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Geral

11/03/2016 20h19

Por dentro das obras

Com segurança sanitária garantida, centro hípico já pode receber cavalos dos Jogos

Ministra de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu conferiu as instalações na sequência de agendas do Governo Federal para afinar os preparativos
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Ministra Kátia Abreu visitou o Centro Nacional de Hipismo, em Deodoro. Foto: Francisco Medeiros/ME. Foto: Francisco Medeiros/ME
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Ministra Kátia Abreu visitou o Centro Nacional de Hipismo, em Deodoro. Foto: Francisco Medeiros/ME
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Ministra Kátia Abreu visitou o Centro Nacional de Hipismo, em Deodoro. Foto: Francisco Medeiros/ME
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Ministra Kátia Abreu também visitou a Arena da Juventude. Foto: Francisco Medeiros/ME
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Arena da Juventude, também visitada pela comitiva ministerial, está recebendo o evento-teste de pentatlo moderno. Foto: Agência Brasil
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O cuidado com os cavalos que participam das provas de hipismo nos Jogos Rio 2016 começa no embarque dos animais no país de origem e termina na segurança sanitária no Parque Olímpico de Deodoro, local de disputas das provas da modalidade. A ministra de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, conferiu as instalações, nesta sexta-feira (11.03), dando continuidade à agenda do Governo Federal para afinar os preparativos para o megaevento. Ela assegurou que a área está pronta para receber os equinos, que começam a chegar ao país em julho. 

“Esse trabalho começou a ser feito há dois anos, limpando a área de pequenos animais, pragas e doenças. Conseguimos fazer o vazio sanitário e declarar essa área livre de doenças de equinos. Esse reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde Animal é da maior importância”, afirmou Kátia Abreu, fazendo referência ao documento do órgão internacional que atesta a biossegurança do Centro de Hipismo. 

O ministério criou uma área de segurança, que compreende o percurso do Galeão ao Parque de Deodoro, o chamado “vazio sanitário”. Os animais são atestados em seus países de origem, desembarcam no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e são transportados em caminhões lacrados para os locais de competição. A ação será toda fiscalizada pelo Governo Federal.

“Os cavalos têm um chip subcutâneo, colocado no pescoço. Os veterinários dos países de origem atestam que os exames exigidos foram feitos. Os cavalos têm um passaporte em papel, que atesta as vacinas que eles tomaram e traz as informações que estão no chip. Esta fiscalização é feita na chegada deles ao país”, explica o coronel Sérgio Bernardes, coordenador geral das instalações olímpicas da região.

Os cavalos do Exército, que ficavam na Vila Militar, onde está o Parque Olímpico, foram retirados há mais de seis meses do local, para evitar qualquer tipo de contaminação. Prazo maior que o exigido nas regras internacionais. “Tecnicamente, esse período elimina a possibilidade de termos qualquer tipo de vírus ou bactéria que possam causar doenças. O trabalho agora é de manutenção”, complementa Bernardes.

Mormo

A segurança biológica eliminou também a possibilidade da presença de bactérias como a que transmite o mormo - enfermidade equestre que afeta o sistema respiratório e é letal -, que gerou certa preocupação após diagnóstico positivo em um cavalo originário do Espírito Santo e que transitou pela Vila Militar no primeiro semestre do ano passado. “Cumprimos, de forma rigorosa, todas as regras internacionais de movimentação e permanência de animais e qualquer risco na região foi eliminado”, garantiu a ministra.

Para a ministra Kátia Abreu, a experiência adquirida pelos técnicos brasileiros para cumprir todas as normas sanitárias internacionais será o maior legado olímpico para o setor. “Diante de todo o trabalho de biossegurança realizado para receber os Jogos, o ministério cresceu. Os fiscais federais e os técnicos se aprimoraram e até a ministra aprendeu sobre o assunto. Toda essa experiência é o maior legado para nós”.

Após passar pelos locais de competição do Concurso Completo de Equitação e do Cross-Country, a comitiva seguiu para o Estádio de Deodoro e depois para a Arena da Juventude, que recebem o evento-teste de pentatlo moderno até a próxima segunda-feira (14.03). 


Instalações

O Centro Nacional de Hipismo foi construído para os Jogos Pan-Americanos Rio 2007 e projetado de acordo com padrões da Federação Equestre Internacional. O complexo tem área aproximada de um milhão de metros quadrados. A pista de cross-country, as quatro pistas de treinamento e a arena de saltos e adestramento foram adaptadas e ampliadas para as provas da modalidade nas Olimpíadas e Paralimpíadas.

Técnicos da federação internacional estiveram nesta sexta-feira medindo a descompactação de solo das pistas. Segundo o coronel Sérgio Bernardes, o cuidado é para evitar que os cavalos sofram lesões ao saltarem. “A cada ciclo olímpico surgem tecnologias novas. O que temos de novidade agora são os pisos das pistas de salto, tanto a principal como as de aquecimento. Trata-se de uma mistura de areia bastante fina, com fibras. A finalidade é amortecer o impacto dos saltos nos cavalos e evitar lesões. Essa tecnologia é homologada pela Federação Equestre Internacional. Na área do cross-country, pelo mesmo motivo, também temos que ter cuidado com o piso. A preparação é feita na grama e no subsolo, que tem que ser descompactado para ter um nível de absorção do choque adequado”. 

No plantio e manutenção da grama foram usadas máquinas de corte vertical, corte baixo e descompactação. Na fase inicial, a irrigação é mais intensa para que a grama se fixe bem e não se solte quando os cavalos estiverem galopando. “Nós temos um reservatório com capacidade de 240 mil litros de água. Estamos fazendo três irrigações diárias, setorizadas. A pista tem oito setores, cada um com um tempo de irrigação. Onde está mais duro, molhamos mais, para facilitar a descompactação”, detalha Bernardes.

O centro de hipismo também contará com uma nova clínica veterinária e acomodações para tratadores e veterinários (serão 72 apartamentos).

Pista de cross-country

» Percurso de 6,4 quilômetros para os Jogos Rio 2016

» Largura: entre cinco e 20 metros

» Capacidade: 15 mil espectadores em pé e mil sentados (temporários)

» Reservatório: capacidade para 240 mil litros de água

Arena de Saltos, no Centro Nacional de Hipismo, em Deodoro. Foto: Gabriel Fialho/Brasil2016.gov.br

Arena de Saltos e Adestramento

» Capacidade: 14,2 mil lugares (1,2 mil permanentes e 13 mil temporários)

» Quatro pistas de aquecimento

» Uma pista coberta (treinos): 70 metros por 30 metros

Gabriel Fialho - Brasil2016.gov.br