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14/12/2014 23h28

Mascotes olímpico e paraolímpico já têm identidade: Vinicius e Tom

Nomes foram escolhidos em votação popular nas últimas três semanas e tiveram 44% da preferência do público

Vinícius nas Olimpíadas. Tom na Paraolimpíadas. Esses são os nomes dos mascotes dos Jogos, escolhidos em eleição popular. Vinicius e Tom tiveram 44% dos 323.327 votos dos internautas computados nas últimas três semanas. Os outros dois pares de nomes que estavam na disputa eram "Oba e Eba" e "Tiba Tuque e Esquindim".

Vinícius e Tom foram expoentes da Bossa Nova, movimento que ajudou a tornar conhecidas as belezas do Rio de Janeiro, e são autores de Garota de Ipanema, uma das canções mais tocadas do mundo. “Vinícius e Tom são nomes reconhecidos pelo mundo como sinônimo de excelência, bem de acordo com a marca que queremos deixar com os Jogos Rio 2016. Além de representar a fauna e flora brasileiras, nossos mascotes agora também se conectam com o melhor da nossa música”, diz Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Organizador Rio 2016.

Foto: Rio 2016/Alex Ferro

“A escolha dos nomes Vinícius e Tom emprega ainda mais brasilidade aos mascotes, que são embaixadores dos Jogos. Eles têm o papel de disseminar as mensagens do evento e os valores dos movimentos olímpico e paraolímpico aos diversos públicos, especialmente o infanto-juvenil”, afirma Beth Lula, diretora de Marca do Comitê Rio 2016.

Por conceito, Vinícius, o mascote olímpico, representa a diversidade dos animais do país – conta com a agilidade dos felinos, o gingado dos macacos e a leveza dos pássaros. Tem o olfato apurado, capaz de farejar aventuras, e uma audição que ajuda a encontrar as torcidas mais animadas. 

Já Tom, o mascote paraolímpico, é uma mistura da flora brasileira - está sempre crescendo e superando obstáculos. Como embaixador dos Jogos Paraolímpicos, vai ensinar as pessoas a buscarem dentro de si o que têm de melhor.

História repleta de simbolismos

Ao longo da história, os mascotes dos Jogos já tiveram grande importância. O ursinho Misha, por exemplo, protagonizou um dos momentos mais emocionantes da história olímpica ao “chorar” na cerimônia de encerramento da competição de 1980, na extinta União Soviética. Um mosaico minuciosamente coreografado simulou as lágrimas da carismática mascote.

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Divulgação#Waldi, símbolo de Munique (1972), foi o primeiro mascote oficialmente criado
Waldi, símbolo de Munique (1972), foi o primeiro mascote oficialmente criado
Mesmo sendo a mais lembrada até hoje, Misha conta com uma longa lista de companheiras. A primeira mascote da história dos Jogos Olímpicos apareceu por acaso. Em 1932, quando a competição foi disputada em Los Angeles, nos EUA, um cachorro de verdade nasceu em plena Vila Olímpica, às vésperas da abertura dos Jogos. Batizado de Smoky, o simpático cãozinho acabou fazendo sucesso. Mesmo assim, a primeira mascote criada oficialmente para os Jogos Olímpicos só apareceu quarenta anos depois, em 1972.

Para a edição que foi disputada em Munique, na Alemanha, os organizadores inventaram um personagem baseado em um cachorro da raça Dachshund, batizado de Waldi. Com a barriga em várias cores para representar a alegria dos Jogos, o cãozinho estampou pôsteres, camisetas, adesivos e vendeu muitas pelúcias. O sucesso de Waldi com as crianças e o público em geral ajudou a oficializar o uso de mascotes nos Jogos Olímpicos.

Quatro anos depois, na competição sediada pela cidade de Montreal em 1976, um castor foi o escolhido. Representando as tradições do Canadá e o trabalho árduo do povo canadense, ele ganhou o nome de Amik.

Urso russo, esquilos holandeses

Para os Jogos de Moscou, em 1980, os soviéticos se esmeraram. Criado pelo ilustrador de livros infantis Victor Chizhiko, o ursinho ganhou nome e sobrenome: Mikhail Potapych Toptygin. Misha, que é o apelido de Mikhail entre os russos, usa um cinto com as cores e o desenho dos anéis olímpicos. O urso fez tanto sucesso que acabou protagonizando um desenho animado.

O ano de 1980 também marcou o surgimento da primeira mascote dos Jogos Paraolímpicos. Na época, a sede olímpica e paraolímpica não era a mesma. Assim, a competição paraolímpica foi disputada na cidade de Arnhem, na Holanda, e uma empresa holandesa criou um par de esquilos para serem os personagens dos Jogos.

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Divulgação#Sam retratou os Jogos de 1984, disputados em Los Angeles
Sam retratou os Jogos de 1984, disputados em Los Angeles

Em Los Angeles, nos Jogos Olímpicos de 1984, Bob Moore, desenhista da Disney, criou uma águia patriota para ser a mascote. Animal símbolo dos Estados Unidos, a águia ganhou uma cartola com as cores da bandeira norte-americana e foi batizada de Sam, não por coincidência o mesmo nome do Tio Sam.

Os Jogos Paraolímpicos de 1984 foram disputados em Nova Iorque, também nos Estados Unidos, e tiveram como mascote um leão com roupa e tênis de corrida. O nome do personagem, Dan D. Lion, foi escolhido por estudantes de uma instituição de educação para pessoas com necessidades especiais. 

Os sul-coreanos também escolheram um animal típico do país para ser a mascote dos Jogos de Seul, em 1988. O tigre Hodori usa o símbolo das Olimpíadas no pescoço e um chapéu tradicional utilizado por camponeses da Coreia do Sul. Hodori ganhou até uma companheira, a tigresa Hosuni, mas que não fez o mesmo sucesso e acabou esquecida.

Além dos Jogos Olímpicos, Seul sediou os Jogos Paraolímpicos de 1988. A mascote do evento foi uma dupla de ursinhos que ganhou o nome de Gomdoori. Os dois andam com as pernas unidas por uma fita colorida, simbolizando a capacidade de superação por meio da cooperação. 

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Divulgação#Cobi, um cão de inspiração cubista, foi o mascote de 1992, em Barcelona
Cobi, um cão de inspiração cubista, foi o mascote de 1992, em Barcelona

Cachorro cubista

A mascote de Barcelona-1992 trouxe uma inovação. Além de ser baseado em uma raça de cachorro comum na Catalunha, região da Espanha, o personagem Cobi foi desenhado com traços inspirados no Cubismo, movimento artístico liderado pelo pintor espanhol Pablo Picasso. Criado pelo ilustrador Javier Mariscal, Cobi não fez muito sucesso na Espanha quando apresentado, mas acabou cativando os espanhóis com o tempo e se tornou bastante popular, ganhando inclusive uma série de televisão.

Javier Mariscal também foi o responsável por criar a mascote dos Jogos Paraolímpicos de Barcelona. Petra, que não têm os braços, foi apresentada como uma garota extrovertida, independente, corajosa e enérgica.

Nos Jogos de Atlanta, em 1996, a mascote inovou ao não evocar nenhum animal ou figura humana. A criatura, batizada primeiramente de “Whatizit” (algo como “O que é isso” em português), depois ganhou o nome de Izzy e foi desenhada de acordo com sugestões de crianças do mundo inteiro. O resultado é uma sorridente mascote azul com símbolos olímpicos espalhados pelo corpo.

A mascote dos Jogos Paraolímpicos de 1996 acabou fazendo mais sucesso que Izzy. Blaze é uma fênix e representa renovação, perseverança e determinação, além de ser um símbolo da cidade de Atlanta, que precisou ser reconstruída após a Guerra Civil Americana. Blaze também batizou uma organização sem fins lucrativos criada como um dos legados dos Jogos Paraolímpicos de Atlanta. A BlazeSports America promove o esporte como ferramenta de inclusão para crianças e adultos com deficiência física. Blaze, a mascote, é ainda hoje um símbolo do esporte paraolímpico nos Estados Unidos.

Trio australiano

Nos primeiros Jogos do novo milênio, em 2000, três mascotes foram escolhidas para representar a competição na cidade australiana de Sydney. Os três personagens foram baseados em animais selvagens da Austrália e representam a terra, o ar e a água. Os nomes – Olly, Syd e Millie – são abreviaturas das palavras Olimpíadas, Sydney e milênio. Olly é um pássaro australiano kookaburra e representa o espírito de generosidade. Syd é um ornitorrinco que representa o meio-ambiente e a energia do povo australiano. Representando o novo milênio, Millie é uma equidna, mamífero parecido com um porco-espinho.

Outro animal encontrado no território australiano foi escolhido como mascote dos Jogos Paraolímpicos de 2000. Lizzy é um lagarto de gola, espécie encontrada nos desertos australianos. As principais características do personagem são a força, a atitude e a determinação.

 Em 2004, os Jogos Olímpicos voltaram para o seu berço, na cidade grega de Atenas. Com o objetivo de conectar as mascotes com a história da Grécia, a dupla de irmãos Phevos e Athena foi batizada com os nomes de deuses da mitologia grega e baseada em bonecas de argila encontradas em sítios arqueológicos. Phevos, ou Apolo, é o deus grego da luz e da música. Athena é a deusa das artes e da justiça. As duas mascotes simbolizam fraternidade, igualdade e cooperação.

Para os Jogos Paraolímpicos de 2004, a mascote escolhida foi um cavalo-marinho. Com o corpo todo colorido, Proteas simboliza os valores da competição: inspiração, força, determinação e celebração.

Quatro anos depois, Pequim foi a sede dos Jogos. Os chineses criaram cinco personagens como mascotes. Bonecas chinesas da sorte, as personagens ganharam características individuais. Elas têm as cores dos anéis olímpicos e levam uma mensagem de paz para as crianças.

Beibei é um peixe azul que representa a água e os esportes aquáticos. Jingjing é um panda: ele traz a cor negra do anel que representa a África e remete aos esportes que usam a força, como judô e levantamento de peso. Vermelho, Huanhuan é baseado na tocha olímpica, representa o elemento fogo e remete aos esportes com bola. Yingying é um antílope-tibetano amarelo, cujo elemento é a terra e que remete ao atletismo. A andorinha Nini tem o céu como elemento, é verde para representar o anel olímpico da Oceania e se relaciona com a ginástica olímpica. Juntos, os nomes das mascotes formam a frase Bei Jing Huan Ying Ni, que significa “Bem-vindos a Pequim”.

Os Jogos Paraolímpicos da cidade chinesa tiveram como mascote a vaquinha Fu Niu Lele. Em português, o nome da personagem quer dizer “Vaca da felicidade e da boa-sorte”. Ela é toda colorida, como os tradicionais adornos e presentes do ano novo chinês. 

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Divulgação#Mandeville, a mascote dos Jogos Paraolímpicos de Londres, 2012
Mandeville, a mascote dos Jogos Paraolímpicos de Londres, 2012

As mascotes dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Londres foram apresentadas juntas. A história de ambos diz que eles foram criados com as últimas gotas de aço que restaram da construção do Estádio Olímpico de Stratford. Eles possuem câmeras como olhos para captar as melhores imagens dos Jogos e têm vários símbolos olímpicos e londrinos espalhados por seus corpos.

Wenlock, a mascote olímpica, foi batizada em homenagem à pequena cidade de Much Wenlock, que no século 19 sediou uma competição precursora dos modernos Jogos Olímpicos. Mandeville, a mascote paraolímpica, ganhou esse nome por causa do Hospital de Reabilitação de Stoke Mandeville, onde, durante os Jogos Olímpicos de Londres de 1948, foi realizada uma competição de esporte adaptado para pessoas com deficiência física. O evento foi o precursor dos Jogos Paraolímpicos.

Fontes: Fantástico, da Rede Globo, e Rio 2016