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Natação

16/04/2018 16h48

Ninguém Nasce Campeão

O cardápio que cria um campeão dentro e fora das piscinas

Nicholas Santos e Leonardo de Deus são mais dois personagens da websérie que busca as características que constróem um ídolo em diversas modalidades

Desde pequenos, Nicholas Santos e Leonardo de Deus já sabiam que as primeiras experiências na natação não eram mera brincadeira. As primeiras medalhas dentro das piscinas traçaram o rumo do alto rendimento na vida dos atletas olímpicos e campeões pan-americanos. O treino, a dedicação, as conquistas e as decepções serviram, segundo eles, para traçar o panorama completo da vida de um esportista. Nicholas e Leonardo são mais dois personagens da websérie Ninguém Nasce Campeão. O conjunto de 17 vídeos, com 21 entrevistas com atletas olímpicos e paralímpicos, resgata momentos em que os atletas ainda não sabiam que teriam a projeção e o destaque que alcançaram, e busca o que foi essencial para a caminhada dar certo.

 

“Não adianta ter talento se o atleta não tem persistência, aquele comprometimento no dia a dia”
Nicholas Santos

Nicholas Araújo Dias dos Santos, especialista no nado borboleta, é o medalhista mais velho a subir no pódio de um campeonato mundial, aos 37 anos. Em Kaazan 2015 já tinha atingido este feito e, em Budapeste 2017, reforçou a marca. Suas primeiras braçadas foram influenciadas pelo pai, que tem uma escola de mergulho em Ribeirão Preto (SP). Sua primeira conquista, contudo, foi em outro estilo da natação. “Com mais ou menos uns seis, sete anos eu participei de uma competição e ganhei os 50m costas”, lembrou, registrando que foi em um “Projeto Nadar”, competição famosa no interior do estado de São Paulo à época.

Santos praticou vários esportes antes de se concentrar apenas no mundo das piscinas. “Fiz basquete, lutas, vôlei, mas o esporte em que sempre me dei bem foi a natação. Sem dúvida se transformou em paixão. Há mais de 30 anos nado e estou competindo até hoje”, disse. Para ele, treinamento, entrega e foco fazem parte do sucesso de um esportista vencedor. “Não adianta ter talento se o atleta não tem persistência, aquele comprometimento no dia a dia”, afirmou.

Leo de Deus se especializou no estilo borboleta. Foto: Satiro Sodré/SSPress
"Fui para um Brasileiro e piorei todos os meus tempos. Cheguei em casa super triste, chorei para caramba, mas pensei: 'Já passei por muita coisa para desistir'”
Leonardo de Deus

Leonardo Gomes de Deus, por sua vez, sempre aponta que tem um apoio fundamental: a família. Seu pai, sua mãe e sua irmã integram a equipe que cuida de sua carreira e de seus compromissos. É bicampeão dos Jogos Pan-americanos (Guadalajara 2011 e Toronto 2015) e prata no Pan-Pacífico de 2014 nos 200 metros borboleta. A primeira conquista remonta a 2002. “Eu tinha acabado de começar a nadar. Acho que estava competindo contra umas três pessoas e fiquei com a prata. Pelo menos não fui o último”, brincou, exibindo a relíquia, que tem registrada no verso as informações: categoria mirim/petiz, agosto de 2002.

Os altos e baixos da vida de atleta foram, para ele, um grande desafio. “Houve uma ocasião em que fui para uma competição de Brasileiro e piorei todos os meus tempos. Cheguei em casa super triste, chorei para caramba”, disse. A frustração, contudo, foi o motor para se renovar. “Eu pensei: 'Já passei por muita coisa para desistir agora'”. A fórmula adotada foi se dedicar ainda mais e guardar aquela sensação numa espécie de gaveta psicológica para que ela nunca mais se repetisse. “Eu vou seguir o sonho, vou ser atleta olímpico, por mais difícil que seja. Eu não posso desistir agora”, relembrou.

Hoje com 27 anos, Leo de Deus já participou dos Jogos Olímpicos Londres 2012 e Rio 2016. Sua trajetória na natação e seu suporte familiar o fazem continuar dando chance para seguir seus objetivos. “Eu abdiquei de muita coisa no decorrer desses anos da minha infância e juventude pelo esporte”, comentou.

Rafael Brais, rededoesporte.gov.br