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Triatlo

19/07/2021 02h44

TÓQUIO 2021

Calor extremo e clima abafado são os principais desafios para os triatletas brasileiros em Tóquio

Equipe de triatlo do Brasil para as Olimpíadas no Japão terá Luisa Baptista, Vittoria Lopes e Manoel Messias. Competições serão realizadas nos dias 26 e 27 de julho e brasileiros estão confiantes para brigar pelo pódio

A equipe brasileira de triatlo terá que enfrentar durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão, adversários que vão além dos atletas de várias partes do mundo. Luisa Baptista, Vittoria Lopes e Manoel Messias terão como rivais externos o calor forte e intenso do verão japonês, aliado ao clima abafado e úmido da cidade, que serão fatores decisivos durante a prova olímpica. 

Os atletas brasileiros sentiram a prévia do que irão enfrentar nos dias 26 (na prova masculino) e 27 de julho (feminino) durante o evento-teste dos Jogos, promovido em agosto de 2019. Na época, a União Internacional de Triatlo (ITU) chegou a reduzir a prova de corrida de 10km para 5km para preservar a saúde dos atletas, pois a temperatura atingiu níveis considerados extremos.

Foto: Reprodução
"Priorizamos o treinamento no calor, imitando as condições que encontramos durante o evento-teste em Tóquio e que deixou todo mundo assustado, porque não esperávamos tanto calor. Muito quente e muito úmido"
Manoel Messias, triatleta olímpico

A partir da experiência de 2019, o triatleta Manoel Messias contou, durante coletiva de imprensa virtual realizada nesta segunda-feira (19.07), que a equipe brasileira teve que mudar a estratégia de treinamento para chegar preparada para representar o país nas Olimpíadas.

"Priorizamos o treinamento no calor, imitando as condições que encontramos durante o evento-teste em Tóquio e que deixou todo mundo assustado, porque não esperávamos tanto calor. Muito quente e muito úmido", recorda Manoel.

Além das condições climáticas, a pandemia de Covid-19 também impactou no planejamento. As autoridades japonesas restringiram os treinamentos nas ruas de Tóquio. Assim, os atletas brasileiros tiveram que mudar de estratégia e optaram por realizar a fase final de treinamento em duas cidades com climas similares ao japonês. Luisa e Manoel realizaram a fase final de treinamento no Havaí e Vittoria se preparou no Colorado, nos Estados Unidos. 

"As restrições de correr na rua no Japão fizeram com que a gente tivesse que repensar a nossa preparação final. Por ser similar a Tóquio, escolhemos o Havaí, por conta da umidade e das condições do clima serem parecidas, além da viagem para o Japão não representar uma viagem longa para os atletas", explicou o chefe de equipe brasileira, Sérgio Santos.

Manoel considera que a ida para o Havaí foi a melhor escolha para se adaptar ao calor que os atletas irão encontrar durante os Jogos Olímpicos. "A gente acertou a mão ao escolher o Havaí. Agora é fazer em Tóquio o que a gente treinou aqui na ilha". 

Luísa considerou a preparação no Havaí muito especial, pois o local é tido como o berço do triatlo mundial. O período serviu de inspiração para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos. "Tem sido uma experiência bacana treinar no Havaí. Estar aqui deu uma renovada, pois estamos no berço do triatlo e essa experiência vai contribuir muito com a nossa participação nos Jogos. Espero colher frutos disso", acrescentou Luísa.

Já Vittoria Lopes escolheu a preparação no Colorado, nos Estados Unidos. "Hoje foi o último dia de treino longo aqui nos Estados Unidos. Viajo na quarta-feira (21.07) para o Japão, com a equipe norte-americana. Estou me sentindo muito bem e feliz por poder competir após dois anos de espera. Então, acredito que fiz um trabalho bacana, o grupo estava bem forte aqui e agora é competir e representar bem o Brasil", declarou Vittoria Lopes.

Investimentos federais

Luisa Baptista e Vittoria Lopes são apoiadas pelo programa Bolsa Atleta do Governo Federal. Já Manoel recebeu o apoio da União nos anos de 2017, 2018 e 2019, na categoria Internacional. Entre os Jogos Olímpicos do Rio 2016 e de Tóquio 2020, o investimento direto do Governo Federal via programa Bolsa Atleta no triatlo superou R$ 11,5 milhões para integrantes da modalidade que se destacaram em competições nacionais e internacionais.

Em Tóquio, as disputas serão nos dias 26 (masculino) e 27 de julho (feminino). Inovação no programa de Tóquio, ainda está prevista uma prova de revezamento misto. Ela será disputada no dia 31 de julho com equipes de dois homens e duas mulheres em distâncias mais curtas.

As provas serão realizadas no Odaiba Marine Park, um dos principais pontos turísticos de Tóquio. O parque fica localizado em uma ilha artificial, que oferece aos seus visitantes a vista da paisagem urbana da cidade, como a do edifício da Fuji TV e a Rainbow Bridge, ponte que liga o continente à ilha. 

Durante a coletiva virtual, Vittoria revelou a estratégia que executará durante a prova feminina. "Tenho uma natação bem forte. A bicicleta acredito que será um dos pontos mais decisivos na prova e a corrida precisa ter resiliência e a situação climática será o fator principal. Se conseguir uma corrida forte, porém conservadora, vou conseguir um grande resultado", acredita Vittória.

Já Manoel disse que o foco é na medalha. "A minha meta pessoal é fazer um bom resultado. Eu quero a medalha. A gente mira na frente, mas quero chegar e desempenhar um bom resultado. Com certeza eu miro lá em cima, meu foco é o pódio", disse Manoel. 

História

Desde a edição de 2000, em Sydney, a modalidade faz parte do programa olímpico. O triatlo é a prova olímpica que combina habilidades de força, resistência e técnica de natação, ciclismo e corrida. A disputa envolve 1.500m na água, seguidos por 40 quilômetros de pedalada e finalizados por dez quilômetros de corrida.

O melhor resultado do Brasil em Jogos Olímpicos vem de Sandra Soldan, que ficou em 11º lugar em Sydney 2000. No masculino, o principal resultado foi de Leandro Macedo, que ficou em 14º lugar em Sydney 2000.

Breno Barros, de Tóquio, no Japão – rededoesporte.gov.br