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Atletismo

29/10/2020 11h30

Natação paralímpica

Daniel Dias fala sobre legado e expectativas para a quarta edição de Jogos Paralímpicos

Maior medalhista brasileiro em Jogos Paralímpicos, com 24 medalhas (14 ouros, sete pratas e seis bronzes), o nadador Daniel Dias (classe S5) se prepara para a quarta edição dos Jogos na sua carreira com uma carga simbólica que transcende muito o ser "apenas" atleta. Hoje, Daniel é também marido, pai, protagonista em projetos sociais e modelo para aspirantes ao esporte paralímpico.

Foto: Gabriel Heusi/rededoesporte.gov.br
“Algo que experimentei no Rio foi que um garoto sem qualquer deficiência me disse: 'Daniel, você é um grande modelo para mim. Isso me faz sentir algo especial porque uma criança sem deficiência me via como modelo a seguir. O esporte fez isso acontecer"
Daniel Dias

Em entrevista ao Comitê Organizador dos Jogos Tóquio 2020, Daniel falou sobre o tipo de legado que espera deixar. “Algo que experimentei no Rio foi que um garoto sem qualquer deficiência me disse: 'Daniel, você é um grande modelo para mim'”, disse.

“Isso me faz sentir algo especial porque uma criança sem deficiência me via como modelo a seguir. O esporte fez isso acontecer. Aquele garoto não me viu por minha deficiência, mas por meu espírito e pelo que posso fazer. Acho que isso é um legado”, disse o nadador de 32 anos.

Daniel buscou as piscinas depois de se inspirar no compatriota brasileiro Clodoaldo Silva, super campeão nos Jogos de Atenas, na Grécia, em 2004. Daniel fez a estreia paralímpica nos Jogos de Pequim 2008 quando tinha apenas 20 anos. A partir daquele momento, causou impacto instantâneo ao ganhar sua primeira medalha paralímpica - uma de ouro - nos 100m livre masculino S5. No fim, ele deixaria a China como o atleta mais condecorado dos Jogos, com um total de nove medalhas, quatro delas de ouro.

Suas proezas continuaram em Londres 2012, ao ganhar seis medalhas de ouro e quebrar vários recordes mundiais. Nos Jogos Rio 2016, em casa, ele ganhou nove medalhas, sendo quatro de ouro. Após quase 12 anos competindo no mais alto nível, como um atleta continua a se esforçar para ser o melhor? Para Daniel, a resposta é simples: “A minha motivação é melhorar o tempo todo e mostrar que posso ir mais longe, ter melhores recordes”, disse o nadador.

No cronograma original, no mês passado haveria a Cerimônia de Encerramento dos Jogos de Tóquio 2020 e o início de outro ciclo de quatro anos até Paris 2024. Em vez disso, os atletas em todo o mundo tiveram que se reorientar com o adiamento dos Jogos com mais 12 meses de treinamento.

Quando a pandemia COVID-19 atingiu o Brasil, centros de treinamento em todo o país fecharam em meados de março para conter a propagação do vírus, incluindo o Centro de Treinamento Paralímpico em São Paulo.

Para o natural de Campinas (SP), uma das partes mais difíceis foi não poder usar a piscina para treinar. “Eu me senti como um peixe fora d'água”, explicou ele. “Tenho feito outros [tipos de] treinamento, mas não era a principal coisa que poderia fazer como nadador”.

Agora ele está de volta à piscina e se preparando para uma virada na sua quarta participação em Jogos Paralímpicos em Tóquio 2020. “Este é o meu quarto Jogos Paralímpicos. O mundo inteiro está enfrentando uma situação difícil e os Jogos devem ajudar a mostrar que nós o superamos.”

Emoção

Assim, enquanto a contagem regressiva avança, os atletas aguardam ansiosamente para entrar no Estádio Nacional para a cerimônia de abertura em 24 de agosto de 2021. Em Tóquio, Daniel, que detém seis recordes mundiais, busca recomeçar onde terminou no Rio há quatro anos, mostrando sua dedicação e que está no auge da forma na piscina do Centro Aquático de Tóquio. “Os Jogos Paralímpicos, para mim, são algo único e incrível de se participar. Estou ansioso para ter aquele momento novamente", contou.

Fonte: Comitê Paralímpico Internacional