Atletismo
Patrocínio
Primeira lista da Bolsa Pódio em 2017 contempla 183 atletas
Foi publicada nesta sexta-feira (26.05), no Diário Oficial da União, a primeira lista dos atletas patrocinados pela Bolsa Pódio para os Jogos de Tóquio 2020. Estão contemplados 183 atletas olímpicos e paralímpicos, o que representa um desembolso de cerca de R$ 23,8 milhões ao ano, em bolsas que variam de R$ 5 mil a R$ 15 mil. O número de contemplados apresenta alta de 306% quando comparado à primeira publicação do ciclo anterior, em agosto de 2013. Na ocasião, 45 atletas foram aprovados.
Setenta atletas serão contemplados pela Bolsa Pódio pela primeira vez. Dos 183 anunciados, 91 são olímpicos, sendo que 12 foram medalhistas nos Jogos Rio 2016. O investimento nos competidores olímpicos será de R$ 10,8 milhões. Já o patrocínio nos atletas paralímpicos soma R$ 12,9 milhões. Foram contemplados nessa primeira fase 92 competidores, sendo 37 medalhistas nos Jogos Paralímpicos 2016.
"Entrei na lista no ano mais importante, pois acabaram os Jogos Olímpicos e diminuíram os investimentos em patrocínios privados. Então, é um auxílio que nos dá a segurança para pensar somente em treinamento"
Pedro Henrique da Silva, o Pepê, da canoagem slalom
"É o pontapé inicial para o ciclo olímpico de Tóquio 2020", destacou o ministro do Esporte, Leonardo Picciani. "Estamos cumprindo o planejamento de manter os programas de apoio a nossos atletas e até ampliá-los, mesmo vivendo um cenário de dificuldades econômicas e orçamentárias."
Estreantes
Entre os atletas olímpicos que passam a ser apoiados estão nomes como Caio Bonfim, que ficou em quarto lugar na marcha atlética nos Jogos Rio 2016, nos 20km, uma marca histórica na modalidade. Na prova dos 50km, ele terminou em 9º lugar, com recorde brasileiro. "Entrar para o programa me deixa muito feliz, principalmente no momento em que atletas estão perdendo patrocínios importantes. O auxílio vai ajudar muito nos meus treinamentos e vou poder custear algumas viagens internacionais. É uma grande oportunidade para aumentar a minha estrutura", disse.
Também está na lista Pedro Henrique da Silva, da canoagem slalom. Na última edição dos Jogos, ele ficou em sexto lugar, o que representou a primeira vez do Brasil numa final. "Venho batalhando desde 2013 para entrar na lista dos selecionados pela Bolsa Pódio. No ano passado, consegui belos resultados, tanto nos Jogos Olímpicos quanto nas Copas do Mundo. Agora, entrei na lista no ano mais importante, pois acabaram os Jogos Olímpicos e diminuíram os investimentos em patrocínios privados. Então, é um auxílio que nos dá a segurança para pensar somente em treinamento", afirmou Pepê.
"Estamos cumprindo o planejamento de manter os programas de apoio a nossos atletas e até ampliá-los, mesmo vivendo um cenário de dificuldades econômicas e orçamentárias"
Leonardo Picciani, ministro do Esporte
Maicon Siqueira, que conquistou a medalha de bronze na categoria acima de 80kg no taekwondo, e tornou-se o segundo brasileiro a ganhar medalha na modalidade, e Hugo Calderano, que colocou o Brasil nas oitavas de final em Jogos Olímpicos no tênis de mesa após 20 anos, também passam a ser patrocinados pelo programa.
Já entre os novos atletas paralímpicos está Edneusa Dortsa, medalha de bronze na maratona T11-12 em sua primeira participação em Paralimpíadas nos Jogos Rio 2016. Evelyn Vieira, ouro na dupla mista BC3, na bocha, e Italo Pereira, bronze na natação, além de Caio Ribeiro, que conquistou bronze na estreia da canoagem velocidade nos Jogos Rio 2016, também terão patrocínio da Bolsa Pódio.
No time dos que já eram bolsistas, um dos destaques é a dupla Alison e Bruno Schmidt, campeões olímpicos no vôlei de praia. "Nós somos um país imediatista. Vamos chegar na porta de Tóquio e vamos querer voltar as atenções para os esportes que dão maior rendimento, vamos ter uma cobrança maior nos atletas para que eles tenham medalha, mas pouca gente presta atenção no que é feito já no ano pós-Olimpiada, em 2017. Os atletas precisam se estruturar. A Bolsa Pódio tem sido fundamental. Tem sido o melhor apoio que tive e me sinto mais profissional. Posso virar o ano e pensar em um leque de opções que vou ter para incrementar o meu desempenho", disse Bruno.
Com 34 modalidades contempladas, o programa inclui pela primeira vez uma atleta de modalidade integrante dos Jogos Olímpicos de Inverno: Isabel Clark Ribeiro, do snowboard cross. O programa também alcançou atletas de duas modalidades que não entraram no ciclo Rio 2016: hipismo paralímpico, com Sérgio Froes Oliva, que subiu ao pódio duas vezes na última edição dos Jogos – bronzes nas provas individual misto 1ª e estilo livre individual misto grau 1ª – e tênis em cadeira de rodas.
Novas listas
O prazo para indicação de atletas à Bolsa Pódio neste ciclo olímpico, conforme o primeiro edital, lançado em dezembro de 2016, ainda está aberto. Os atletas podem ser indicados até 10 de outubro. Outras listas de contemplados devem ser publicadas até o fim deste ano. Para concorrer, o atleta deve estar em plena atividade, vinculado a uma entidade de prática esportiva ou a alguma entidade nacional de administração do desporto e entre os 20 primeiros no ranking mundial da modalidade ou prova específica.
"Pouca gente presta atenção no que é feito já no ano pós-Olimpiada, em 2017. Os atletas precisam se estruturar. A Bolsa Pódio tem sido fundamental"
Bruno Schmidt, do vôlei de praia
O atleta deve, ainda, ser indicado pelas respectivas entidades nacionais de administração do desporto em conjunto com o Comitê Olímpico do Brasil (COB) ou Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e o Ministério do Esporte. Também precisa apresentar declaração de recebimento, ou não, de qualquer tipo de patrocínio de pessoas jurídicas, públicas ou privadas, apontando valores efetivamente recebidos e os períodos de vigência dos contratos. Os bolsistas que conquistaram medalhas na última edição dos Jogos Rio 2016 têm prioridade na renovação das bolsas, conforme determina a Lei nº 12.395, de 2011.
A análise das indicações e dos planos esportivos é realizada pelos grupos de trabalho instituídos pela Portaria nº 456, de 24 de novembro de 2016, do Ministério do Esporte, respeitada a modalidade específica de cada atleta. Após a aprovação da indicação, o atleta é notificado para, em até sete dias úteis, preencher o cadastro online e apresentar o plano esportivo.
A permanência do atleta é reavaliada anualmente e está condicionada ao cumprimento do plano esportivo, previamente aprovado pelo grupo de trabalho, e à permanência no ranqueamento da respectiva entidade internacional.
Apoio direto
A categoria Pódio é a mais alta do programa Bolsa Atleta e foi criada, em 2013, com o objetivo de patrocinar atletas com chances de medalhas e de disputar finais nos Jogos Rio 2016. No período, foram contemplados 322 atletas, num investimento de R$ 60 milhões.
Considerado o maior programa de patrocínio individual do mundo, o Bolsa Atleta, criado em 2005, já concedeu cerca de 51 mil bolsas para 20,7 mil atletas de todo o país. No exercício de 2016, 6.217 atletas de modalidades olímpicas e paralímpicas estão contemplados e outros 1.080 de modalidades não olímpicas e não paralímpicas. Na década, os recursos destinados ao programa superam R$ 890 milhões.
A Bolsa Atleta esteve presente em 100% das medalhas conquistadas nos Jogos Paralímpicos Rio 2016
São apoiados pelo programa atletas que tenham obtido bons resultados em competições nacionais e internacionais de suas modalidades. O contemplado recebe o equivalente a 12 parcelas do valor definido na categoria: Atleta de Base (R$ 370); Estudantil (R$ 370); Nacional (R$ 925); Internacional (R$ 1.850); Olímpico/Paralímpico (R$ 3.100) e Pódio (R$ 5 mil a R$ 15 mil).
O impacto da Bolsa Atleta foi medido nos Jogos Rio 2016. Na edição olímpica, 77% dos 465 atletas convocados para defender o Brasil eram bolsistas. Das 19 medalhas conquistadas pelos brasileiros – a maior campanha da história –, apenas o ouro do futebol masculino não contou com bolsistas. Já nos Jogos Paralímpicos, o Brasil teve a maior delegação da história, com 286 atletas, sendo 90,9% bolsistas. Foram 72 medalhas conquistadas, em 13 esportes diferentes: 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes, além de 99 finais disputadas. Todas conquistadas por atletas que recebiam o apoio financeiro do Ministério do Esporte.
Cynthia Ribeiro, Breno Barros e Luiz Roberto Magalhães - Ministério do Esporte