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22/09/2015 11h03
por Ana Felizola — última modificação 22/09/2015 14h03

Rio 2016

Governo federal lança manual de planejamento do setor aéreo para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos

Além de garantir fluidez e segurança ao trânsito de passageiros pelos terminais, intenção é dar atenção especial ao atendimento prestado na operação

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Ministro da Aviação, Eliseu Padilha apresenta o manual em evento no Ministério do Esporte. Foto: Francisco Medeiros/ME

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Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Foto: Ministério do Esporte

A Secretaria de Aviação da Presidência da República (SAC) lançou, nesta terça-feira (22.09), uma cartilha para padronizar a operação dos 39 aeroportos (entre prioritários, monitorados e de apoio) que atenderão à principal demanda dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. O "Manual de Planejamento do Setor de Aviação Civil – Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016", em sua primeira versão, estabelece a ação coordenada e integrada entre operadores aeroportuários e órgãos do sistema nacional de aviação civil.

» Apresentação do Manual de Planejamento do Setor Aéreo (arquivo PDF)

O documento, desenvolvido pelo Comitê Técnico de Operações Especiais (CTOE), define normas, procedimentos e fluxos de gestão e operação para áreas como Segurança e Defesa, Recursos Humanos e Treinamento, Melhorias de Conforto, Acessibilidade, Gerenciamento de Infraestrutura e Capacidade. O plano foi desenvolvido com base na experiência adquirida pelo Brasil durante a Copa do Mundo FIFA 2014, a Copa das Confederações (2013), a Jornada Mundial da Juventude (2013) e a Conferência das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável – Rio+20 (2012).

A expectativa do setor é receber 2,3 milhões de pessoas, entre atletas, delegações e turistas para as Olimpíadas, sendo que mais de 1 milhão deve chegar por avião. Serão cerca de 4,7 milhões de bagagens sendo processadas nos terminais cariocas. Além disso, nos dias das cerimônias de abertura e encerramento, o fluxo normal de passageiros comerciais ainda deverá ser incrementado pela chegada de quase mil aeronaves de aviação geral.

"Além de seguirmos a enciclopédia técnica, queremos que a Olimpíada nos credencie internacionalmente como país especialista em recepção humanizada. Não basta proteger bagagens, implantar fluxos, seguir as regras – o bom atendimento de um aeroporto diz respeito às pessoas, ao tratamento diferenciado, à abordagem profissional e acolhedora. Isso também pode ser planejado, e tenho certeza que nunca estivemos tão prontos como agora", afirma o ministro da Aviação, Eliseu Padilha.

Ao todo, 39 aeródromos, localizados nas cidades-sede e a uma distância máxima de 200 quilômetros delas, serão impactados. Nove deles são considerados os principais: Galeão, Santos Dumont (RJ), Guarulhos, Congonhas, Viracopos (SP), Brasília (DF), Confins (MG), Salvador (BA) e Manaus (AM). Os demais têm função pré-definida para serem utilizados como alternativa em caso de qualquer necessidade e para embarque e estacionamento de aeronaves. “A Olimpíada será um evento de massa, concentrado no Rio de Janeiro, mas que envolve nossa rede de aeroportos”, explica o secretário executivo da SAC, Guilherme Ramalho.

Para dar conta da demanda, 2.200 controladores de voo receberão treinamento específico para o evento e estarão mobilizados 24 horas por dia durante os Jogos. Além disso, vão ser criadas 1.100 vagas extras nos pátios para estacionamento de aeronaves, o que representa um aumento de 130% além da demanda usual. Toda a operação será monitorada pelo governo federal a partir de um Centro de Comando e Controle no Rio de Janeiro, que deve funcionar de forma ininterrupta de 20 de julho a 24 de setembro de 2016, com representantes de todos os órgãos públicos envolvidos.

Técnicos da Secretaria de Aviação também estarão presentes nas chegadas e partidas de voos nacionais e internacionais, principalmente nas datas de competições de maior demanda. “Teremos um aumento de efetivo em todos os órgãos públicos de operadores aeroportuários e estamos fazendo treinamento nos eventos-teste e simulados”, acrescenta Ramalho.A coordenação não afetará os horários dos voos comerciais regulares, que continuarão tendo prioridade. Pousos e decolagens de aviões executivos terão as operações condicionadas à disponibilidade de horário e espaço para pouso.

Evolução do setor

Presente ao evento de apresentação do Manual, o ministro do Esporte, George Hilton, destacou a evolução do setor no país. “Tínhamos até pouco tempo atrás um parque aeronáutico defasado, parado no tempo, esculpido à forma da década de 1970. Hoje temos a política de concessões e financiamento em parceria com a iniciativa privada, o que trouxe nossos aeroportos para o século XXI”, analisa.

“Foram investidos, de 2011 a 2015, até agora, mais de R$ 15 bilhões na expansão da infraestrutura aeroportuária brasileira. Só no Galeão até o ano que vem deverão ser investidos R$ 2 bilhões na ampliação de áreas de pátio e pontos de embarque, e com certeza essa capacidade adicional será muito bem utilizada”, aponta Guilherme Ramalho.

“O Galeão, para nossa alegria, está sofrendo uma verdadeira revolução em termos de obras. Vamos ter acima de R$ 2 bilhões de investimentos já consumados e ele estará pronto para ser um retrato do Brasil para o exterior”, afirma Eliseu Padilha. 

Quatro picos

De acordo com diagnóstico construído pela Secretaria de Aviação com base na experiência olímpica de Londres/2012, os aeroportos deverão registrar pelo menos quatro picos de movimentação de passageiros durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

O recorde de movimentação diária nos aeroportos no País foi de 100 mil passageiros, registrado durante a Jornada Mundial da Juventude, em 2013.

Simulados

A Secretaria coordena a realização de simulados de acessibilidade aeroportuária para Passageiros com Necessidade de Atendimento Especial (PNAEs). O objetivo é testar as operações de embarque e desembarque, fluxos aeroportuários e a infraestrutura dos principais terminais envolvidos na operação dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. A agenda é uma ação do subcomitê de acessibilidade do CTOE, órgão da Comissão Nacional de Autoridades Aeroportuárias (Conaero).

A primeira rodada de simulados passou pelos aeroportos do Galeão (11/06), Santos Dumont (11/07) e Guarulhos (04/08). Antes disso, o CTOE também visitou os terminais de todas as cidades-sede do futebol: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Brasília, Salvador e Manaus. O resultado destas visitas foi um diagnóstico para que os operadores aeroportuários elaborem seus planos de melhoria e adaptação.

"O setor de aviação está lançando todas as diretrizes operacionais com mais de 300 dias de antecedência e isso que contribuir decisivamente para o sucesso de um evento de grande magnitude e complexidade para os aeroportos. Se identificarmos alguma fragilidade, ainda teremos tempo de ajustar tudo antes do início da competição. E mais do que isso: ficaremos com o legado desse aprendizado", explicou o diretor do Departamento de Gestão Aeroportuária da Secretaria de Aviação, Paulo Henrique Possas.

Fonte: brasil2016.gov.br, com informações da Secretaria de Aviação Civil

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Apresentação do Manual de Planejamento do Setor Aéreo (arquivo PDF)