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Atletismo

08/08/2021 04h00

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Maratona encerra atletismo, modalidade que teve R$ 9,1 milhões de investimento via Bolsa Atleta no ciclo Rio – Tóquio

Melhor brasileiro nos 42km foi Paulo Roberto Almeida, em 69º. Dos 56 atletas da modalidade, entre titulares e reservas, 54 contam com respaldo do programa do Governo Federal

Quando Paulo Roberto de Almeida Paula, de 42 anos, cruzou a linha de chegada da maratona em 69º nos Jogos Olímpicos de Tóquio neste domingo, com 2h26min08s, o Brasil encerrou a participação no atletismo olímpico na capital japonesa. Outros dois fundistas nacionais na prova, Daniel Chaves e Daniel Nascimento não completaram o percurso de 42km. O vencedor foi o queniano Eliud Kipchoge, que chegou ao bicampeonato depois de vencer também no Rio.

A campanha do Brasil no atletismo no Japão teve como destaques as medalhas de bronze de Alison dos Santos na mais rápida das provas dos 400m com barreiras da história e o campeão olímpico Thiago Braz voltando ao pódio do salto com vara, desta vez na terceira colocação.

Alison dos Santos: bronze em uma das provas de mais alto nível dos Jogos de Tóquio, os 400m com barreiras. Foto: Rodolfo Vilela/ rededoesporte.gov.br
"É um incentivo importante para nós, porque nos ajuda a permanecer no esporte, a seguir na carreira e buscar o nosso melhor sempre”
Thiago Braz, medalha de bronze no salto com vara nos Jogos de Tóquio

Em Tóquio, o Brasil teve 56 representantes no atletismo, entre titulares e reservas nas provas de pista, campo e de rua, como a maratona. Desses 56, um total de 54 chegaram ao Japão com suporte do Bolsa Atleta. O programa de patrocínio direto executado pela Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania investiu nesse grupo, do fim dos Jogos Rio 2016 para cá, um total de R$ 9,19 milhões. Levando em conta a perspectiva histórica desses 54 atletas no programa, desde 2005, o investimento totaliza R$ 15,2 milhões

Alguns integrantes da delegação são conectados ao Bolsa Atleta há longa data, como o próprio Thiago Braz, que há mais de dez anos vê o nome na lista de contemplados. “É um incentivo importante para nós, porque nos ajuda a permanecer no esporte, a seguir na carreira e buscar o nosso melhor sempre”, comentou o medalhista de bronze.

Érica Sena, da marcha atlética, é outra com relação de longa data com o programa. A pernambucana de 36 anos esteve muito próxima do pódio em Tóquio. Aparecia na terceira colocação até a última curva na prova dos 20km, a 200m da chegada, mas recebeu uma terceira punição por violação de regras da marcha e acabou punida com um pitstop de dois minutos. Com isso, terminou em 11º. Érica teve o nome na lista de contemplados do Bolsa Atleta em editais de 12 anos diferentes. Atualmente ocupa a categoria Pódio.

Darlan Romani: integrante do Bolsa Pódio, bateu na trave na competição do arremesso de peso. Foto: Rodolfo Vilela/ rededoesporte.gov.br
“As minhas condições, para o resultado que tenho, são boas. Só que infelizmente tive um ano atípico. Ano passado, em março, estava treinando super bem, vindo numa temporada a milhão, iria fazer um ano excelente, e entrou a pandemia. Tive de operar de hérnia, passei por Covid, não foi fácil
Darlan Romani, integrante do Bolsa Pódio, atleta do arremesso de peso

Covid e hérnia

Outro exemplo é Darlan Romani, do arremesso de peso, que ficou muito próximo de uma medalha no Estádio Olímpico de Tóquio. O catarinense teve o nome contemplado em nove editais do Bolsa Atleta desde 2005. No ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, frequentou a categoria Pódio, a principal do programa, que prevê repasses de R$ 5 mil a R$ 15 mil mensais aos esportistas que se colocam entre os 20 melhores do mundo em suas modalidades.

Como Darlan está no top 10 da modalidade há mais de três anos, recebe o topo da faixa de recursos do Bolsa Atleta. O repasse direto via Governo Federal para ele entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021 pelo programa superou os R$ 620 mil. Numa perspectiva história, ao longo dos nove editais em que o atleta foi contemplado desde 2005, são R$ 786 mil repassados de forma direta. Adicionalmente, Darlan é integrante pelo Programa de Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas, na Força Aérea Brasileira, com recursos e direitos da carreira militar. 

“As minhas condições, para o resultado que tenho, são boas. Só que infelizmente tive um ano atípico. Ano passado, em março, estava treinando super bem, vindo numa temporada a milhão, iria fazer um ano excelente, e entrou a pandemia. Tive de operar de hérnia, passei por Covid, não foi fácil. Eu me dedico ao máximo. Quem me conhece, quem convive comigo lá sabe, eu acordo sonhando, durmo sonhando, vou atrás todo dia para estar aqui e ter um bom resultado. Infelizmente acontece”, lamentou o atleta, que também foi quarto colocado no Mundial de Atletismo de 2019.

Revezamento

Nas provas de velocidade, havia expectativa em relação ao revezamento 4 x 100m masculino, em especial pelo fato de o quarteto ter conquistado o título no Mundial de Revezamentos de Yokohama, em 2019. Nos Jogos de Tóquio, contudo, a equipe nacional formada Rodrigo Nascimento, Felipe Bardi dos Santos, Derick Souza e Paulo André Camilo de Oliveira ficou em quinto lugar na primeira série semifinal, com 38s34. Foi o melhor tempo do quarteto em 2021, mas insuficiente para alcançar a final. O título ficou com a Itália.

“As passagens foram normais, mas não tivemos o desempenho adequado. A gente sai de cabeça erguida porque sabemos que a pandemia afetou bastante a nossa preparação. Pelos resultados, os europeus parecem não terem sido tão afetados”, comentou Rodrigo Nascimento, que abriu a prova para o Brasil. Os quatro atletas da equipe são contemplados pela categoria Internacional do Bolsa Atleta.

Diretoria de Comunicação – Ministério do Esporte