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A necessidade de adaptação e a criatividade foram fundamentais para o surgimento do tênis de mesa. Como o irmão mais famoso, o tênis, depende das condições climáticas para ser praticado, um dia chuvoso acabou resultando nos primeiros passos da nova modalidade. Por volta de 1880, jogadores de um clube inglês improvisaram: livros viraram raquetes e a mesa de sinuca, a quadra, tendo um barbante como rede. Encarado como brincadeira no início, o desenvolvimento do esporte começou com regras similares às do tênis de quadra. O grande passo veio em 1890, com a introdução da bola de celuloide, moldada à nova prática. A partir dali, o tênis de mesa começou a dar passos mais largos rumo à modernização.

Em 1900, o esporte chegou à China. Um marco importantíssimo, já que o país asiático se tornaria uma potência quase absoluta. Ainda assim, foi na Europa que surgiu a Federação Internacional (ITTF), em 1926. A entidade instituiu regras e realizou já naquele ano o primeiro Mundial. Com a evolução da tecnologia, as raquetes ganharam cobertura de esponja e borracha que moldaram a face técnica da modalidade. Hoje, o esporte é um mix de efeito, velocidade, angulação, preparo técnico e capacidade mental. 

Desde que entrou no programa olímpico, em 1988, o tênis de mesa distribuiu 32 medalhas de ouro. A China ficou com nada menos do que 28, um aproveitamento de mais de 87%. Além dos chineses, apenas outros dois países subiram ao lugar mais alto do pódio: Coreia do Sul (três vezes) e Suécia. 


» Todos contra a China

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Em sentido horário: o sul-coreano Ryu Seoung Min, o último não chinês campeão olímpico. Mima Ito, uma das grandes esperanças japonesas em Tóquio. Ma Long, tricampeão mundial e atual campeão olímpico. E Deng Yaping, a baixinha 'imbatível'. Fotos: ITTF
O último não chinês que ficou com o ouro olímpico foi o sul-coreano Ryu Seungmin. Ele levou a melhor sobre o chinês Wang Hao na final de simples de Atenas (2004).  

» Japão aposta na nova geração

Os anfitriões dos Jogos de Tóquio apostam em jovens talentos para surpreender os chineses. Tomokazu Harimoto, um adolescente de 16 anos, é o número quatro do ranking e já venceu os principais chineses. No feminino, Mima Ito, de 19 anos, também coleciona bons resultados contra as rivais da China e iniciou 2020 como a número três do mundo. 

» Ma Long, um fenômeno 

O atual campeão olímpico no individual masculino é o chinês Ma Long, um dos grandes nomes da história da modalidade. Em 2019, ele chegou ao tricampeonato mundial individual em sequência, no evento disputado em Budapeste, na Hungria. 

» A pequena campeã

A chinesa Deng Yaping precisou superar o preconceito antes de virar lenda. Com 1,50m de altura, ela só conseguiu ser convocada para a Seleção em 1988, quando tinha 15 anos. Isso poderia ter ocorrido antes, já que aos 13 ela já era a campeã chinesa, mas foi preterida pela estatura. De 1989 a 1997, Deng conquistou nove títulos mundiais, entre simples e duplas. Nas Olimpíadas, conquistou o título de simples e duplas em Barcelona-1992 e Atlanta-1996. Em 1999, foi reconhecida como a personalidade esportiva do século na China.

Pela primeira vez na história, o Brasil chega ao ano dos Jogos Olímpicos com chances factíveis de sonhar com um pódio no tênis de mesa. O candidato a essa façanha é o carioca Hugo Calderano, de 23 anos. O atleta brasileiro ocupa o top ten mundial de forma constante desde 2018. Abriu 2020 na sétima colocação. É o brasileiro com melhor desempenho no circuito mundial na história da modalidade e frequentemente o melhor atleta não asiático na listagem da ITTF. Hugo já conquistou vitórias contra alguns dos principais atletas do esporte, incluindo chineses como Fan Zhendong, que por mais de 15 meses ocupou a posição de número um do mundo. 

Além de Hugo Calderano, o Brasil chega ao ano olímpico com um total de seis atletas no top 100 mundial. São cinco no masculino, além de Bruna Takahashi, entre as 50 melhores no feminino. Os outros brasileiros na lista dos melhores do planeta são Gustavo Tsuboi, Vitor Ishiy, Eric Jouti e Thiago Monteiro.