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Natacao paralímpica

13/09/2019 09h20

Natação Paralímpica

Edênia Garcia chega ao tetra nos 50m costas no Mundial de Londres

Nadadora do Ceará foi o destaque nacional no dia em que o Brasil também subiu ao pódio com Daniel Dias e Joana Neves

A nadadora cearense Edênia Garcia conquistou a medalha de ouro nos 50m costas da classe S3 na tarde desta quinta-feira, 12.09, quarto dia de Campeonato Mundial de natação. A competição, iniciada na segunda-feira, na piscina do Parque Olímpico de Londres, conta com 27 brasileiros entre os mais de 650 competidores. O Brasil já foi ao pódio em 10 oportunidades, três das quais nesta quinta-feira.

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Edênia Garcia celebra o tetra na prova dos 50m costas. Foto: Alê Cabral/ CPB

O ouro de Edênia foi o quarto do país em Londres. O Brasil soma, ainda, três pratas e três bronzes e ocupa o sétimo lugar no quadro geral de medalhas. Grã-Bretanha e Itália lideram com 12 ouros cada, porém os italianos somam nove pratas, contra oito dos anfitriões.

"Aos 15 anos de idade [em Mar Del Plata 2002] talvez eu não soubesse o que representava ser campeã e nem que pudesse chegar ao quarto ouro. Hoje, aos 32 anos, sei exatamente o que significa"
Edênia Garcia

O ouro desta quinta-feira foi o quarto de Edênia em Mundiais. Ela acumula no currículo os títulos mundiais em Mar Del Plata 2002, Durban 2006 e Eindhoven 2010. Até então, ela nadava na classe S4.

Com o passar dos anos, a condição físico-motora de Edênia piorou em decorrência de uma enfermidade congênita chamada Charcot-MarieTooth, também conhecida como atrofia fibular muscular, que afeta os movimentos dos membros. Na última edição do Mundial, em dezembro de 2017, na Cidade do México, a cearense do Crato ficou com a prata nesta prova, já classificada como S3.

Agora, ela chegou a Londres com o melhor tempo do mundo na temporada. Largou na raia quatro e confirmou o favoritismo ao cruzar os 50m em 56s71. Deixou para trás a americana Leanne Smith, que já conquistou um ouro e uma prata em Londres, mas nadou os 50m costas em 58s42. O bronze foi para a britânica Ellie Challis (58s91). A paulista Maiara Barreto terminou em quarto (1min00s03).

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Joana Neves no pódio com a prata conquistada na prova dos 50m borboleta. Foto: Alê Cabral/ CPB

"Esta é a minha prova. Eu sempre digo que minha estratégia é sair forte, nadar forte e chegar forte. É sempre assim e não deu outra. É meu quarto título mundial, estou bem feliz", disse a nadadora de 32 anos, uma das mais longevas integrantes da Seleção. "Aos 15 anos de idade [em Mar Del Plata 2002] talvez eu não soubesse o que representava ser campeã mundial e nem que pudesse chegar ao quarto ouro. Hoje, aos 32 anos, sei o que significa", comentou.

O ouro de Edênia foi poucos minutos após a prata de Joana Neves, a Joaninha. Nos 50m borboleta da classe S5 ela alcançou o tempo de 47s21, mais lenta somente que a italiana Arianna Talamona (45s62). O bronze foi para a turca Sevilay Ozturk (47s35). Ainda sem fôlego após sair da piscina, Joana dedicou a medalha ao pai, Jurandir Moisés, morto em 2018 após infarto fulminante. Ela repetiu o ritual que comoveu aos espectadores das provas de natação dos Jogos Parapan-Americanos de Lima, encerrados há quase duas semanas. Quando foi campeã continental dos 50m livre, Joaninha também dedicou a láurea ao pai.

Daniel de bronze

Daniel Dias tornou a conquistar medalha nesta quinta-feira, 12. Nos 50m borboleta, ele teve a difícil tarefa de duelar contra o chinês Lichao Wang e o ucraniano Yaroslav Semenenko, e terminou com o bronze. Esta dupla, a propósito, é motivo de controvérsia no universo da natação paralímpica.

Eles foram medalhistas nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro 2016 na classe S6, para atletas com menor grau de comprometimento físico-motor do que aqueles que estão na classe S5, em que Daniel Dias nada desde o início da carreira, há quase 15 anos. Em função das novas regras de classificação implementadas pelo IPC (Comitê Paralímpico Internacional, na sigla em inglês) em 2018, Yaroslav e Lichao passaram a disputar provas na S5, em clara vantagem competitiva em relação aos demais concorrentes.

Em Londres, Lichao foi o campeão com 31s52, enquanto Semenenko, prata, fez 33s22. Para se ter uma ideia da diferença, a marca do chinês no nado borboleta é melhor do que a que Daniel Dias estabeleceu na final dos 50m livre, na segunda-feira, quando conquistou o ouro com 31s83. Em teoria, o estilo livre é a prova mais rápida da modalidade.

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O multimedalhista Daniel Dias ficou com o bronze na prova dos 50m borboleta. Foto: Alê Cabral/ CPB

"Queria nadar para 34s, estou feliz com o tempo, desde os Jogos Paralímpicos do Rio 2016 que não saía esta marca nos 50m borboleta, estou feliz com meu tempo. Não vou deixar de dar o meu melhor a cada prova, não vão ser as coisas da natação que vão atrapalhar minha performance. Vou sempre buscar o meu melhor, sempre", avisou Daniel Dias.

Resultados dos brasileiros nesta quinta, 12.09:

100m peito (SB12): Maria Carolina Santiago - 4º lugar
100m costas (S7): Italo Pereira - 8º lugar
100m livre (S10): Phelipe Rodrigues - 4º lugar
100m peito (SB13) Guilherme Silva - 7º lugar
50m borboleta (S5): Daniel Dias - BRONZE
50m borboleta (S5): Joana Neves - PRATA
50m costas (S3): Edenia Garcia - OURO e Maiara Barreto - 4º lugar
200m livre (S2): Bruno Becker - 4º lugar
200m medley (SM11): Wendell Belarmino - 5º lugar
200m medley (SM11) Wendell Belarmino - 4º lugar
400m livre (S8): Caio Oliveira - 4º lugar
100m costas (S6): Talisson Glock - 7º lugar
200m medley (SM5) Esthefany Rodrigues - 8º lugar
Revezamento misto 4x100m livre André Silva, Ana Karolina Oliveira, Débora Carneiro e Felipe Caltran (S14) - 4º lugar

Programação dos brasileiros nesta sexta-feira, 13.09:

100m borboleta (S10) Phelipe Rodrigues
50m livre (S8) Gabriel Cristiano
50m livre (S8): Cecília Araújo
50m livre (S6): Talisson Glock
50m livre (S6): Laila Suzigan
100m livre (S12): Lucilene Sousa e Maria Carolina Santiago
50m livre (S4): Susana Schnarndorf
100m livre (S11): Wendell Belarmino
100m livre (S11): Matheus Rheine

Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro