Judô
Mundial de Judô
Conheça as instalações de aclimatação das seleções brasileiras em Hamamatsu
O judô no ginásio Yuto. O tênis de mesa olímpico e paralímpico, o vôlei sentado e o rúbgi paralímpico na Arena de Hamamatsu. A natação paralímpica no Complexo Aquático de Tobio. Mesmo com antecedência de quase um ano, a cidade de Hamamatsu já tem a estrutura esportiva montada e o receptivo de boas vindas preparado para receber as delegações brasileiras no período anterior aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2020.
Nessa reta final de preparação, o judô cumpre a função de testes mais intensos. A delegação nacional está na cidade treinando de forma concentrada no Ginásio Yuto. A preparação é voltada para o Campeonato Mundial da modalidade, que será disputado em Tóquio, de 25 de agosto a 1 de setembro. Na chave individual, o Brasil tem 18 representantes no evento que reúne 889 competidores de 152 países.
"Em geral a cidade e as arenas não têm qualquer problema de acessibilidade"
Alberto Martins da Costa, diretor técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro e chefe da delegação brasileira
A Arena de Hamamatsu, por sua vez, é um complexo esportivo da prefeitura contemplado por dois ginásios, academia, vestiários, salas de apoio e espaços de aquecimento. Inaugurada em 1990, é muito conservada e utilizada no dia a dia da cidade para escolinhas e prática de esporte em alto rendimento.
Nesta quinta-feira (22.08), quem fará uma visita ao ginásio é o técnico da seleção feminina de tênis de mesa, Hugo Hoyama. As equipes nacionais ainda brigam pela vaga nos Jogos Olímpicos, mas o número 6 do mundo, Hugo Calderano, já carimbou o passaporte para Tóquio ao conquistar a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, há dez dias. "A nossa sede será aí, por isso é importante fazer desde já essa inspeção", afirmou Hoyama.
No início de setembro, quem terá passagem pela arena será a seleção brasileira de vôlei feminino, que vai disputar no ginásio principal cinco partidas da Copa do Mundo, contra Sérvia, Argentina, Holanda, Quênia e Estados Unidos. O espaço tem capacidade para oito mil torcedores, e todas as condições de acessibilidade preservadas. Essa condição é essencial porque a estrutura será utilizada por várias delegações paralímpicas, em especial as de vôlei sentado, tênis de mesa e rúgbi em cadeira de rodas.
"Em geral a cidade e as arenas não têm qualquer problema de acessibilidade", avaliou o professor Alberto Martins da Costa, diretor técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e chefe da delegação brasileira para os Jogos Paralímpicos. Alberto e representantes de algumas modalidades têm usado a cidade como referência sempre que há competições no leste asiático. "Há duas semanas o triatlo paralímpico esteve lá. A maratona teve uma prova em Oita e adotou Hamamatsu como ponte. Temos feito isso desde já, em especial nos eventos que ocorrem na Ásia ou no Japão", completou o dirigente.
"Entre os paralímpicos, temos esse desafio em relação a receber quase 400 pessoas dentro de um sistema de acessibilidade plena, na cidade e nos hotéis. É um lado estrutural a que a gente vai se dedicar"
Yasutomo Suzuki, prefeito de Hamamatsu
Outra estrutura pronta para receber delegações nacionais é o Parque Aquático de Tobio, espaço público da prefeitura que no cotidiano é utilizado para escolinhas de natação e de saltos ornamentais, ao mesmo tempo em que é partilhado com atletas do alto rendimento. O ginásio coberto tem uma piscina olímpica e uma de 25 metros, um tanque de saltos ornamentais com trampolins de três metros e plataformas de cinco e dez metros, além de academia, sauna e vestiários adaptados.
Na fachada das instalações, a bandeira brasileira ao lado da japonesa sinaliza a intenção do governo local de estreitar relações não só com os atletas, mas com a colônia nacional na região. Hamamatsu conta com 10 mil residentes de origem brasileira entre seus 800 mil habitantes. É a maior colônia brasileira no Japão.
"Para nós esse legado interpessoal é importante e é nosso grande interesse. Entre os paralímpicos, temos esse desafio em relação a receber quase 400 pessoas dentro de um sistema de acessibilidade plena, na cidade e nos hotéis. É um lado estrutural a que a gente vai se dedicar. Por isso fizemos uma campanha para atrair mil voluntários e dar a melhor recepção possível. Estamos felizes porque já temos 1.500 interessados", afirmou o prefeito de Hamamatsu, Yasutomo Suzuki.
Turismo
Nas poucas horas vagas em Hamamatsu na fase de aclimatação, os atletas poderão conhecer algumas referências turísticas da cidade, como o Castelo de Hamamatsu, estrutura erguida nos anos 1.500 e que precisou ser reconstruída depois de bombardeada na Segunda Guerra Mundial. Hoje, o castelo é o ponto alto ao lado de um parque com jardim japonês, árvores nativas e esquilos circulando entre os visitantes.
Outro ponto de referência na cidade, até para quem porventura se perde entre suas ruas planas, é o hotel e restaurante Act Tower, construído com base em motivos que remetem a instrumentos musicais na fachada, no piso, nas portas de elevador e na decoração. O mirante do prédio de 45 andares, a mais de 200 metros de altura, é um dos locais obrigatórios. A conexão do edifício com a música faz sentido porque a cidade é berço de grandes empresas ligadas ao setor, como Yamaha e Roland.
Investimentos federais
Dos 18 atletas inscritos na competição individual do Campeonato Mundial de Judô, 17 são integrantes do Bolsa Atleta, programa da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. O investimento anual no grupo é de R$ 1,67 milhão. No judô como um todo, 256 esportistas recebem atualmente o Bolsa Atleta, num aporte federal anual de R$ 4,5 milhões.
Nesse grupo de 17, 12 recebem a Bolsa Pódio, a principal categoria do Bolsa Atleta, voltada para esportistas que se consolidam entre os 20 melhores do ranking mundial. Em outra vertente de recursos federais, 11 dos 18 judocas estão inscritos no Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas (PAAR).
Gustavo Cunha, de Hamamatsu, no Japão - rededoesporte.gov.br