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Judô

25/03/2020 14h39

Coronavírus

Atletas e dirigentes de judô comentam o adiamento dos Jogos Olímpicos

Comitê Olímpico Internacional e Governo do Japão confirmaram mudança histórica nesta terça-feira (24), em decorrência da pandemia do novo coronavírus

Com o agravamento contínuo da pandemia de Covid-19 (coronavírus), o Comitê Olímpico Internacional e o Governo do Japão anunciaram, nesta terça-feira (24.03), o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio. O evento, que começaria em 24 de julho de 2020, será realizado até, no máximo, o verão de 2021, no Japão. A marca Tokyo 2020 será, contudo, mantida pelos organizadores.

No Brasil e no mundo, atletas e dirigentes do judô reagiram à decisão inédita na história dos Jogos Olímpicos que, em outras ocasiões, já foram cancelados por causa de guerras, mas que nunca haviam sido adiados.

Confira abaixo algumas das principais reações:

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Foto: CBJ

Marius Vizer - Presidente da Federação Internacional de Judô

"Eu sei que foi uma decisão difícil, porque a decisão afeta totalmente os atletas e o esporte, mas neste momento foi a melhor decisão para proteger todos. Concluindo, quero agradecer muito a sábia decisão do COI junto ao Governo do Japão, levando em consideração que todos nós, COI, Movimento Mundial do Esporte e Governos, não podemos lutar contra um inimigo invisível e imprevisível.

Silvio Acácio Borges - presidente da CBJ

"Eu acho que os últimos movimentos desde que o COB se manifestou levavam a esse cenário. É uma decisão sensata que veio ao encontro de uma expectativa de todos. Do ponto de vista das instituições, como o COI, comitê organizador, comitês olímpicos, federações internacionais e confederações vai impactar e vai exigir um novo contexto administrativo. Para o atleta, sobretudo, foi uma grande decisão. No geral, vejo de forma muito positiva esse adiamento. Não se poderia esperar algo diferente diante das consequências graves dessa pandemia."

Ney Wilson Pereira - gestor de Alto Rendimento da CBJ

"A primeira palavra que me vem à cabeça é ippon! Foi um ippon! Não tinha a menor condição de adiar para este ano ainda. Ninguém sabe o quanto tempo vai durar essa pandemia, quando os atletas voltarão a treinar normalmente. Os Jogos Olímpicos são para os atletas chegarem no ápice. É onde vemos as melhores lutas, as performances históricas e isso não seria possível dentro dessa realidade. Foi uma decisão sensata. Agora é aguardar o que a FIJ vai determinar para o calendário, regras de classificação e começar a replanejar a partir daí. Penso que só em meados de junho poderemos pensar nesse novo planejamento de forma mais concreta. Há muitas dúvidas ainda. Mas, é uma noticia que permite várias situações positivas. Atletas que estavam sem treinar, outros já sem esperança de se classificarem. Vai dar tempo para os atletas do mundo inteiro chegarem em condição de igualdade, que é o mais justo nos Jogos Olímpicos."

Rafael Silva "Baby" (+100kg) - bronze Londres 2012 e Rio 2016

"Está todo mundo no mesmo barco esperando resolver isso da melhor maneira possível e acho que daqui a alguns meses vamos voltar ao normal, falar de treinamento, de competição, de classificação olímpica. É um momento de bastante união e tomara que sejam os Jogos para a gente comemorar a vitória sobre essa pandemia que está causando muita tristeza no mundo."

Mayra Aguiar (78kg) - bronze Londres 2012 e Rio 2016

"Apesar de chateada por saber que estava 100% preparada, física, mentalmente e em um dos melhores momentos da minha carreira esportiva, estou principalmente aliviada, pois acredito que foi a mais sensata e justa decisão! A situação em que nos encontramos demanda muito da nossa atenção e empatia. Vamos juntar toda nossa força e cuidado para passar da melhor maneira possível por este momento e combater esse vírus.
Sigo com a chama olímpica acesa dentro de mim, adaptarei meus treinamentos para fazer em casa e a periodização para mais um ano. Espero que todos estejam bem. Vamos continuar tomando todas as precauções possíveis para ajudar a diminuir a contaminação. Deixo aqui também meu enorme agradecimento e admiração a todos os profissionais que estão atuando na linha de frente ao combate a esse vírus. O ser humano é maravilhoso."

Sarah Menezes (52kg) - campeã olímpica Londres 2012

"É uma notícia que muda tudo. Zera tudo e começa um novo ciclo. O lado bom é que é uma nova chance para todos, principalmente para mim, que passei um período bem difícil, voltando de lesão. E o lado ruim é por conta do que o mundo está vivendo hoje. Essa pandemia mudou os sonhos e a vida de muita gente. Eu pensava em parar com o judô este ano após os Jogos Olímpicos. Agora, com esse adiamento, vou continuar até lá. Depois eu penso em parar, me aposentar em termos de competição. Mas, agora, é continuar sonhando e aproveitar essa segunda chance.

Felipe Kitadai (60kg) - medalha de bronze Londres 2012

"Eu acredito que essa medida foi a mais certa a ser tomada. Não faz sentido nenhum o mundo inteiro estar lutando para conter um vírus e, logo em seguida, sem saber quanto tempo ou se vai dar certo essa briga, juntar o mundo inteiro num lugar só e fazer uma grande festa. Seria uma decisão muito errada manter as Olimpíadas. Foi a melhor decisão para a humanidade. A gente nunca pode botar nada acima da saúde. Nossos princípios de humanidade têm que estar sempre ativos, não podemos nos esquecer disso nunca. Para 2021 o plano não muda. É ser campeão olímpico, dar meu máximo todos os dias. Tivemos uma grande vitória com esse adiamento e agora é trabalhar em cima dos erros e chegar lá em 2021 mais forte ainda."

Daria Bilodid (48kg) - ucraniana bicampeã mundial

"Eu tinha mais medo do adiamento dos Jogos Olímpicos. Sempre sonhei com Tóquio 2020 desde a infância. Treinei muito e me preparei para este ano. E estou muito chateada. Mas, apesar disso, entendo que a saúde é mais importante do que todas as competições e agora a coisa mais importante para todos é cumprir as regras de segurança e ser saudável", disse ao site judoinside.com

Naohisa Takato (60kg) - japonês tricampeão mundial e bronze Rio 2016

"Aconteça o que acontecer, eu estou pronto para lutar", em entrevista ao judoinside.com

Fonte: Confederação Brasileira de Judô (CBJ)