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12/09/2018 16h05

Investimento

Nova lista da Bolsa Pódio contempla 143 atletas paralímpicos, com badminton e taekwondo

Recurso destinado a representantes de 18 modalidades totaliza um investimento anual de R$ 19,9 milhões

O Diário Oficial desta quarta-feira (12.09) divulgou a nova lista de atletas contemplados pela Bolsa Pódio nas modalidades paralímpicas. Ao todo, 143 atletas, de 18 modalidades, foram beneficiados pelo programa, em um investimento anual de R$ 19,9 milhões. Pela primeira vez, o recurso é destinado também a representantes do badminton e do taekwondo adaptados, esportes que foram incluídos no programa dos Jogos Paralímpicos para Tóquio 2020.

"O programa paralímpico teve essas alterações e já temos atletas bem ranqueados, que foram indicados pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, avaliados pelo grupo de trabalho e aprovados. É mais um suporte com que eles contam para a preparação até 2020, visando contribuir com a meta do esporte paralímpico para Tóquio", ressalta Mosiah Rodrigues, coordenador geral do programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte.

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Debora competia pelo atletismo antes de se firmar no taekwondo paralímpico. Foto: Arquivo pessoal

As modalidades paralímpicas da nova lista são: atletismo (56 atletas), badminton (6), bocha (7), canoagem (4), ciclismo (3), halterofilismo (6), hipismo (1), judô (11), natação (28), remo (1), snowboard cross (1), ski cross country (1), taekwondo (1), tênis de mesa (9), tênis em cadeira de rodas (2), tiro com arco (2), tiro esportivo (1) e triatlo (3).

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Para os atletas, o auxílio será fundamental no caminho rumo aos Jogos. "Essa é a melhor notícia de todos os tempos. Estou muito feliz", emociona-se Debora Menezes, de 28 anos, do taekwondo, ao saber que foi contemplada com a Bolsa Pódio. Professora de educação física e se dividindo entre o trabalho e treinos à noite, a lutadora agora poderá se dedicar totalmente à sua preparação.

"É o que todo atleta espera, poder dormir bem, se alimentar bem e, consequentemente, treinar. São três pilares", comenta a representante da classe K44 e que tem uma má formação congênita no braço direito. "Com patrocínio e podendo se dedicar 100% ao esporte, em seis meses dá para atingir um planejamento que antes levaria um ano e meio", calcula a oitava colocada no ranking mundial da categoria +58kg. Segundo ela, a meta é fechar o ano de 2019 entre as quatro primeiras para, assim, garantir uma vaga direta para os Jogos Paralímpicos de Tóquio.

No ano passado, Debora deixou o Mundial de Londres em quinto lugar. Neste ano, faturou a medalha de bronze no Pan-Americano dos Estados Unidos, em julho, e, menos de um mês depois, foi prata no Kimunyong Cup International Open, na Coreia do Sul. No taekwondo há cinco anos, a paulista chegou a praticar também o atletismo, modalidade pela qual esperava disputar os Jogos do Rio 2016. Uma classificatória prevista do lançamento de dardo, contudo, acabou cancelada por falta de atletas. Frustrada com o atletismo e motivada pela inclusão do taekwondo para Tóquio, resolveu migrar de vez para a arte marcial. "Vou estar na Paralimpíada e vou estar no pódio", avisa.

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Vitor Tavares é um dos destaques do Brasil no badminton paralímpico. Foto: Ricardo Bufolin/Divulgação

Também no programa dos Jogos pela primeira vez, o badminton já tem seis atletas contemplados pela Bolsa Pódio. Um deles é Vitor Tavares, de 19 anos, atual nono colocado no ranking mundial na classe SS6 (para atletas de baixa estatura). O curitibano é campeão brasileiro, três vezes medalhista de ouro no Para Badminton International 2018 e tem passagem pelo Brazil International 2017, Spanish International 2018 e Irish International 2018, além de ter conquistado o Prêmio Paralímpicos no ano passado.

"O recurso vai ser bem útil. Ano que vem temos Mundial na Suíça, Parapan, campeonatos importantes em que é essencial a participação. Isso demanda uma grande verba e sem o apoio não seria possível", conta Vitor, que em novembro deste ano também disputa o Pan da modalidade, no Peru.

Há três anos no badminton, dois deles no paralímpico, o atleta está concorrendo ao Atleta do Mês das Américas pelo APC (Athlete of the Month). "É gratificante ver que, com todo o tempo que você se esforçou treinando, consegue concorrer com nomes fortes. É concorrer ao melhor da América e isso é incrível", comemora.

Desde a criação do programa Bolsa Atleta, em 2005, cerca de 26 mil brasileiros já foram patrocinados. O valor destinado ultrapassa a marca de R$ 1,1 bilhão, em mais de 60 mil bolsas. "Isso caracteriza a continuidade do suporte que a gente vem oferecendo aos atletas e que auxilia na manutenção do desempenho e da performance deles", afirma o coordenador Mosiah Rodrigues.

Ana Cláudia Felizola – rededoesporte.gov.br