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Geral

15/03/2018 14h25

Jogos Paralímpicos de Inverno

Atletas de 24 países já foram ao pódio em PyeongChang

Evento soma mais de 331 mil ingressos vendidos. Cerimônia de encerramento terá tributo a Stephen Hawking. Organização reconhece problema causado pelo portão de saída do snowboard

Os Jogos Paralímpicos de Inverno de PyeongChang caminham para igualar ou superar estatísticas que simbolizam a multiplicidade de seleções contempladas com medalhas e conquistas. Até o fim desta quinta-feira, 15.03 de março, 24 nações haviam conquistado pelo menos uma medalha. "O recorde histórico é de 25 países, estabelecido em Lillehamer (na Noruega, em 1994). Assim, estamos de dedos cruzados para conseguirmos igualar essa marca", afirmou Craig Spence, diretor de comunicação e mídia do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), durante coletiva de imprensa.

Casa cheia no hóquei sobre o gelo paralímpico: mais de 331 mil ingressos vendidos. Foto: Thomas Lovelock/OIS/IOC

Dezesseis países conquistaram pelo menos um ouro. O recorde é de 17, alcançado duas vezes: em Nagano, no Japão (1998) e em Salt Lake City, nos EUA (2002). "Ontem o Cazaquistão conquistou seu primeiro ouro paralímpico na prova de sprint do esqui cross-country. Estou otimista de que conseguiremos igualar esse recorde porque a China está 'voando' no curling em cadeira de rodas", disse Spence.

O número de tíquetes vendidos subiu para 331.205, uma marca que supera em 16 mil os ingressos adquiridos em Sochi, na Rússia, há quatro anos, supera em mais de 100 mil o número de espectadores de Vancouver, em 2010, e é mais do que o dobro de Torino, na Itália, em 2006. "Dentro dos termos que estabelecemos para medir o sucesso do evento, todas as metas têm sido cumpridas, em termos de venda de ingressos, de jornalistas cadastrados, de emissoras de televisão e no retorno dos atletas. Aqueles com quem falamos nos disseram que têm gostado muito da experiência", afirmou Spence.

O IPC informou, ainda, que estão sendo realizados 600 testes antidoping, número 20% maior que os 440 realizados em Sochi, na Rússia, em 2014. "Os 600 levam em conta exames pré-competição, durante os Jogos e envolvem sangue e urina", detalhou Spence.

Tributo a Stephen Hawking

A cerimônia de encerramento dos Jogos Paralímpicos de PyeongChang terá um momento de tributo ao físico Stephen Hawking, que morreu aos 76 anos na última quarta-feira, na Inglaterra. "O presidente do IPC vai fazer referência a ele no encerramento. Se você olhar para alguns dos comentários dos atletas nas últimas horas, você compreende o quanto ele era uma figura de inspiração para todos nós do movimento paralímpico", afirmou o dirigente do IPC.

"Algumas vezes na sociedade existe uma percepção errada de que você ter uma deficiência é algo negativo, que você não pode fazer nada. O Stephen Hawking deixou essa noção de cabeça para baixo com sua vida e seus exemplos. Mesmo com uma doença degenerativa séria, ele exerceu com excelência seu campo de trabalho. Aos obstáculos colocados na frente dele ele trouxe soluções", afirmou.

"Não é ideal ter os atletas parados no topo da montanha por uma hora. Tínhamos casa cheia naquela hora. Foi frustrante"
Craig Spence, diretor de mídia do Comitê Paralímpico Internacional

Problema no snowboard

Os organizadores assumem que o problema com os portões de saída do snowboard causaram desconforto para atletas, público e emissoras. "A Omega é responsável por aqueles portões de saída. Eles iniciaram uma investigação assim que acabou a competição. Nós exigimos deles uma atualização rápida porque o que ocorreu foi longe do ideal", afirmou Spence.

Um dos principais prejudicados com o episódio foi o brasileiro André Cintra. O problema ocorreu exatamente na hora de sua descida. Com as idas e vindas da organização para decidir se seguiria ou não com a prova, ele afirmou ter perdido a concentração e o foco. Na primeira curva, sofreu uma queda e foi eliminado nas oitavas de final pelo japonês Daichi Oguri.

"O snowboard tem seu lugar ao sol uma vez a cada quatro anos e acho que estava sendo uma chance espetacular de visibilidade para a modalidade. Não é ideal ter os atletas parados no topo da montanha por uma hora. Tínhamos casa cheia naquela hora. Foi frustrante porque quando a competição foi finalmente retomada, muita gente acabou tendo de ir embora sem ver as finais. As emissoras ficaram igualmente frustradas porque a competição estava seguindo de forma fantástica até aquele instante e o momento se perdeu", afirmou o diretor de mídia do IPC.

Henrieta Farkasova com sua guia: quatro ouros em quatro provas no esqui alpino para deficientes visuais. Foto: Bob Martin/OIS/IOC

Destaques individuais

Entre os vários destaques dos Jogos de Inverno, duas atletas se sobressaem. A primeira é Henrieta Farkasova, da Eslováquia. A atleta de 31 anos conquistou quatro ouros em quatro provas que disputou no esqui alpino da classe voltada para deficientes visuais. Ela ainda tem a chance de um quinto pódio na prova de slalom. Isso sem citar que o currículo dela soma outros quatro ouros paralímpicos, conquistados nos Jogos de 2014, em Sochi (dois), e de 2010, em Vancouver (três).

A outra história impressionante é da holandesa Bibian Mentel-Spee, vencedora do ouro na prova do snowboard cross-country. Nos últimos seis meses, a atleta passou por um tratamento de câncer. Em janeiro, foi submetida a uma cirurgia no pescoço. "Ela conseguir voltar e conquistar o ouro só soma ao espírito paralímpico", afirmou Spence. 

Gustavo Cunha, de PyeongChang, na Coreia do Sul, www.rededoesporte.gov.br