Volei paralímpico
Vôlei Sentado
Brasil repete derrota para o Egito no tiebreak e bronze escapa
A seleção brasileira masculina de vôlei sentado enfrentou o Egito na manhã deste sábado (18.09), no Pavilhão 6 do Riocentro, na disputa da medalha paralímpica de bronze. Com o ginásio mais uma vez lotado e o apoio incondicional da torcida, o que era para ser um dia de alegria para os brasileiros tornou-se motivo de frustração. Assim como no jogo da primeira fase, há uma semana, contra a mesma seleção do Egito, o Brasil repetiu a derrota por 3 sets a 2, desta vez com parciais de 28/26, 29/31, 19/25, 25/22 e 15/13, em uma partida extremamente disputada.
Ao ser parabenizado por uma torcedora quando deixava a quadra, o ponta Anderson Ribas da Silva agradeceu muito pelo carinho de todos, mas respondeu que a equipe não estava de parabéns porque, mais uma vez, ficou devendo. “Não deu de novo. Perdemos dos caras”, lamentou o curitibano de 37 anos, que disputa a segunda edição paralímpica.
Ainda no calor da hora, o treinador Fernando Guimarães foi crítico ao desempenho da equipe. “Achei que houve um pouco de falta de atitude. Não soubemos jogar com a pressão. Poderíamos ter jogado mais desde o início da competição. Não conseguimos usar o fator casa a nosso favor para crescer no jogo. Essa medalha seria um consolo para o que era o nosso real objetivo e perdemos até o bronze”, lamentou.
“O time do Egito é muito forte, se você não tiver concentrado e fizer a parte tática direitinho, fica difícil conseguir ganhar”
Fernando Guimarães
Fernando Guimarães, que ficou agitado durante toda a disputa, afirmou ainda que lhe faltou sensibilidade para administrar os jogadores de uma maneira mais adequada ao estilo de cada um. “O time do Egito é muito forte, se você não tiver concentrado e fizer a parte tática direitinho, fica difícil conseguir ganhar. Faltou um pouco de sensibilidade da minha parte para guiá-los da maneira como eles sabem jogar”.
Apesar de o Brasil não ter conseguido a inédita medalha, para o veterano atacante Giba, a campanha tem saldo positivo. “Infelizmente foi mais uma dura derrota dentro de casa. Nosso objetivo era sair com uma medalha, mas não conseguimos. Agora é encarar a realidade. Seja como for, acho sinceramente que o time está de parabéns pelo que vem alcançando. O sonho ainda não acabou. Vamos seguir trabalhando forte em busca dessa medalha que é tão importante para a gente”, finalizou Giba.
A disputa pelo bronze
No primeiro set, o Egito saiu na frente e conseguiu usar a tensão inicial que tomava conta dos brasileiros em favor da equipe africana. A virada do Brasil veio através de uma bela sequência de sete saques do camisa 10, Renato Leite. A partir do 22º ponto, o placar seguiu disputado ponto a ponto até o fim, mas no segundo set point o Egito levou a melhor e fechou a parcial em 28 x 26.
O segundo set parecia interminável. Ataque e defesa para os dois lados até que o atacante Levi Gomes conseguiu encher a mão e caprichar na cortada, fechando o placar em 31 x 29 para o Brasil, após seis set points e 37 minutos de jogo. O maior tempo da partida levou a torcida ao delírio de felicidade.
No terceiro set os brasileiros tiveram um domínio amplo e estiveram à frente quase durante todo o tempo e fecharam a parcial em 25 a 19. O quarto set poderia ter sido o último para o Brasil, mas ganhou um tom mais tenso, com as equipes falhando muito. Os egípcios levaram a melhor e fecharam em 25 x 22. Assim, a decisão foi levada ao tie break.
Na etapa final, Brasil e Egito seguiram ponto a ponto até a metade do tempo. A partir do 9º ponto, a equipe do Egito se mostrou mais precisa e abriu uma boa vantagem que chegou a quatro pontos. A equipe do capitão Fred ainda esboçou reação e um ponto atrás quando o placar marcava 14 x 13. Mas o resultado, mais curto no tie break, foi finalizado em 15 x 13 para o Egito.
Irã leva o ouro e homenageia ciclista morto
A torcida que marcou presença no Riocentro com a intenção de empurrar o Brasil permaneceu no ginásio para acompanhar a final entre Irã x Bósnia, disputada na sequência de Brasil x Egito.
Mesmo com alguns gritos de simpatizantes da Bósnia, a grande atração da partida que revelaria o campeão paralímpico foi o Irã, time do gigante Morteza Mehrzadselakjani, que chamou a atenção de todos durante os jogos no alto de seus 2,46m.
Morteza, maior pontuador da partida (com 28 acertos) e seus companheiros não decepcionaram e voltam com a medalha de ouro na bagagem ao vencer a tradicional equipe da Bósnia por 3 sets a 1, em parciais de 21/25, 25/21, 18/25 e 15/25.
Diante da morte do ciclista Bahman Golbarnezhad durante a prova de estrada, no sábado, houve homenagem ao atleta. Após a execução do hino nacional iraniano com a bandeira hasteada a meio mastro, compatriotas exibiram da arquibancada do Pavilhão 6 uma foto do atleta, falecido em um acidente durante a prova.
Valéria Barbarotto, brasil2016.gov.br