Pedra, sol e espinho: Luiz Cocuzzi supera pista difícil e garante a prata no mountain bike

Em quase uma hora e meia de esforço contínuo em subidas íngremes, muita concentração em descidas técnicas e um duelo longo com um adversário, o brasileiro Luiz Henrique Cocuzzi conquistou a medalha de prata na prova de mountain bike dos Jogos Sul-Americanos Cochabamba 2018, na Bolívia. O ouro ficou com o colombiano Fabio Castañeda e o bronze com o equatoriano William Mogrovejo.

Foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

Somados à altitude, o sol forte desta terça-feira (05.06) na cidade-sede da competição continental, a falta de padrão internacional da pista e a vegetação espinhosa dificultaram a vida dos competidores. "A pista estava diferente que estamos acostumados no circuito. Havia subidas muito íngremes e vários pedaços em que você tem que carregar a bicicleta - e isso não é normal nos circuitos que a UCI (União Ciclística Internacional) dá a chancela. Como aqui não teve essa chancela, a pedalada não fluía direito. Mas o pior, para mim, foi a vegetação que invadia a trilha. Tinha muitas plantas com espinho e cheguei ao fim muito arranhado", explica Cocuzzi, que terminou a prova com o tempo de 1h28min03s.

Luiz Henrique Cocuzzi. Foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

Na primeira das sete volta na pista de 3,8 quilômetros da corrida, o trio que subiu ao pódio se distanciou dos demais. Cocuzzi acompanhou de perto o líder Fabio Castañeda, mas perdeu contato na sequência final de subidas. A partir daí, começou um duelo com o equatoriano Mogrovejo que duraria quase a prova inteira.

"Como eu não estava no meu melhor dia, tive que usar a estratégia. Fiz uma prova mais conservadora, mantendo o ritmo mais tranquilo para chegar ao final. Conseguia descer muito bem e ganhava velocidade para chegar nas subidas mais distante dele e abrir mais tempo na parte técnica. Com isso, forcei ele a cansar nas subidas para tentar me alcançar. Acabou que, na última volta, eu estava mais inteiro e pude me distanciar para garantir a medalha de prata", conta o brasileiro.

A meta para o futuro é somar o máximo de pontos em provas internacionais para garantir o país nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. "Todos os atletas já estão pensando suas estratégias para conseguir pontos e vagas para o Brasil. O Henrique Avancini está obtendo ótimos resultados no circuito mundial e eu estou tentando chegar ali também. Este ano fui campeão pan-americano e sou o atual campeão brasileiro. Espero continuar crescendo para representar o Brasil nos Jogos Pan-Americanos (de Lima, no Peru, em 2018) e em Tóquio", finaliza Cocuzzi.

Bruna Elias em ação: vegetação do Cerro San Pedro atrapalhou o rendimento dos competidores. Foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

Prova feminina

Com duas voltas a menos que a competição masculina, a disputa entre as mulheres também foi vencida pela Colômbia. Valentina Abril ficou com ouro e a sua compatriota Leidy Johana Mera com o bronze. A argentina Agustina Apaza conquistou a prata. O Brasil foi representado na prova por Bruna Elias, que abandonou a prova ao fim da quarta volta.

Com apenas 18 anos, Bruna era a mais jovem das 12 competidoras inscritas. "Aqui na Bolívia eu senti a altitude um pouquinho, pois minha cidade - São Lourenço do Sul, no Rio Grande do Sul - fica ao nível do mar. Mesmo assim, achei que fiz uma boa prova, pois ainda sou Junior e aqui era uma competição com muitas atletas de Elite, além de ter mais voltas que as da minha categoria", conta Bruna. "Como consegui manter meu ritmo a prova inteira, saio bastante feliz, pois consegui me superar e aprender", acrescenta.

Ao voltar ao Brasil, Bruna já tem uma meta para seus treinamentos: chegar mais forte aos Jogos Olímpicos da Juventude, em outubro, em Buenos Aires (Argentina). "Estou muito animada para encarar mais um grande evento esportivo", finaliza a atleta, integrante do programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte.

Confira a galeria de fotos da prova no Flickr do Ministério do Esporte. Imagens disponíveis para download em alta resolução (uso editorial gratuito)

Abelardo Mendes Jr, de Cochabamba, na Bolívia – rededoesporte.gov.br