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01/03/2018 23h25

Jogos Paralímpicos de Inverno

Dupla do esqui cross country encerra aclimatação na Itália e está pronta para a estreia

Aline Rocha e Cristian Ribera embarcam para a Coreia do Sul nesta sexta-feira. Abertura dos Jogos será em 9 de março

Dois dos três representantes do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Inverno encerraram, nesta quinta-feira (01.03), a fase de aclimatação para os Jogos Paralímpicos de Inverno, que serão disputados de 9 a 18 de março na Coreia do Sul. Aline Rocha e Cristian Ribera, do esqui cross-country, tiveram dez dias na cidade italiana de Livigno, que fica a 1.800m de altitude. O local é próprio para simular situações que os atletas podem experimentar ao longo da competição em PyeongChang, em especial as diferentes texturas que a neve pode apresentar e temperaturas que chegam a 17 graus negativos.

À frente na foto, Cristian e Aline se despedem da temporada em Livigno, na Itália: baixas temperaturas e grandes expectativas. Foto: acervo pessoal

"Aqui em Livigno, as temperaturas ficaram bem próximas ao limite inferior permitido em provas oficiais. Com isso, a gente conseguiu identificar o comportamento do organismo dos atletas em cada uma dessas temperaturas. Desde a dificuldade para aquecer as mãos, que é um ponto que a gente tem dificuldade, até a proteção das pernas, para termos certeza de que não estamos correndo risco. Não será esse o nosso problema em PyeongChang, apesar da expectativa de temperaturas bem baixas lá", disse Fernando Orso, técnico da dupla nacional.

"A partir de agora, o objetivo deixa de ser a preparação física, porque entendemos que concluímos essa etapa. Agora é um processo de manutenção da condição física, de conhecer melhor o percurso e criar estratégias para cada ponto da prova"
Fernando Orso, técnico

Na Coreia do Sul, a estimativa é ter até cinco sessões de treinamento no local da prova antes da estreia oficial, em 11 de março, com o percurso longo do esqui cross-country. Para Aline Rocha, são 12km de percurso. Para Cristian, 15km. Eles ainda disputarão as provas de sprint, de 1km, no dia 14, e o trajeto de média distância, (5km no feminino e 7,5km, no masculino), no dia 17.

"Quando a gente chegou na Itália, já havíamos concluído uma preparação prévia. Nesse momento, precisávamos transformar todo o trabalho de fortalecimento muscular em velocidade e potência, com ajustes de ordem técnica", afirmou Fernando Orso, técnico da dupla nacional. Os ajustes técnicos são tanto para situações de subida quanto de descidas e curvas. "A partir de agora, o objetivo deixa de ser a preparação física, porque entendemos que concluímos essa etapa. Agora é um processo de manutenção da condição física, de conhecer melhor o percurso e criar estratégias para cada ponto da prova", afirmou.

Depois de representar o Brasil nos Jogos Paralímpicos do Rio, em 2016, a paranaense Aline teve praticamente um ano de experiências com o esporte de neve até garantir o índice e se tornar a primeira mulher brasileira com participações nas competições adaptadas de inverno e de verão. "Com certeza, se comparar com a primeira Copa do Mundo que competi, na Ucrânia, a evolução foi de uns 400%. Não tem comparação. Antes eu não aguentava o frio, eu fadigava rápido. Participei de quatro etapas da Copa do Mundo até aqui. Além de Ucrânia, estive no Canadá, na Alemanha e na Finlândia. Em cada uma delas senti evolução. E não estávamos treinando para as Copas do Mundo. Todo o treinamento era para PyeongChang. Ainda fizemos esse período de aclimatação. Assim, nossa expectativa é que tenhamos nos Jogos os nossos melhores desempenhos, tanto eu quanto o Cristian", afirmou Aline.

Para ela, o dia perfeito para a competição teria uma temperatura dentro de um padrão de "civilidade" e uma neve com espessura ideal. "Uma condição perfeita seria uma temperatura de média de cinco graus negativos, nem tão frio nem tão quente. E que a neve esteja numa condição nem tão escorregadia nem tão pesada, mas perfeita para eu ser agressiva nas curvas, ousada e de preferência sem quedas. Mas cada dia é um dia. A neve nunca está igual. Em todo esse período a gente treinou em todo tipo de situação".

Aline e Cristian vão disputar três provas cada um na Coreia do Sul: longa distância, média distância e sprint. Fotos: acervo pessoal

Cristian é uma das promessas da modalidade. Com apenas 15 anos, o atleta natural de Rondônia conseguiu em pouco tempo de experiência superar os índices necessários e adversários diretos na disputa pela vaga em PyeongChang. “Apesar de ter três anos no roller ski (esqui adaptado para o seco, com rodinhas), eu só tinha tido uma experiência na neve, por mais ou menos um mês na Suécia, em dezembro de 2016. Por isso eu nem tinha tantas expectativas para os Jogos Paralímpicos de Inverno, mas tive resultados expressivos nas competições, conquistei a vaga e agora quero fazer o melhor possível”, disse.

Competição

O terceiro integrante da delegação brasileira em PyeongChang será o paulista André Cintra, no snowboard. Ele escolheu Aomori, no Japão, para o período de treinos pré-Jogos. Ao todo, mais de 600 atletas disputarão medalhas em seis modalidades durante os dez dias dos Jogos Paralímpicos de Inverno. Além do snowboard e do esqui cross-country, estão no programa o biatlo, o esqui alpino, o curling em cadeira de rodas e o hóquei em trenó.

Gustavo Cunha, rededoesporte.gov.br