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Atletismo

04/02/2016 11h49

Virada Olímpica

Canoagem slalom aposta em fator casa e Ana Sátila para chegar a pódio inédito

Modalidade crê em vantagem brasileira por treinar no Estádio Olímpico ao longo de 2016 e deposita esperanças na jovem de 19 anos

Para alcançar a ousada meta de subir ao pódio olímpico pela primeira vez, a canoagem slalom brasileira aposta em duas frentes: a vantagem de ter à disposição a estrutura do Estádio Olímpico de Canoagem Slalom e o talento dos jovens integrantes da equipe, especialmente Ana Sátila, no K1 feminino.

Em 2013, a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) traçou um planejamento que vislumbrava a possibilidade de três finais entre as quatro possíveis e até duas medalhas. De lá para cá, os resultados dos canoístas do país no cenário internacional mostraram que Sátila é a maior aposta para chegar ao pódio.

“É uma meta extremamente ousada para um esporte sem tradição no país. Foi embasada no crescimento técnico dos atletas e diante do fato de que nos Jogos Olímpicos participam apenas uma embarcação por país em cada categoria”, afirma Argos Rodrigues, superintendente da CBCa.

De acordo com o planejamento da confederação, os atletas precisariam frequentar as semifinais dos eventos internacionais ao longo de 2014 e 2015. Quem mais conseguiu foi justamente Ana Sátila, no K1 feminino. “Isso nos deixa esperançosos para a sonhada medalha olímpica, até porque no evento-teste realizado no Rio, ela conseguiu o surpreendente segundo lugar na fase classificatória”, aponta Argos.

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Ana Sátila mudou-se para o Rio para treinar intensamente no percurso olímpico. Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br

No evento-teste, Ana Sátila foi a melhor brasileira, terminando a competição na sexta posição. A atleta foi só elogios ao novo circuito e está morando no Rio a fim de treinar o máximo possível na pista que receberá os melhores do mundo nos Jogos Olímpicos.

“Já é a minha pista favorita no mundo inteiro. É técnica e forte. Estou feliz por tê-la em casa. Para nós brasileiros vai ser excelente”, diz Ana Sátila, admitindo que os atletas da casa poderão levar certa vantagem por conhecer a instalação. “A gente mora aqui, pode vir todos os dias. É nossa casa e temos toda a oportunidade do mundo de treinar e ter essa vantagem.”

Mesmo com responsabilidade nos ombros, a jovem de 19 anos, que participou dos Jogos de Londres 2012 como a caçula da delegação, corrobora as expectativas da CBCa e fala da medalha com otimismo. “É o meu objetivo desde pequena. Agora, por ser na minha casa, vou lutar com todas as forças. É o meu sonho e vou conquistá-lo”, afirma a canoísta.

Única atleta da modalidade já classificada diretamente para os Jogos no K1 feminino, ela foca agora somente na preparação para o evento. Em março, os atletas brasileiros das outras categorias participam de uma seletiva nacional, onde os melhores vão ser convocados para representar o país em competições internacionais. Depois, eles disputam três etapas da Copa do Mundo da modalidade, na Itália, na Espanha e na França. Quem tiver a melhor média de resultados estará nos Jogos Olímpicos. O Brasil terá quatro embarcações e cinco atletas na canoagem slalom: um no K1 masculino, uma no K1 feminino, um no C1 masculino e dois no C2 masculino.



Legado e desenvolvimento

Se a canoagem slalom ainda não é tão difundida no Brasil, a CBCa espera mudar este panorama a partir de agora. Com duas pistas disponíveis para a prática da modalidade — o Estádio Olímpico, no Rio de Janeiro, e o Canal Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR) —, a expectativa é de evolução nos próximos anos.

Além da estrutura física disponível, o Brasil conta com outro fator favorável à prática do esporte: o clima. “Ao contrário dos principais canais que estão localizados no hemisfério norte, onde no inverno as águas simplesmente congelam, temos a possibilidade de treinar o ano todo”, comenta Argos Rodrigues.

As boas condições climáticas, inclusive, fazem parte dos planos da CBCa para atrair atletas do mundo inteiro para treinar no país. “Queremos transformar o Rio no destino dos principais atletas e equipes entre novembro e fevereiro. Hoje, quem recebe esses atletas é Sydney, onde o custo é enorme. Para o esporte nacional será magnífico ter os principais nomes do mundo treinando ao nosso lado durante quatro meses”, projeta o superintendente da confederação.

Vagner Vargas – Brasil2016.gov.br