Ciclismo paralímpico
Ciclismo de estrada
Com o bronze de Lauro Chaman no ciclismo, Brasil alcança medalhas em sete esportes diferentes
"Essa medalha não é só minha. Ela é de todo o ciclismo brasileiro". Assim comemorou Lauro Cesar Chaman, paulista de Araraquara, que, aos 29 anos, tornou-se o primeiro atleta do Brasil a conquistar um pódio no ciclismo paralímpico. Ele ficou com o bronze na prova contrarrelógio da classe C5 dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, disputada na tarde desta quarta-feira (14.09), no Pontal, no Recreio dos Bandeirantes. Foi a sétima modalidade diferente com brasileiros no pódio no Rio de Janeiro - número já igual ao de Londres-2012, mesmo com várias modalidades coletivas por terminar. No Rio, o Brasil também medalhou em atletismo, natação, bocha, judô, halterofilismo e tênis de mesa.
Lauro percorreu os 30km da prova em 37min33s36. O ouro foi para o ucraniano Yehor Dementyev, com 36min53s23, e a prata para o australiano Alistar Donohoe, com 40s13 a mais. O brasileiro Soelito Gohr chegou em nono - no dia que completou 43 anos de idade. "Foi um ótimo tempo. Se eu fizer essa prova 20 vezes de novo, não sei se vou conseguir repetir", disse o atleta, que explicou que pode percorrer até 1.000km em uma semana mais pesada de treinamento.
Os dois brasileiros explicaram que o esforço em uma prova contra o relógio deve ser bem dosado, pois não há um pelotão para te puxar para frente ou para fornecer um parâmetro. "Temos que ter muito foco. Controlo o esforço pelo batimento cardíaco, não pela velocidade. Se eu gastar energia demais no início, falta no final", exemplifica o medalhista. "E se gastar energia de menos, a gente chega com a sensação de que poderia ter feito um tempo menor", complementa o veterano Soelito, que esteve presente em Pequim-2008 e em Londres-2012.
"O apoio de todos aqui e de longe importaram demais. A comissão técnica e o Soelito, aniversariante hoje, fizeram o melhor e conseguimos chegar aqui. Foi com treino e apoio da Confederação Brasileira de Ciclismo, do Comitê Paralímpico Brasileiro e do Ministério do Esporte que eu posso comemorar agora", afirmou Lauro. "Mas minha mãe e minha avó devem ter rezado muito também. Elas devem ter acabado com as velas da cidade", brincou.
Tanto Lauro quanto Soelito voltam ao circuito do Pontal no sábado (17.09) para a corrida do ciclismo de estrada, classe C4-5. A prova está marcada para às 9h30.
Nas classes C1 a C5, competem atletas com deficiência que afete pernas, braços e/ou tronco, mas que usam uma bicicleta de estrada. Quanto menor o número, maior a dificuldade para pedalar Além das bicicletas convencionais, o ciclismo de estrada paralímpico também tem provas para tandems (bicicletas de duas pessoas), handbikes (bicicletas de mão) e até triciclos.
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Classe H
Pela manhã, a única representante do Brasil foi Jady Malavazzi. Ela terminou a prova contrarrelógio das Classes H1-2-3 (atletas com deficiência que afete suas pernas, que competem usando uma handbike) em sexto. "Fiz uma prova sensacional. Consegui manter a estratégia definida. O vento estava forte contra. Nessa hora, temos que manter uma potência alta. Tenho que brigar comigo mesmo para não pensar no vento e manter uma força mais alta", contou Jady, que começou a praticar o ciclismo de estrada com bicicletas de mão em 2010, três anos após o acidente automobilístico que a deixou paraplégica.
"Há dois anos, pude parar com outras atividades para me dedicar totalmente ao esporte graças à Bolsa Atleta. Intensifiquei meu treinamento neste último ano. Passei um mês treinando nos Estados Unidos com uma atleta H4, justamente para tentar um resultado melhor aqui no Rio", contou.
Mesmo após uma prova desgastante como a desta quarta, a brasileira mal terá tempo para descansar. Nesta quinta-feira (15.09), ela já compete de novo, desta vez na corrida de estrada. "Serão 45km, em uma prova bem mais forte, com atletas das classes H3, que é a minha, e H4", explicou Jady. "Meu objetivo é me manter junto do pelotão. Vamos ver no que vai dar", concluiu.
Classe B
A brasileira Marcia Fanhani ficou em 16o no contrarrelógio da Classe B nos Jogos Paralímpicos. Ela e a piloto Mariane Ferreira ficaram com o tempo de 48min00s36. Na Classe B, para ciclistas com atletas com deficiência visual, a dupla pedala em uma bicicleta tandem.
Galeria de fotos (disponíveis para uso editorial gratuito, desde que creditadas para André Motta/ brasil2016.gov.br)
Abelardo Mendes Jr - brasil2016.gov.br