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Atletismo

14/06/2017 11h28
por Abelardo Mendes — última modificação 14/06/2017 11h10 por Abelardo Mendes — última modificação 14/06/2017 11h14 por Abelardo Mendes — última modificação 14/06/2017 11h16

Rio 2016

Em audiência pública, AGLO apresenta o Plano de Legado e a Matriz de Responsabilidade dos Jogos Rio 2016

Investimentos com os megaeventos chegaram a R$ 7,2 bilhões e plano de legado prevê dezenas de eventos este ano no Parque Olímpico da Barra e em Deodoro

Em audiência pública realizada nesta quarta-feira (14.06) no Velódromo do Parque Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro, a Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO) apresentou o plano de legado para a utilização das instalações do Parque Olímpico, coração dos Jogos Rio 2016, e de Deodoro, região que também recebeu competições durante o megaevento.

Na mesma ocasião, a AGLO apresentou a última atualização da Matriz de Responsabilidade. O documento trouxe os dados de custos da União e outros entes federativos e da iniciativa privada, relativos aos Jogos Rio 2016, aplicados em instalações esportivas e outras obrigações indispensáveis à realização das Olimpíadas e Paralimpíadas no Brasil.

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Foto: Leonardo Dalla/ME

A audiência pública contou com a presença de Paulo Márcio Dias Mello, presidente da AGLO; de Pedro Sotomayor, diretor executivo da AGLO; Ricardo Almeida, procurador federal da AGLO; Marlos Lancellotti, representante do Tribunal de Contas da União do Rio de Janeiro (TCU-RJ); Leandro Mitidieri, procurador do Ministério Público Federal (MPF); Thiago Pampolha, secretário de Estado de Esporte, Lazer e Juventude do Rio de Janeiro; Patrícia Amorim, subsecretária municipal de esporte do Rio de Janeiro; Walter da Silva Junior, representante da extinta Autoridade Pública Olímpica (APO); e Lindberg Cury Junior, representante da Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados.

De acordo com a Matriz apresentada nesta quarta-feira pela AGLO, R$ 7,232 bilhões foram investidos nos Jogos, divididos entre o poder público federal, estadual e municipal e a iniciativa privada, que bancou 58,6% dos custos. Do total, R$ 2,222 bilhões vieram da União, recursos usados na construção e em obras no Parque Olímpico da Barra e no Complexo de Deodoro, valor que inclui também as despesas com energia elétrica na Região Barra, na Região de Deodoro e na Região de Copacabana, além de instalações complementares (arquibancadas temporárias e outros itens).

Na avaliação de Paulo Márcio, a audiência serviu para elucidar vários pontos relativos a números e principalmente ao papel da AGLO no processo de construção do legado olímpico. "Haverá questionamentos e isso é normal, tanto da Matriz quanto do Plano de Legado, pelos órgãos de controle externo, mas fiquei bastante satisfeito com a participação do público e com as perguntas dos jornalistas. Acho que foram bem elucidados os fatos e aqueles que não conseguiram obter alguns dados, eles serão apresentados aos órgãos de controle externo no momento oportuno", prosseguiu Paulo Márcio.

Confira os documentos:

» Plano de Legado das Instalações Olímpicas
» Versão final da Matriz de Responsabilidades dos Jogos Rio 2016
» Carteira de Projetos Olímpicos – 6ª Atualização

 

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Parque Olímpico da Barra. Foto: Gabriel Heusi/ME

Criada no fim de março para suceder a Autoridade Pública Olímpica (APO), a AGLO é responsável por administrar e viabilizar a utilização das instalações do Parque Olímpico da Barra sob sua responsabilidade – Velódromo, Centro Olímpico de Tênis e Arenas Cariocas 1 e 2 –, bem como fazer o mesmo com instalações de Deodoro sob seus cuidados – Centro Nacional de Tiro, os Centros Nacionais de Pentatlo Moderno e Hóquei Sobre Grama, o Parque Equestre e a Arena da Juventude (Arena Wenceslau Malta).

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Centro Olímpico de Tênis. Foto: Gabriel Heusi/ME

Desde sua criação, a AGLO trabalha na transição do modo Jogos para o modo Legado e para isso assinou acordos de cooperação com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e a Confederação Brasileira de Clubes (CBC). O calendário de eventos organizados pela AGLO já promoveu, no Parque Olímpico, em maio de 2017, o primeiro torneio oficial internacional realizado no local após os Jogos Rio 2016. Na ocasião, o Centro Olímpico de Tênis foi adaptado para a disputa da etapa carioca do Circuito Mundial de Vôlei de Praia. O Velódromo foi outra instalação que retomou sua utilização no fim de maio, quando foi palco da 1ª edição do Rio Bike Fest. Também em maio, o Complexo Olímpico de Deodoro voltou a ser utilizado após os Jogos, quando a Arena da Juventude recebeu mais de três mil pessoas durante o Campeonato Carioca de Judô.

Antes disso, o Parque Olímpico já havia recebido, em fevereiro, um torneio amistoso internacional de vôlei de Praia, o Gigantes da Praia, também disputado no Centro Olímpico de Tênis, e abriu suas portas para o crianças e jovens do projeto Brincando com o Esporte, quando mais de 700 crianças puderam conhecer de perto as instalações olímpicas.

Apenas no mês de maio, mais de 200 atletas de alto rendimento utilizaram as instalações olímpicas e foram acompanhados por um público de mais de sete mil pessoas. Mais recentemente, no dia 10 de junho, a Arena Carioca 1 sediou, ainda, a abertura dos Jogos da Baixada.

O Velódromo foi reaberto com o evento Rio Bike Fest, em maio de 2017. Foto: Francisco Medeiros/ME
O Velódromo foi reaberto com o evento Rio Bike Fest, em maio de 2017. Foto: Francisco Medeiros/ME

Transparência

Para o representante do Tribunal de Contas da União do Rio de Janeiro, a Autoridade de Governança do Legado Olímpico, apesar do pouco tempo de criação, tem mostrado resultados positivos. "A AGLO está fazendo um trabalho muito interessante", avaliou Marlos Lancellotti. "A transparência aqui é total e o que foi dito aqui está dentro do previsto e do que foi demandado. A documentação que sustenta toda essa apresentação ainda será protocolada no Tribunal e vamos fazer a análise", continuou.

"A AGLO ainda teve muito pouco tempo para exercer suas competências. O quadro da AGLO ainda não está completo, faltam servidores, e a gente entende que ainda está em uma fase inicial. Mas eu acho que a partir da gestão do ministro do Esporte, Leonardo Picciani, a gente tem visto uma certa agilidade nos processos, tanto do ministério quando da AGLO. A gente espera que se dê continuidade a isso e que a gente consiga atingir nosso objetivo, que é o plano de legado de longo prazo", encerrou.

Plano de Legado

Durante a audiência pública, Paulo Márcio ressaltou que o principal objetivo da AGLO, que deverá ser extinta em 30 de junho de 2019, é pôr em prática um plano de legado consistente e que contemple não apenas o esporte de alto rendimento, mas o esporte educacional e projetos sociais e culturais.

Isso já está em curso. Entre julho e novembro de 2017, o calendário no Parque Olímpico já tem dez eventos confirmados, com competições de tênis de mesa, jiu jitsu, badminton, tênis e futebol em cadeira de rodas, além de eventos culturais como o Rock In Rio, a Comic Com e o Garmin XP. A AGLO ainda tenta viabilizar outros sete eventos, que dependem da confirmação de seus organizadores.

Em Deodoro, o Centro militar de Tiro Esportivo já recebeu 14 eventos entre março e a segunda semana de junho e outros 21 eventos estão confirmados até dezembro. Entre fevereiro e abril, o Centro de Treinamento de Pentatlo Moderno foi utilizado nove vezes para treinamentos de atletas militares e da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno, e a Arena da Juventude já tem confirmados o Campeonato Estadual Individual e o Troféu Rio de Janeiro de judô em julho e outubro, respectivamente.

O Centro de Treinamento de Hóquei e o Parque Equestre também já foram utilizados para treinos e competições entre março e maio e o Parque Equestre tem 11 eventos confirmados até o fim de 2017.

Para Leandro Mitidieri, o Ministério Público Federal tem, agora, um plano de legado nos moldes do esperado. "Nós recebemos esse documento e pela primeira vez nos chega um plano consistente, com as previsões de gastos. Precisamos analisar", afirmou. "Nós notamos um empenho maior por parte da AGLO, uma busca por uma estruturação, porque a questão do legado foi tratada anteriormente de forma muito negligente. Essa é a nossa conclusão, inclusive da ação civil pública, de que não houve o devido planejamento. E agora é essa questão de tentar virar esse jogo e transformar essas estruturas em algo com uso sustentável para a população", prosseguiu o procurador.

Sobre essa questão, Paulo Márcio lembrou que a AGLO tem trabalhado no sentido de obter contrapartidas por parte dos parceiros que utilizam as instalações, de modo que essas contrapartidas sejam revertidas em benefícios às arenas, como ocorreu na realização da etapa carioca da Copa do Mundo de Vôlei de Praia, quando a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) empenhou R$ 60 mil na obtenção de guarda-corpos, sem os quais o Centro Olímpico de Tênis não poderia ser liberado para uso.

Do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Magalhães – Ministério do Esporte

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Versão final da Matriz de Responsabilidades dos Jogos Rio 2016
Carteira de Projetos Olímpicos - 6ª atualização
Plano de Legado das Instalações Olímpicas
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