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Badminton

29/08/2019 23h28

LIMA 2019

Caçula do parabadminton em Lima, amazonense encontrou no esporte a ferramenta de resgate da autoestima

A modalidade estreou nesta quinta-feira (29) em Jogos Parapan-Americanos

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Mikaela Almeida, 16 anos, nasceu sem o braço direito. Por muito tempo a jovem considerava a deficiência um peso. A percepção começou a mudar quando o parabadminton entrou em sua rotina. Em apenas três anos, a atleta viu a sua vida ser transformada e a autoestima, restaurada. Caçula do Brasil em Lima, no Peru, a amazonense participou, nesta quinta-feira (29.08), da estreia da modalidade em Jogos Parapan-Americanos.

Mikaela teve o primeiro contato com o esporte durante as aulas de educação física. O professor Fernando Taffarel foi o responsável por apresentar a quadra, a raquete e a peteca a ela. Em pouco tempo, o esporte mudou a forma de enxergar as próprias limitações, acreditar no próprio potencial e melhorar a qualidade de vida.

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Mikaela em ação em Lima durante partida de duplas, ao lado de Ricardo Cavalli. Foto: Washington Alves/EXEMPLUS/CPB

"Eu nunca imaginei ser atleta. Nunca gostei de esporte. É bem diferente quando me olho hoje. Quando comecei não acertava nenhuma peteca, mas quando comecei a acertar foi paixão difícil de largar", relembrou a jovem, que recebe o benefício do programa Bolsa Atleta da Secretaria Especial do Esporte do Ministério do Cidadania.

O parabadminton abriu um mundo de possibilidades nunca imaginado por Mikaela. Ao analisar o impacto da modalidade em sua vida, a jogadora a considera uma ferramenta de estímulo e de formação de caráter. "O esporte ajudou muito no meu caráter. Eu tive que lidar ainda mais com a minha deficiência depois que entrei no parabadminton. Hoje consigo aceitar a minha deficiência, mas antes era horrível, pois considerava um gigante dentro de mim", confidenciou.

"O esporte ajudou muito no meu caráter. Eu tive que lidar ainda mais com a minha deficiência. Hoje consigo aceitar, mas antes era horrível, pois considerava um gigante dentro de mim"
Mikaela Almeida

O badminton estruturado para pessoas com deficiências físicas fará a sua estreia nos Jogos Paralímpicos em Tóquio, no ano que vem. Atletas em cadeira de rodas e andantes utilizam uma raquete para golpear uma peteca na quadra dos adversários competindo em provas individuais, duplas (masculinas e femininas) e mistas, em seis classes funcionais diferentes.

Em Lima, os brasileiros disputaram 16 partidas, na fase classificatória, nesta quinta-feira (29), nas quadras montadas no ginásio do complexo esportivo de Videna. Além de Mikaela, o Brasil foi representado na estreia por Renan Augusto Rosso, Leonardo Zuffo, Daniele Torres Souza, Eduardo Oliveira, Júlio Cesar Godoy, Ricardo Cavalli, Rômulo Soares, Rodolfo Cano e Vitor Tavares. "Uma hora a gente se vê sendo chamada para viajar e para uma competição sem compromisso dentro do país. Quando você pisca os olhos, está em um evento deste como os Jogos Parapan-Americanos. É algo inacreditável, algo de outro mundo", definiu. 

Foto: Breno Barros/ rededoesporte.gov.br

Na primeira partida do individual em Lima, Mikaela venceu a canadense Olivia Meier por 2 a 0, adversária mais difícil da sua chave. "Essa partida foi tipo uma final, porque foi uma das partidas mais difíceis. O jogo estava tenso. A minha perna estava tremendo, foi muito tenso. Ver que eu ganhei, eu me sinto muito feliz. Porque é difícil acreditar na minha capacidade, mas quando eu me vejo me superando, em um evento deste, eu me sinto muito bem, eu me sinto grande", disse. Nesta sexta-feira (30), a jovem enfrenta a cubana Laura Lanes, pela segunda rodada do individual.

Infográfico - Jogos Parapan-Americanos Lima 2019

Breno Barros, de Lima, no Peru – Rededoesporte.gov.br