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Ciclismo paralímpico

14/09/2016 18h30

Ciclismo de estrada

Com o bronze de Lauro Chaman no ciclismo, Brasil alcança medalhas em sete esportes diferentes

Esta foi a primeira medalha do Brasil na modalidade em Paralimpíadas. "Essa medalha é do Brasil", disse Chaman

"Essa medalha não é só minha. Ela é de todo o ciclismo brasileiro". Assim comemorou Lauro Cesar Chaman, paulista de Araraquara, que, aos 29 anos, tornou-se o primeiro atleta do Brasil a conquistar um pódio no ciclismo paralímpico. Ele ficou com o bronze na prova contrarrelógio da classe C5 dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, disputada na tarde desta quarta-feira (14.09), no Pontal, no Recreio dos Bandeirantes. Foi a sétima modalidade diferente com brasileiros no pódio no Rio de Janeiro - número já igual ao de Londres-2012, mesmo com várias modalidades coletivas por terminar. No Rio, o Brasil também medalhou em atletismo, natação, bocha, judô, halterofilismo e tênis de mesa. 

Donohoe, Dementyev e Chaman: primeira medalha do ciclismo brasileiro em Paralimpíadas. Foto: André Motta/ brasil2016.gov.br

Lauro percorreu os 30km da prova em 37min33s36. O ouro foi para o ucraniano Yehor Dementyev, com 36min53s23, e a prata para o australiano Alistar Donohoe, com 40s13 a mais. O brasileiro Soelito Gohr chegou em nono - no dia que completou 43 anos de idade. "Foi um ótimo tempo. Se eu fizer essa prova 20 vezes de novo, não sei se vou conseguir repetir", disse o atleta, que explicou que pode percorrer até 1.000km em uma semana mais pesada de treinamento.

Os dois brasileiros explicaram que o esforço em uma prova contra o relógio deve ser bem dosado, pois não há um pelotão para te puxar para frente ou para fornecer um parâmetro. "Temos que ter muito foco. Controlo o esforço pelo batimento cardíaco, não pela velocidade. Se eu gastar energia demais no início, falta no final", exemplifica o medalhista. "E se gastar energia de menos, a gente chega com a sensação de que poderia ter feito um tempo menor", complementa o veterano Soelito, que esteve presente em Pequim-2008 e em Londres-2012.

Lauro Chaman. Fotos: André Motta/ brasil2016.gov.br

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Soelito Gohr. Foto: André Motta/ brasil2016.gov.br

"O apoio de todos aqui e de longe importaram demais. A comissão técnica e o Soelito, aniversariante hoje, fizeram o melhor e conseguimos chegar aqui. Foi com treino e apoio da Confederação Brasileira de Ciclismo, do Comitê Paralímpico Brasileiro e do Ministério do Esporte que eu posso comemorar agora", afirmou Lauro. "Mas minha mãe e minha avó devem ter rezado muito também. Elas devem ter acabado com as velas da cidade", brincou.

Tanto Lauro quanto Soelito voltam ao circuito do Pontal no sábado (17.09) para a corrida do ciclismo de estrada, classe C4-5. A prova está marcada para às 9h30.

Nas classes C1 a C5, competem atletas com deficiência que afete pernas, braços e/ou tronco, mas que usam uma bicicleta de estrada. Quanto menor o número, maior a dificuldade para pedalar Além das bicicletas convencionais, o ciclismo de estrada paralímpico também tem provas para tandems (bicicletas de duas pessoas), handbikes (bicicletas de mão) e até triciclos.

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Classe H

Pela manhã, a única representante do Brasil foi Jady Malavazzi. Ela terminou a prova contrarrelógio das Classes H1-2-3 (atletas com deficiência que afete suas pernas, que competem usando uma handbike) em sexto. "Fiz uma prova sensacional. Consegui manter a estratégia definida. O vento estava forte contra. Nessa hora, temos que manter uma potência alta. Tenho que brigar comigo mesmo para não pensar no vento e manter uma força mais alta", contou Jady, que começou a praticar o ciclismo de estrada com bicicletas de mão em 2010, três anos após o acidente automobilístico que a deixou paraplégica.

Jady Malavazzi
Jady Malavazzi. Foto: André Motta/ brasil2016.gov.br

"Há dois anos, pude parar com outras atividades para me dedicar totalmente ao esporte graças à Bolsa Atleta. Intensifiquei meu treinamento neste último ano. Passei um mês treinando nos Estados Unidos com uma atleta H4, justamente para tentar um resultado melhor aqui no Rio", contou.

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Marcia Fanhani e Mariane Ferreira. Foto: André Motta/ brasil2016.gov.br

Mesmo após uma prova desgastante como a desta quarta, a brasileira mal terá tempo para descansar. Nesta quinta-feira (15.09), ela já compete de novo, desta vez na corrida de estrada. "Serão 45km, em uma prova bem mais forte, com atletas das classes H3, que é a minha, e H4", explicou Jady. "Meu objetivo é me manter junto do pelotão. Vamos ver no que vai dar", concluiu.

Classe B

A brasileira Marcia Fanhani ficou em 16o no contrarrelógio da Classe B nos Jogos Paralímpicos. Ela e a piloto Mariane Ferreira ficaram com o tempo de 48min00s36. Na Classe B, para ciclistas com atletas com deficiência visual, a dupla pedala em uma bicicleta tandem.

Galeria de fotos (disponíveis para uso editorial gratuito, desde que creditadas para André Motta/ brasil2016.gov.br)

Ciclismo Contrarrelógio - Jogos Paralímpicos Rio 2016 - 14.09.16

 

Abelardo Mendes Jr - brasil2016.gov.br