernização de sistemas, ampliação da rede de comunicação digital e aquisição de equipamentos, especialmente para prevenção a incidentes químicos, biológicos, nucleares e radiológicos e para defesa cibernética.

Um dos destaques das ações de Defesa será a criação de um Centro Integrado de Enfrentamento ao Terrorismo. "Por orientação da Casa Civil, criamos um grupo de trabalho com representantes do Ministério da Defesa, a Abin, a Sesge e a Polícia Federal. Esse grupo deve entregar ainda este ano os protocolos que definem ações e funções de acordo com cada incidente. Em caso de dúvidas ou de ocorrência não prevista, isso irá para o centro que está sendo criado", explicou o general Luiz Felipe Linhares, assessor especial para Grandes Eventos do Ministério da Defesa.

Comitê Rio 2016

O Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016 ficará responsável pela segurança em locais privados como o prédio administrativo do Comitê, depósitos, garagens, hotéis para patrocinadores e locais como o centro de treinamento de voluntários, que já contam com equipe de segurança. Além disso, mesmo nas instalações olímpicas que estarão sob responsabilidade do governo federal durante os Jogos, o Comitê Organizador contratará os bombeiros civis e cuidará da segurança até 5 de julho, à medida que as instalações vão sendo entregues. A segurança dos estádios nas sedes do futebol também ficará com o Comitê Rio 2016. A previsão do diretor de Segurança do Comitê, Luiz Fernando Corrêa, é de que sejam mobilizados cerca de seis mil profissionais.

Carol Delmazo - brasil2016.gov.br