Taekwondo
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Débora fica com a prata e taekwondo brasileiro celebra o topo do ranking da modalidade em Tóquio
Na estreia do taekwondo como esporte paralímpico, o topo do pódio geral da modalidade em Tóquio foi ocupado pela bandeira brasileira. Com um ouro, uma prata e um bronze, 100% dos atletas nacionais ganharam medalhas e o Brasil terminou como o primeiro no quadro interno do esporte. O segundo lugar ficou com o Irã, com um ouro e uma prata.
"Saímos daqui como a potência número 1 do mundo. Já éramos a principal potência das Américas. Agora, somos mundialmente reconhecidos. Não poderíamos estar mais felizes"
Débora Menezes
"Saímos daqui como a potência número 1 do mundo. Já éramos a principal potência das Américas. Agora, somos mundialmente reconhecidos. Não poderíamos estar mais felizes", afirmou Débora Menezes, última do trio nacional a entrar no tatame do Makuhari Messe Hall. Além dela, os outros dois medalhistas brasileiros foram Nathan Torquato, campeão na categoria até 61kg, e Silvana Fernandes, bronze na categoria até 58kg.
Débora chegou a Tóquio com o status de campeã mundial dos pesados (+55kg), título conquistado em 2019, e segunda no ranking mundial. Com as credenciais, estreou já nas quartas de final e mostrou o porquê de ter figurado durante grande parte do ciclo entre as cinco melhores do ranking internacional.
Diante da mexicana Daniela Mariscal, Débora foi dominante e venceu por 24 x 12. Na sequência, já na semifinal, a brasileira teve pela frente a ucraniana Yuliya Lypetska, medalhista de bronze no Mundial de 2019 e vice-campeã europeia. Débora não tomou conhecimento das credenciais da adversária e venceu por 55 x 10.
Na disputa pelo ouro, Débora encarou uma antiga conhecida. Guljonoy Naimova, do Uzbequistão, foi exatamente a rival de Débora na final do Mundial de 2019. Lá, a brasileira levou a melhor. Dessa vez, contudo, a jovem de 20 anos conseguiu ser mais eficiente nos golpes e ganhou dois dos três rounds da luta decisiva. No fim, 8 x 4 para Naimova e prata para Débora.
"Foi uma final belíssima, muito dura. É aquilo, foi a minha estratégia contra a dela. Foi acirrado mas dessa vez ela foi melhor. Mas saio muito feliz, de cabeça erguida. Estou muito feliz com a minha performance, com o meu desempenho. Foram muitos desafios dentro do processo, incluindo pandemia, lesão, mas foi um ciclo vitorioso.", comentou Débora. "Agora é comemorar, descansar um pouco e dar sequência no trabalho para Paris e Los Angeles".
A atleta espera que o resultado conquistado em Tóquio sirva para dar ainda mais visibilidade ao taekwondo paralímpico e que isso leve novos talentos para o esporte. "A ideia é inspirar uma nova geração de futuros campeões, outros atletas que possam representar o nosso país", concluiu Débora, que nasceu com má-formação abaixo do cotovelo direito, e conheceu os esportes paralímpicos no fim da graduação em educação física. Até 2013, competia no lançamento de dardo.
Investimento
Os três representantes da seleção brasileira em Tóquio são contemplados pelo Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal Brasileiro. O investimento direto nesse grupo, no ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, foi de R$ 815,15 mil, garantido via Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
Os três bolsistas integram a categoria Pódio, a principal do programa, voltada para quem se qualifica entre os 20 melhores do mundo em sua modalidade. A categoria Pódio prevê repasses que variam de R$ 5 mil a R$ 15 mil mensais de acordo com os resultados esportivos dos atletas.
No ciclo dos Jogos de Tóquio, o Ministério da Cidadania investiu R$ 1,32 milhão no parataekwondo por meio do Bolsa Atleta. Entre 2017 e 2021, foram concedidas 27 bolsas em todas as categorias para os atletas da modalidade.
Gustavo Cunha, de Tóquio, no Japão - rededoesporte.gov.br